Organizando a viagem ao Japão - passaporte e visto
Uma viagem ao Japão exige um pouco mais de organização prévia do que normalmente um mochileiro, ou mesmo um viajante independente brasileiro, está acostumado.
Além de um passaporte válido, que é exigido para qualquer viagem para fora da América do Sul, esse destino exige a obtenção de um visto de turismo. Quem tem passaporte europeu (italiano, português, etc.) não precisa desse requisito bem chatinho de obter, mas infelizmente esse ainda não é o meu caso (por enquanto!).
O visto japonês pode ser obtido, aqui no Brasil, tanto na Embaixada do Japão em Brasília, como num dos Consulados daquele país em Porto Alegre, Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Manaus, Belém ou Recife.
O procedimento exige os seguinte documentos (para facilitar essa parte, copiei as dicas do site https://www.melhoresdestinos.com.br/visto-japones-como-tirar.html):
1. Passaporte válido (e os passaportes anteriores com visto japonês, se houver;
2. Formulário impresso da Solicitação de Visto para Entrar no Japão;
3. Uma foto 4,5 X 4,5 recente (tirada há no máximo 6 meses), com fundo branco e sem data
4. Reserva de passagem de ida e volta;
5. Cópia autenticada da carteira de identidade (SSP);
6. Cópia da declaração de Imposto de Renda Pessoa Física (todas as páginas, inclusive o recibo de entrega);
7. Documentos que comprovem a finalidade da viagem. Nesse caso, os documentos mudam de acordo com a finalidade da viagem. Se for de turismo, esse documento seria o cronograma da viagem.
De posse de todos os documentos e com o formulário de solicitação de visto baixado da página da Embaixada do Japão ou de um dos Consulados, dirija-se à sede da embaixada ou consulado mais próximo de sua casa para fazer a solicitação.
A devolução do passaporte com o visto ocorrerá, geralmente, dentro de uma semana, e poderá haver autorização para outra pessoa retirar o documento. Na retirada, também, deverá ser paga a taxa de emissão do visto, que é de 97 reais para visto de uma entrada ou 194 reais para vistos de entradas múltiplas (em valor de abril de 2019 até esse mês).
O procedimento não é tão rigoroso quanto o de um visto americano, mas pode não dar certo para quem não comprovar vínculos suficientes com o Brasil.
Só tem uma regra bastante importante: o visto só vale por 90 dias após ser expedido, o que significa que tem que ser obtido na janela de 3 meses antes de sua chegada ao Japão. Mesmo que seja de múltiplas entradas, ele precisa ser usado pela primeira vez em até 90 dias, senão perde o valor.
No meu caso, liguei para o Consulado de Porto Alegre, pertinho do Grêmio Náutico União, e fui informado de que não havia necessidade de agendamento - era só chegar. Fui numa manhã de uma quinta-feira, em abril de 2019, e fui atendido imediatamente.
Depois de uns 5 minutos conferindo documentação longe de mim, a senhora que me atendeu retornou dizendo que estava tudo certo e que era só pegar o documento dali uma semana. Deixei autorizado um amigo que mora em Porto Alegre, e ela anotou o nome dele no protocolo de entrega do passaporte, com o qual ele deveria retirar o documento. Só reforçou a necessidade de trazer o dinheiro da taxa (97 reais) em valores exatos, porque geralmente não há troco.
O visto efetivamente veio na semana seguinte, e para a minha surpresa (ou não) a validade concedida foi de apenas 15 dias de permanência no país (eu havia comprovado um cronograma de 8 noites lá).
Tirando visto e passaporte, nenhum outro requisito é necessário. Não há exigência de carteira de vacinação de febre amarela e, como não pretendia dirigir no país, nem me preocupei em levar uma PID.
Para finalizar esse post, um lembrete bem importante: enquanto estiver no Japão, qualquer estrangeiro é obrigado a ter sempre consigo o passaporte original, que é o único meio de identificação aceito pela polícia local. Não adianta usar cópia, autenticada ou simples, nem outras carteiras de identificação. Só o passaporte tem valor. Caso seja flagrado sem esse documento, o estrangeiro poderá até ficar detido nas estações locais de polícia que geralmente existem em cada bairro das cidades.
Ainda sobre o passaporte: curiosamente, quando se faz alguma compra pelo sistema Tax Free no Japão (que garante um cashback imediato de 6% do valor pago), a loja que fez a venda grampeia a nota fiscal dos produtos no passaporte e ainda faz um carimbo metade na nota, metade no passaporte, para o turista não retirar esse documento até sair do país. Isso é feito porque a aduana japonesa pode querer conferir se o viajante está mesmo retirando do país os produtos que comprou com o benefício de isenção de impostos, na hora de embarcar no aeroporto.
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