Katathani
Depois de umas boas semanas, retomo agora os posts sobre a
viagem à Tailândia, continuando justamente de onde parei, para falar sobre
Phuket.
Como tinha dito no final daquele post, minha escolha de
hospedagem acabou sendo o Katathani Beach Resort, na praia de Kata Noi, bem no
sudoeste da ilha.
Para chegar lá, logo depois de desembarcarmos no aeroporto
internacional de Phuket, no extremo norte da ilha, pegamos um desses táxis que
se paga a tarifa de forma antecipada no balcão da companhia, ainda no aeroporto. Apesar de termos pago quase R$ 70, valeu muito a pena, porque o trajeto todo
demorou mais de 1 hora (são aproximadamente 50km, com trânsito bastante pesado
e muitos, muitos semáforos nas partes urbanizadas) e o carro era quase de luxo –
o que vimos que é quase lugar comum na ilha.
Ao chegarmos, tivemos uma surpresa ao saber que existiam
duas portarias separadas no hotel, uma para a ala mais antiga, e mais perto do
mar, e outra para a ala Bhuri, que fica do outro lado da rua que cruza no meio
do resort.
Embora pareça meio estranho, é exatamente isso: uma rua aberta
ao público cruza no meio do lugar, mas como os dois lados da rua são de
propriedade do hotel, há placas advertindo que o acesso é autorizado apenas a
hóspedes do local, sob pena de caracterização de violação de propriedade
privada – bem ao estilo americano.
O resort domina toda a frente da praia de Kata Noi e o
público que não está hospedado no hotel só tem como chegar até essa praia por
uma estreita rua que dá direto na areia. As demais pousadas, casas particulares
e restaurante ficam em ruelas ao lado do hotel ou nos morros atrás dele, sem
acesso direto à praia propriamente dita.
Diferentemente dos resorts caribenhos, os resorts
tailandeses não costumam ser do tipo all
inclusive. O mais comum é que as pessoas paguem apenas pela hospedagem, que
inclui o café da manhã. Alguns pacotes permitem que a pessoa compre algumas
refeições antecipadamente, por um preço fixo, e nesse caso a pessoa vai usando
vouchers que ganha quando faz o check in.
Da mesma forma, os resorts no país não concentram só casais
com filhos, ou casais em lua de mel, ou idosos, como muitos dos pares
caribenhos e nordestinos. Há muitos grupos de amigos, que passam o dia jogando
cartas, comprando cerveja num mercadinho fora do hotel (porque são mais baratas
assim) e saem à noite.
O Katathani tem uns 6 restaurantes, sendo 2 deles de Buffet (que
servem também o café da manhã, almoços e jantas), 2 de frutos de mar no estilo
restaurante mais descolado na beira da praia e 2 mais chiques, que exigem
reserva prévia – um de comida italiana e outro de comida tailandesa.
Embora tenha mais de 500 quartos e estivesse com uma boa
ocupação (afinal, ainda era janeiro, a altíssima temporada), o hotel consegue
ter um ambiente bem tranquilo e pouco muvucado. Há muito espaço verde entre um
lugar e outro, são pelo menos 4 piscinas, além da praia toda em sua frente, e o
próprio ritmo diferente das pessoas faz com que muitos façam as refeições em
horários bem diferentes dos outros. Até mesmo o fato de haver muitos passeios
fora do hotel de dia inteiro contribui para a sensação de um lugar bastante
tranquilo – que aliás é o aspecto mais destacado nas propagandas do lugar.
Você deve estar se perguntando a essa altura sobre o tsunami
de 2004 e se esse hotel sofreu ou não naquela catástrofe. Pesquisamos na
internet e descobrimos que ali, especificamente, não houve nenhuma morte.
Quando o mar recuou, na manhã daquele fatídico dia, as poucas
pessoas que estavam na praia ficaram confusas e foram deixando o lugar, porque
nem os pescadores nem os vendedores ou o pessoal do hotel sabiam direito o que
estava acontecendo. Geralmente, não há muita gente na praia de manhã porque ela
é voltada para o oeste e a leste, onde o sol nasce, há montanhas que o tapam
até umas 10h da manhã.
Em seguida, quando a primeira onda forte veio, as poucas pessoas
que tinham deixado pertences pessoais na praia os perderam, porque o mar puxou
várias cadeiras de praia e guardassois. O mar bateu na mureta que separa o
hotel, mais elevado, da praia.
Os impactos seguintes acabaram subindo pela mureta de pedra
e avançando para dentro do hotel. As piscinas foram cobertas por água salgada e
o restaurante mais próximo do mar foi bastante danificado, com algumas partes
sendo arrastadas para o mar. No impacto mais forte, as águas avançaram para
dentro dos quartos que ficam no térreo, encharcando tudo e inutilizando móveis –
mas foi só isso, só danos materiais.
O tsunami fez mais vítimas em praias mais rasas e abertas,
como Patong, porque nesses lugares a onda acaba saindo para fora muito alta.
Kata é mais profunda, por isso não sofreu tanto.
Bom, mas voltando a falar do hotel, achamos o lugar muito
agradável, muito espaçoso, mas sem nenhuma regalia extra. Você só ganha aquilo
pelo que efetivamente pagou. Os quartos não são nada demais e, por conta da
expectativas que vínhamos criando depois de excelentes supresas em Bangkok e
Chiang Mai, acabamos até ficando meio decepcionados com o Katathani, que foi o
lugar mais caro onde nos hospedamos naquela viagem.
Mesmo assim, recomendo o lugar, porque ficam realmente num
cantinho reservado, tranquilo, limpo, bonito e muito legal da ilha. Mas esteja
preparado para enfrentar grandes distâncias se quiser sair de lá para fazer
passeios ou mesmo para dar um pulo nos lugares mais movimentados à noite. O
trânsito e as distâncias desanimam e fazem querer ficar por ali mesmo.
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