1ª manhã em Tóquio - passeio a Kamakura


Minha primeira manhã em Tóquio começou perto das 8 horas, depois de pouco mais de 6 horas de sono. Ansioso para começar a conhecer a cidade, acabei dormindo menos do que imaginava, e pulei da cama querendo conhecer o café da manhã que estava incluído na diária do hotel.


Logo que fiz check in, ganhei os vouchers do café da manhã, que é servido no winebar "371", no térreo do hotel Tokyu Stay Shinjuku. Entrei lá e fui cordialmente recebido por um funcionário, o primeiro de muitos "Ohayou gozaimasu!" que escutei na viagem.

O café funcionava em esquema de buffet self service, como na maioria dos hotéis, mas o diferencial estava no fato de que de um lado, havia opção de comidas ocidentais, e de outro orientais - bem meio a meio. Como ainda estava um pouco desgastado pela viagem, decidi não arriscar muito e peguei as opções tradicionais, deixando para experimentar o resto nos demais dias da semana.



Uma grata surpresa do lugar foia trilha sonora - bossa nova, o tempo todo.

Depois de comer, ainda subi ao meu quarto para escovar os dentes e pegar minha mochilinha de passeio. O objetivo do dia, que parecia ser o melhor da semana em termos de sol, segundo a previsão do tempo, era fazer logo uma daytrip para Kamakura e Enoshima.

A escolha de Kamakura como primeiro passeio está ligada, também, à minha infância. Tive um jogo de tabuleiro da Grow, em que o objetivo era visitar lugares do mundo dentro de um itinerário que cada jogador recebia no início da partida. Quando chegava na cidade, ganhava um cartão postal com uma foto do lugar. Quem reunisse todos por primeiro, ganhava. O cartão de Tóquio era justamente uma imagem do Grande Buda de Kamakura, uma imagem que, para mim, sempre ficou como símbolo do Japão. Enoshima surgiu nas pesquisas sobre o que fazer nas redondezas de Tóquio.

Com esse plano em mente, saí em direção à estação Shinjuku. Decidi ir a pé,  ao invés de descer na Shinjuku San-chome, porque no mundo real ela ficava bem mais perto do hotel do que eu imaginava pelos mapas. Assim, era uma baldeação a menos para fazer. As ruas ainda estavam bem tranquilas perto das 9h da manhã. O clima era agradável e o sol radiante. 





Chegando na estação Shinjuku, pela entrada sul, confesso que tive dificuldade para decidir em qual trem embarcar. Simplesmente não fazia sentido o que o Google Maps me mandava fazer e o que as placas da plataformas mostravam. Só depois de arriscar embarcar num trem que eu achava que iria para os lados que eu queria, é que entendi um aviso sonoro em inglês explicando que o trem que eu esperava estava atrasado em cerca de 15 minutos. 

Quando vi que, realmente, aquele trem não era bem o que eu queria, e que o meu viria em alguns minutos, desci na estação Ebisu e fiquei esperando o certo. Finalmente, então, embarquei num trem da Tokaido Line em direção a Fujisawa, a estação da qual eu partiria de ônibus para Kamakura.


A viagem levou cerca de 40 minutos, passando pelos subúrbios ao sul de Tóquio, com poucas paradas pelo caminho. Em dias claros de inverno, dali seria possível ver o Monte Fuji, mas logo percebi que não teria essa sorte.

Quando desci em Fujisawa, logo vi que estava numa cidade completamente diferente de Tóquio. Pessoas caminhando calmamente, bicicletas para lá e para cá, mais idosos do que jovens. A estação central da cidade fica ao lado de uma praça, onde há paradas de ônibus em todas as calçadas ao redor.

Eu sabia que meu ônibus sairia de uma dessas paradinhas, mas não consegui sozinho descobrir de qual seria. Foi aí que, pela primeira vez (e uma das poucas na viagem) precisei usar o Google Tradutor. Mostrei a umas senhoras a palavra "Grande Buda de Kamakura" escrita em caracteres japoneses, com o celular, e elas me confirmaram qual era a parada em que deveria esperar meu ônibus. Depois, ainda foram gentis em me apontar que era naquele que chegou que eu deveria embarcar. A passagem eu paguei com o mesmo Pasmo Card usado nos trens.


Mais 15 minutos de ônibus pelas estreitas ruas de Fujisawa e cheguei ao santuário zen de Kotoku-in, onde está a famosa estátua.

A entrada ao complexo do santuário é livre e gratuita. Apenas se paga coisa de 20 a 30 ienes para ver algumas atrações lá dentro, tais como entrar dentro da estátua do Buda ou conhecer algum dos prédios que lembram conventos ali ao redor.

Apesar de já ter passado das 10h da manhã e de ser uma atração bem popular, o santuário ainda estava relativamente vazio. Via-se alguns grupos, principalmente de idosos, acessando a entrada principal - aquela que vem da cidade de Kamakura, mais abaixo, em direção ao litoral - e outras pessoas descansando sob a sombra das árvores ou das áreas cobertas dos mosteiros ao redor da estátua.

O lugar é um daqueles em que a pessoa sente que está verdadeiramente no Japão - mais típico impossível. Trata-se de um templo budista, cuja atração principal é a estátua feita de bronze, provavelmente datada da década de 1250 DC. Há jardins, fontes de água, conventos/monastérios e o próprio interior da estátua para visitar.










As pessoas levam oferendas (como a melancia que aparece numa das fotos que tirei) e adotam uma postura de meditação ou oração enquanto estão por ali - tudo muito silencioso.

Eu, depois de dar minhas voltinhas e bater umas fotos (até no Instagram postei, de emocionado que estava), aproveitei a calmaria do lugar para experimentar o lanchinho que tinha comprado numa loja de conveniência, mais cedo pela manhã: esse triângulo de arroz, recheado com salmão e enrolado em folhas de algas.


Para mim, esse foi o lugar para agradecer por ter conseguido fazer a viagem até o Japão de maneira tão tranquila, com tudo dando certo, e de sentir o presságio de que seriam ótimos sete dias de passeio por terras nipônicas.

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