Tapas
Passar pela Espanha e não experimentar vários tipos de tapas
é um verdadeiro crime. Tapas, que hoje em dia já são famosas em vários lugares
do mundo, inclusive aqui no Brasil, nada mais são do que porções pequenas de
petiscos, tira-gostos, queijos, presuntos, azeitonas, etc. A grande diferença é
a qualidade desses ingredientes, que são tipicamente mediterrâneos e lá estão
no seu melhor estado.
Geralmente, qualquer bar na Andaluzia tem um menu, um cartel
na parede, anunciando o preço das porções de jamón ibérico, queijos típicos,
bacalhau defumado, linguiças, frutos do mar fritos e mais outras tantas coisas
conforme o tamanho: ración (porção
inteira, que serve duas pessoas), media
ración (individual) e tapa
(porção pequena, para ser complementada com porções de outras coisas). É comum
também, por conta de uma rede chamada 100 Montaditos, pedir um “montadito”,
que seria o ingrediente da tapa colocado dentro de um pãozinho, do tamanho de
uma bisnaga.
Tapas geralmente são comidas em pé ou naqueles banquinhos
que ficam encostados no balcão do bar. Na maioria dos bares, há apenas bancos
no balcão; no mais, existem apenas mesinhas altas, fixas no chão, para apoiar o
prato com as tapas e o copo da bebida que se esteja tomando. Do lado de fora,
alguns bares também colocam prateleiras nas paredes, para que quiser fumar
possa também apoiar o copo e o prato enquanto conversa.
Nós passávamos tomando chopp, que por lá se diz “caña”,
porque sai do “cano”, a torneira de chopp do balcão. Mas há também quem peça um
vinho e deixe a garrafa na mesa de apoio. Geralmente (e curiosamente), a bebida
se paga na hora em que se busca no balcão, mas as tapas são anotadas pelo
garçom, que cobra o valor integral ao final, mesmo que se tenha pedido para
comer do lado de fora.
Não há consumação mínima e nem ingresso – os bares são
bastante simples e muitos existem há mais de 50 anos, sendo comum passar por
vários deles ao longo da noite. A limpeza, como era de se imaginar não é lá
essas coisas (e também curiosamente, é muito difícil encontrar algum que tenha
pia no banheiro, o comum é só enxergar o vaso sanitário e o mictório, e nada
mais).
Quando estão cheios, tem que se impor no balcão para ser
atendido. Vale caprichar no sotaque para ser entendido: dizer “pecaíto” para
pronunciar “pescadito”, “montaíto” para dizer montadito e por aí vai. Os velhos
garçons e caixas resmungam um pouco, mas todo mundo sai feliz de uma
experiência dessas.
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