Madrid: o albergue

Sair de uma estação de metrô numa cidade completamente desconhecida é sempre uma experiência surpreendente. Como as estações quase sempre ficam em áreas movimentadas, é inevitável o impacto de, saindo do subterrâneo, dar de cara com um lugar com um estilo todo próprio, nunca visto por você antes, cheio de gente, placas de trânsito, prédios históricos.

Em Madrid não foi diferente. Saímos na estação Tribunal e a primeira sensação era de estar meio perdido. Por mais que se saiba no mapa onde se está, leva alguns minutos até perceber que direção tomar para chegar ao destino desejado.

Conseguimos identificar as placas da rua por onde teríamos que seguir até o albergue e iniciamos a caminhada.

Tínhamos reservas pagas no Pop Hostel, que fica na Calle Espíritu Santo, no bairro de Malasaña. Para chegar até, saímos da avenida relativamente movimentada ao lado da estação e nos enveredamos por ruazinhas nas quais só passavam carros pequenos, de vez em quando. Calçadas estreitas, ruas pequeninas, rodeadas por casarões emendados uns nos outros, de no máximo 6 andares, com sacadas sobre a calçada.

Paramos num mercadinho para perguntar se estávamos no caminho certo, mas o chinês dono do estabelecimento sequer sabia falar espanhol direito. Perguntamos a mais alguém na rua e achamos a Espíritu Santo.

Para nossa surpresa, a numeração das ruas é bem diferente daqui. No Brasil, anda-se mais de 100 números numa mesma quadra, numa relação, mais ou menos, de 1 número por metro. Uma casa na Rua João da Silva, 54, por exemplo, teoricamente, fica a 54m do início da rua. Lá não. Cada prédio tem um número seqüencial. Para chegar ao número 18, por exemplo, passam-se 17 prédios.

Ficamos até meio agoniados em nunca chegar o prédio do albergue, por mais que andássemos. Quando chegamos, acabamos passando sem perceber.

O Pop fica num prédio que também tem apartamentos e até outras salas comerciais. Ocupa o 1º andar, acima do térreo. Só uma plaquinha ao lado do interfone identificava que aquele era o lugar. Tocamos e nos atenderam imediatamente.

Subimos e fizemos o check in. Logo em seguida, apareceu um brasileiro que trabalhava ali. O sujeito que nos atendeu era venezuelano ou equatoriano, não lembro.

Nossas reservas eram para 2 camas num dormitório de 4 pessoas, mas disseram que houve algum problema lá e que ficaríamos só nós 2 num quarto para 2.

O quarto era minúsculo, mas bem limpinho. Para a nossa surpresa, tinha até TV e banheiro privativo. As camas eram em beliche e o espaço ao lado delas não era muito mais do que o necessário para deixar as mochilas no chão e para uma mesinha onde ficava um ventilador.

O box do banheiro era tão pequeno que não dava para dobrar os joelhos para limpar os pés. Até tirei uma foto, de tão engraçado que era. Pelo menos tinha, ao invés daquelas cortininhas! Para sentar no vaso, tinha-se que fazer um malabarismo por trás da pia. Dava para fazer o que tinha que fazer no vaso e ao mesmo tempo lavar as mãos ou escovar os dentes, hehehe.


O pessoal do albergue se revelou muito parceria. No dia seguinte, até conseguiram umas entradas para a Pacha, uma das maiores boates da cidades (filial da de Ibiza), o que significou uma economia de 15 euros. Havia pelo menos 2 brasileiros trabalhando.

O café da manhã é que ficou a desejar. Basicamente, era só um pão de sanduíche e umas coisas para passar em cima, além de café, chocolate em pó e leite. O sistema era daqueles usou-lavou. Nada contra, o problema é que se pagou por aquilo (creio que uns 5 euros).

O hotel é bem recomendado por quem pára lá, principalmente pela galera que o freqüenta. Há uma interação nas áreas comuns, mas o espaço é meio pequeno. Dá também uma sensação de lugar fechado demais, por ser apenas um andar de um prédio maior.

No terceiro dia, tivemos que ir para o dormitório de 4 pessoas, junto com um cara de Taiwan e um catalão. Descobrimos que tínhamos que sair quando uma faxineira entrou porta adentro, nos acordando e dizendo que tínhamos que sair imediatamente. Só indo na portaria entendi o que estava ocorrendo.

Se fosse voltar a Madrid hoje, tentaria o Cat’s. Esse albergue é muito bem comentado nos guias; dá a entender, pelo site, que é um dos melhores da Europa e, quando eu estava em Madrid, foi o lugar onde um amigo meu do Rio de Janeiro estava hospedado. O Felipe (o carioca) falou muito bem do lugar; isso que já tinha feito outro mochilão e realmente recomendou.

Tanto o Pop como o Cat’s estão no Google Earth, bastando ativar a opção de aparecer os lugares de hospedagem. O Pop aparece errado, como “Top” no Google Earth, mas é ele mesmo. O Pop fica em Malasaña, próximo à estação Tribunal (linha azul escura), perto de lugares bons para sair à noite (a 2 quadras da Pacha, de vários barzinhos e de uma praça cheia de restaurantes e bares). O Cat’s fica no Centro, perto da estação Antón Martín (linha azul clara), também com muitas opções noturnas por perto.

Comentários

Unknown disse…
Oi! Estou indo para Madrid em janeiro para ficar 1 mês. Tenho a opção de ficar lá ou em Alcala de Henares e preciso descobrir um lugar barato para ficar. Vou tentar o Cats como você diz aí em cima, mis alguma dica?
A. A. Cella disse…
Com relação a albergues, não sei mais de nada... mas aproveite o passeio! A cidade é mais barata que muitas outras na Europa e tem bastante coisa a oferecer. Só que não vem tudo prontinho, como em Paris ou Roma - tem que pesquisar e correr atrás!
Lupe Leal disse…
O Cat's é fantástico, coisa de louco se comparado ao que a gente ve em outros albergues da Europa! Além de tudo é bem animado e bonito! Recomendo muito!

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