Matando tempo em Split

Como falei no post anterior, o que era para ser uma viagem de pouco mais de 300km por terra e 1 hora pelo mar acabou nos tomando quase um dia inteiro.

Com mais de 4 horas à toa em Split, tendo que carregar nossas mochilas, não encontramos alternativa melhor do que procurar algum lugar para sentar e tomar cerveja no centro histórico de Split, a umas poucas quadras do porto.

Quando escrever sobre Split com mais profundidade, depois dos posts dedicados a Hvar, explico melhor, mas já adianto que o centro da cidade é um dos mais interessantes que já vi em minha vida. Todo ele cresceu e se manteve dentro do antigo Palácio do Imperador Romano Diocleciano, que o construiu pensando em sua aposentadoria.

Ao longo dos séculos, depois de passar por um tempo abandonado, o lugar foi sendo ocupado pela população, que o usou como fortaleza em tempos de guerra, como centro comercial desde a Idade Média, o encheu de prostíbulos uns 700 anos atrás e depois o restaurou, para fazer dele a peça central do Patrimônio da Humanidade declarado pela UNESCO em relação à cidade.

O calçadão que separa o palácio do mar é obra humana: um aterro com alguns séculos já. Conhecido como "Riva", esse calçadão é recheado de restaurantes, barzinhos e até uma cancha de bocha, que estava lotada de espectadores no final da tarde.
Passamos por tudo isso, só olhando rapidinho, em busca de um lugar para parar. Fomos encontrar do lado de dentro, ao lado do peristilo (pátio central) do palácio, onde há uma catedral cristã. Pusemos a bagagem no chão e ficamos tomando chopp até a hora em que a fome bateu.

Olhando no mapa, decidimos rumar para um lugar com maior concentração de restaurantes. Até encontramos aquele que seria nosso albergue dali a quatro dias no caminho. Alguns dos restaurantes ainda não estavam abertos àquela hora, por isso seguimos adiante. Fomos parar na Praça da República, que mais parece uma réplica da Piazza San Marco, de Veneza, com prédios iguais preto e branco e quase todo seu entorno.

Bem ali, no meio daquela praça, pegamos uma mesa que parecia daqueles restaurantes caríssimos da Europa Ocidental, mas pudemos fazer uma boa refeição sem gastar mais do que uns 20 reais por pessoa.

Um pouco antes da hora marcada para a saída do noss ferry boat com destino a Hvar, voltamos ao porto. Para mim, um verdadeiro suplício, dado o estado do meu pé, torcido por volta do meio-dia. Mas chegamos, a tempo de pegar lugares bons para sentar.

Naquela hora, com o sol ainda se pondo, pudemos ver uma bela paisagem com o palácio em primeiro plano e as montanhas ao fundo, deixando uma espectativa boa para as noites que passaríamos na cidade, após os dias em Hvar.

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