Preparação do 3º mochilão à Europa
Comparando com a complexidade que foi a organização dos dois
primeiros mochilões à Europa, o terceiro foi uma barbada. Visitaríamos só 2
países, dormindo em apenas 3 lugares diferentes, num espaço de curto de 2
semanas. Além disso, seriam somente 2 pessoas, indo e voltando na mesma data e
nos mesmos voos, com os mesmos períodos de férias.
Nas duas primeiras vezes que viajei com a gurizada, ademais,
delegávamos as reservas dos albergues que escolhíamos à mesma agência de
turismo com quem reservávamos as passagens aéreas (inclusive pagávamos
antecipadamente pela hospedagem) – coisa que prometi para mim mesmo que nunca
mais faria depois de alguns desgastes em função da demora do agente para nos
confirmar que tudo tinha dado certo, em 2007, e por causa de erros nas datas
das reservas, que quase nos custaram ficar sem hospedagem num país pequeno e
caro como Luxemburgo.
Dessa vez, tirei os intermediários, criei perfis em sites de
reservas de albergues e fiz tudo por minha conta, mostrando sempre as opções ao
Ângelo. Os albergues de Portugal foram reservados pelo site Hostelworld, que a
partir da segunda reserva já diminui as taxas que cobra. O albergue de Londres
foi reservado pelo site da Hostelling International, e assim que chegamos lá
fizemos as carteirinhas da HI da Inglaterra e do País de Gales, para ter um
desconto nas diárias (como ficaríamos 7 dias, já valia mais a pena pagar a
anuidade de 24 libras do que pagar a tarifa de não sócios no albergue – tudo
sem burocracia, na hora mesmo).
Inicialmente, tinha previsto que faríamos a viagem ali pelo
dia 22 ou 23 de setembro daquele ano, exatamente a partir de quando as tarifas
das passagens aéreas sofrem uma súbita redução na maioria das companhias, por
ser o início da primavera (ou outono, no hemisfério norte) o marco que delimita
a alta da baixa temporada. Porém, acabamos marcando férias para um pouco antes,
emendando com os feriadões de 7 de setembro e de 20 de setembro (feriado
estadual no RS), pagando pouco mais de R$ 350 de diferença nas passagens.
A opção de companhia aérea parecia óbvia desde o início e
foi com a própria TAP que compramos todos os voos, emitindo por agência a
passagem. Ficou assim:
4 de setembro: POA – Guarulhos – Porto
9 de setembro: Lisboa – Londres (Heathrow)
16 de setembro: Londres (Heathrow) – Lisboa – Brasília – POA
O trecho interno entre Porto e Lisboa seria feito de trem,
vendo as passagens na hora mesmo. Só cogitávamos fazer mais alguma ou outra
cidade no interior da Inglaterra, mas deixaríamos isso para ver lá mesmo, já
que a intenção era dormir todas as 7 noites em Londres.
Naquela época, recém estavam começando a falar em crise
econômica mundial e os jornais só mencionavam uma “crise das hipotecas” como algo restrito aos EUA. Já haviam
ocorrido algumas quedas bruscas nas bolsas de valores, mas o dólar estava
cotado a maravilhosos R$ 1,60, a libra esterlina pela primeira vez baixava dos
R$ 3,00 (estava cotada a R$ 2,92 no dia em que pisamos em Londres) e o euro
também não assustava mais ninguém. Enfim, era um momento para ninguém botar
defeito do ponto de vista da oportunidade para viajar.
Os três trechos de passagens juntos custaram algo em torno
de R$ 2650,00, pagamos cerca de 22 libras (na média, porque há preços
diferentes conforme o dia da semana) para ficar num albergue no centro de
Londres por 7 noite, e coisa de 16 euros por noite nos albergues portugueses. A
viagem toda não saiu mais do que uns R$ 5.300,00, mesmo passando boa parte do
tempo num lugar caro como a Inglaterra.
A mochila, que era a mesma desde Machu Picchu (2002), foi
recheada só com umas 5 camisetas, uma calça jeans extra, um par de tênis e
outro de sapato, com alguns casaquinhos para o esperado frio londrino e uma
camisa melhorzinha para sair. O resto, além dos itens pessoas de higiene, eu
compraria na viagem mesmo, ou iria usando no corpo e levando na bagagem de mão.
Como naquele tempo, a imigração de brasileiros por Londres e
por Lisboa assustavam bastante (assim como hoje o pessoal tem medo de Barajas,
na Espanha), fomos bem calçados na documentação: seguro de viagem do cartão de
crédito comprovado, reservas em nome dos dois para todos os dias, uns 500 euros
em dinheiro, extrato do cartão de crédito e da conta corrente, documentos de
prova do trabalho aqui no Brasil e roteiro na ponta da língua – para não dar
galho!
Comentários
voces poderiam indicar o hostel que ficaram em londres
e alguma dica de hospedagem para paris tambem
obrigada!
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