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Mostrando postagens de fevereiro, 2011

Cerro Sta Lucía e arredores

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Ao contrário do que muita gente imagina antes de ir para Santiago, inclusive eu, a cidade é bem plana, embora seja rodeada de montanhas. Há apenas duas elevações significativas no meio da cidade: o Cerro San Cristobal, onde ficam o zoológico, o santuário da Virgem, o Parque Metropolitano, o funicular e o teleférico, e o Cerro Santa Lucía , bem menor, mais na região central da cidade. O Cerro Santa Lucía era um morro rochoso sem quase nada em cima, até que o Prefeito McKenna, ainda no século XIX, providenciou a construção de um grande parque urbano, bem ao estilo da época. Fez do lugar uma sequência de pátios, fortes com torres que servem como mirantes, fontes d'água, chafarizes, jardins com plantas exóticas e o próprio mausoléu, onde está enterrado até hoje, tudo interligado por escadarias (existia um elevador ao estilo "torre Eiffel", mas está desativado). Esse mesmo cerro aparece no livro de Charles Darwin, "The Voyage of the Beagle", onde o naturalist

Providencia, Vitacura e Las Condes

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Os bairros mais ricos da zona norte de Santiago, respectivamente a Providencia, Vitacura e Las Condes, não têm tantas atrações turísticas para quem busca museus, prédios históricos ou vinícolas, mas são um bom lugar para entretenimento cultural e compras. A cidade, naquela parte, parece com qualquer grande cidade americana, com prédios espelhados altíssimos, escritórios de empresas multinacionais, grandes shopping centers e parques com gramados verdes a perder de vista. O metrô não chega além da Escola Militar (prédio acima), e por isso é preciso usar táxi ou ônibus para circular na maior parte de Vitacura e Las Condes. Em duas das três vezes em que estive em Santiago dei uma passada no Parque Arauco , que parece ser o shopping mais interessante da cidade, com uma praça de alimentação do lado de fora (quase nunca chove por lá mesmo...) e um andar inteiro só com coisas para casa, na parte mais alta do lugar. Para quem tiver estômago, há um "estilingue humano" do lado de

Estadio Nacional

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O Estadio Nacional de Santiago, no Chile, é um dos estádios de futebol mais famosos do mundo. Foi lá que o Brasil se sagrou bicampeão mundial, na Copa de 1962. O lugar tinha sido construído bem antes desse evento, em 1938, com inspiração no Estádio Olímpico de Berlim. O estádio também ficou famoso por um uso indevido de suas instalações: a ditadura de Pinochet chegou a usá-lo como campo de prisioneiros, nos dois meses seguintes ao golpe que derrubou o Presidente Allende, em 1973. Não há linha de metrô com estação próxima ao local, por isso o jeito é usar um táxi ou um ônibus urbano para chegar até lá. Minha "visita" ao lugar, na verdade, foi para assistir a um jogo do Grêmio pela Libertadores de 2009, ainda na primeira fase, contra o Universidad de Chile. Embora a equipe tenha como sede um estádio menor, na zona oeste da cidade, as exigências da Conmebol impuseram que o jogo se realizasse nesse estádio, que é público. Depois de uma cervejada preparatória para o jogo, desde a

Mercado Público de Santiago

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O Mercado Público em Santiago é um dos mercados mais legais em que já estive. Embora as opções de restaurantes sejam um pouco restritas, porque o tal de "Donde Augusto" tomou conta da maioria absoluta dos espaços disponíveis para locação, praticamente monopolizando o atendimento, há bastante bancas vendendo de tudo um pouco, especialmente frutos do mar. No dia em que estive lá pela primeira vez, quando fui ao jogo do Grêmio, o pessoal sabiamente seduziu os turistas brasileiros colocando bandeiras do Grêmio e saudações aos torcedores em vários lugares. Quando a pessoa senta numa mesinha daquelas, os garçons sempre tentam a todo custo convencer o cliente a pedir a tal de centolla , um crustáceo meio lagosta, meio caranguejo, que custa pelo menos R$ 100 para dois comerem. Apesar dessa forçação de barra, dá para escolher coisas bem mais baratas. O prato mais típico do pobre chileno, como o próprio nome já diz, é o "lomo a lo pobre". O troço é para profissionai

Museus em Santiago

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Santiago tem bastante museus interessantes, com atrações bem diferentes entre um e outro. Além do Museu Histórico Nacional, do qual falei no post passado, e que fica bem em frente à Plaza de Armas, contando a história do país desde a Colônia até a República, existe um outro museu bem menor, chamado Museo de Santiago , que conta a história da capital chilena desde a fundação até os dias atuais. O lugar é essa casarona avermelhada, na Calle Merced (foto no início do post), em direção oposta ao antigo Congresso Nacional. Há várias maquetes com a evolução da cidade, mas como o próprio guia Lonely Planet define o lugar, as exposições são um pouco amadoras. Esse foi outro lugar em que só valeu a pena entrar porque fomos no domingo pela manhã, quando o ingresso não era cobrado. Na região central da cidade, no entanto, existe um museu que eu recomendo bastante. É o Museo Chileno de Arte Precolombino , que fica próximo ao antigo Congresso e que também tem entrada franca aos domingos. M

Centro de Santiago

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O centro de Santiago, ao contrário do que pode sugerir uma cidade com milhões de habitantes e conhecida pela poluição e pelos engarrafamentos, é um lugar relativamente tranquilo e fácil de conhecer a pé. Apesar de haver muito movimento nas peatonales (calçadões), especialmente o Paseo Ahumada, onde se concentram a maior parte das lojas de departamentos, de sapatos e de moda feminina, as demais ruas têm um movimento normal. Para conhecer as principais atrações dessa parte da cidade, não é preciso caminhas mais do que umas seis quadras. O trecho entre a Plaza de Armas, o Palacio de la Moneda, o antigo Congresso Nacional e a igreja de Santo Domingo concentram a maior parte dos museus, prédios públicos, templos e monumentos dessa parte mais tradicional de Santiago. Ao redor da Plaza de Armas (cuidado para não dar muita bobeira, pois apesar da tranquilidade e das rondas de policiais turísticos, há avisos para se precaver contra batedores de carteira), estão a Municipalidad (prefeitu

Concha y Toro

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Depois de alguns meses narrando como foi o mochilão que fiz com os amigos pelos Bálcãs, em julho de 2010, vou retomar os posts sobre o Chile, que estava desenvolvendo até meados de agosto do ano passado. Já havia escrito alguma coisa sobre como chegar ao Chile, onde ficar em Santiago , relatos sobre o bairro de Bellavista , a Casa de Neruda em Santiago, o Cerro San Cristobal , além do Valle Nevado (na volta do mochilão pelo Atacama) e outras impressões iniciais sobre a cidade. Agora, depois dessa overdose de Croácia, começo por um dos passeios mais procurados por quem vai a Santiago: o tour pela vinícola mais famosa do Chile, a Concha y Toro . Inicialmente, é importante destacar que o tour precisa ser previamente agendado . Para isso, é preciso entrar no site da empresa e preencher o formulário, disponível em http://www.conchaytoro.com/visit-us/. A sede original da Concha y Toro, lugar onde até hoje parte da produção da empresa é guardada e em que a visitação é feita, fi

Taksim e despedida

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Na nossa última noite de viagem, um sábado, decidimos sair jantar e conhecer a região mais central da parte nova de Istanbul, os arredores da praça de Taksim. O táxi deu umas boas voltas para chegar até o lugar, porque o trânsito fica interrompido nas noites de final de semana em boa parte da ruas do centro, que ficam cheias de gente andando para lá e para cá até altas horas. Quando descemos, bem no olho do furacão, ainda levamos uns bons minutos para conseguir atravessar a rua ao redor da rótula central da tal praça, tal era o movimento de carros e táxis por ali. A primeira impressão foi a de uma muvuca gigantesca - uma saída de jogo de futebol ou uma chegada para um show. Como não conhecíamos muita coisa nem tínhamos nos informado sobre onde comer, pela primeira vez na viagem fizemos uso de uma lanchonete de franquia internacional: um Burger King bem em frente à praça. (Meses depois, já no Brasil, vi o mesmo lugar numa foto de internet mostrando um atentado em que uma mulher bomba se

Um pulinho na Ásia

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Já na hora de arrumar as malas em Zagreb, tomamos uma decisão inteligente: despachar os mochilões maiores direto para São Paulo e passar a noite que teríamos em Istanbul apenas com as mochilinhas menores de passeio - uma muda de roupa, necessaire só com produtos pequenos que poderiam ser embarcados na cabine do avião e documentos. Como seriam apenas umas 20 horas na cidade turca, até o voo para o Brasil no dia seguinte, não valia a pena todo o transtorno de ficar esperando as mochilas na demorada esteira do aeroporto de Istanbul, para no dia seguinte ter de encarar novamente uma fila de check in para despachar a bagagem. Como estaríamos com os cartões de embarque já certos até nosso destino final, em Porto Alegre, era só chegar na hora do voo sair e fazer a imigração rapidinho. Antes de pegar o voo em Zagreb, contudo, ainda tínhamos uma missão quase impossível: nos livrar das kunas, o dinheiro croata, que não serviriam para nada fora do país e que dificilmente conseguiríamos tro

Zagreb - parte II

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O albergue que reservamos em Zagreb foi uma grata surpresa. O tal Hobo Bear tinha bem cara de albergue: ficava no subterrâneo e num andar de um prédio residencial clássico, antigão, bem no centro da cidade, a menos de quatro quadras da praça principal. Tanto a área de uso comum (essa que aparece na foto acima) como nos quartos do andar subterrâneo, a impressão era de estar numa adega (ou numa prisão, hehehe). Com o clima chuvoso e fresco do lado de fora, o lugar parecia ainda mais aconchegante. Um cachorrão peludo desses bem pacatos, que vão com qualquer estranho, circulava por ali como que sendo uma atração para os hóspedes brincarem e ficarem passando a mão. Um barzinho com cerveja numa temperatura bem melhor do que a média das lojas da Croácia, internet liberada, TV com Sky num sofazão e uns guias de viagem para compartilhar completavam a área social. Nos quartos, dois beliches num espaço um tanto apertado (como o teto é baixo, quem tem claustrofobia pode até se assustar), mas tudo

Zagreb - parte I

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Em termos turísticos, Zagreb não faz jus ao posto de capital de um dos países mais bonitos da Europa. Por mais que os guias escritos se esforcem para dizer que vale a pena ficar mais do que um dia na cidade, a impressão que tivemos de lá não foi das melhores. A cidade tem como atrações principais uma infinidade de museus - nenhum com algo espetacular ou que se compare a algum museu de uma capital da Europa Ocidental; um centro histórico restaurado cheio de igrejinhas, prédios públicos, casas onde viveram personalidades locais e ruas com o calçamento de antigamente; parques e ruas largas projetados na época em que o país pertencia ao Império Austro-Húngaro e uma pretensão de ser uma capital que une elementos da Europa Oriental e da Ocidental (como quase todas as cidades da ex-Iugoslávia). Embora menor, Ljubljana, na Eslovênia, por exemplo, é bem mais interessante... O que Zagreb tem, de fato, é uma grande semelhança com Viena. As ruas com bondes elétricos para lá e para cá, os cafés e p