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Mostrando postagens de março, 2008

Madrid: o domingo

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Domingo sempre é um dia diferente em relação aos demais, em qualquer lugar em que se esteja. O ideal é procurar deixar para esse dia passeios ou atrações que só acontecem nele. Foi isso que procuramos fazer. Depois da noite na Pacha , acordamos um pouco mais tarde do que no dia anterior. Na verdade, fomos acordados pela faxineira, que entrou quarto adentro dizendo que tínhamos tantos minutos para sair. Descobri, em alguns minutos, que tínhamos que trocar de quarto, deixando o de 2 pessoas para passar para um de 4 pessoas, conforme nossa reserva original. Perdemos até o café da manhã. Saímos do albergue por volta das 10h30 e fomos direto para a estação de metrô, onde se deu aquele episódio narrado no post anterior de encontrar, por acaso, o meu amigo que estaria em Madrid no mesmo dia. Nosso objetivo era ir até um "mercado de pulgas", feirinha estilo "Brique da Redenção" que acontece na cidade todos os domingos de manhã. O nome do mercado de rua é E

Madrid: a noite

Depois de um sábado cheio de passeios, voltamos do Santiago Bernabeu para o albergue, novamente pelo metrô. Estava quase anoitecendo, mas como as coisas só acontecem na Espanha bem mais tarde do que aqui, decidimos dar uma sesteada para só depois jantar e sair à noite. Isso, na minha opinião, é essencial para aproveitar bastante em países com hábitos mais noturnos, como Espanha, Argentina, Uruguai, etc. Depois de passear um dia inteiro, normalmente você estaria caindo de cansado para jantar e ainda sair, mas uma dormida de uma hora já é o suficiente para revigorar os ânimos . Comemos uma pizza na pracinha próxima ao albergue, no fim da Calle Espíritu Santo e já começamos de leve na cerveja. Na noite anterior, já tínhamos visto como funciona a noite naquela região: o pessoal fica indo de bar em bar, bem à vontade, para só depois entrar em algum lugar do estilo boate. Antes de sair, pegamos umas dicas com o pessoal que trabalhava no albergue. Foi aí que eles nos deram uma

Madrid: o Prado, o Retiro e o Real

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Nosso segundo dia em Madrid, após a primeira noite no albergue, foi intenso. Acordamos cedo, por volta das 7hs, para tomar café da manhã e em seguida já estávamos na rua. O sábado amanheceu bonito e não tão quente quanto o dia anterior. O objetivo era iniciar o dia conhecendo pelo menos museus mais famosos da cidade - o Prado ou o Reina Sofía . Antes, porém, aproveitamos para ir direto até a estação de Atocha descobrir como funcionava o esquema dos trens para ir até Toledo, dois dias depois. Tranqüilizados em saber que não era muito difícil e que havia trens partindo quase de hora em hora, deixamos para comprar as passagens no dia em que decidíssemos fazer aquele passeio. Os muses do Prado e Reina Sofía ficam a poucos metros de Atocha. Preferimos ir visitar o Museo del Prado , mais tradicional e famoso do que o outro. Passamos pelo Jardim Botânico que há ao lado e chegamos minutos antes de serem abertas as portas. Há duas entradas para o museu: uma para o acervo perma

Madrid: a língua

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Ao contrário do que alguns ainda pensam, não se fala só espanhol na Espanha. O país, como quase todos da Europa, foi formado através da reunião de vários reinados, principados, ducados e condados menores, com características, língua e cultura próprias. Por alguma questão histórica, um povo se sobrepôs sobre os demais na formação desse Estado e acabou impondo a sua língua como o idioma nacional, através das escolas, do serviço militar, dos funcionários públicos, das leis e, mais recentemente, da cultura de massa, da TV, etc. O que conhecemos como “espanhol”, na verdade, é o castelhano, língua da região de Castilla La Mancha e Castilla y León , que circundam Madrid. Essa é que, de fato, tornou-se a mais falada e, inclusive, foi exportada para as colônias espanholas na América Latina e no resto do mundo. Além do castelhano, entretanto, há outras 3 línguas com presença muito forte no país, consideradas também como línguas oficiais onde são usadas: o catalão (falado na Catalunha, onde f

Madrid: o centro

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Depois de tomar um banho e dar uma esticadinha nas pernas por alguns minutos, no albergue, passamos a mão na mochila de passeio e saímos para conhecer o centro de Madrid. Pegamos o metrô até a estação da Porta do Sol , considerada o centro do país. O lugar estava meio em obras e não pudemos ver muita coisa por ali. Na pracinha que há no meio, fica o “marco zero” das rodovias espanholas. A foto abaixo peguei no Panoramio : mostra um urso tentando alcançar um madroño com a boca – é o símbolo da cidade e também fica nesse lugar. A cerca de umas duas quadras dali fica a Plaza Mayor , um dos pontos mais conhecidos da cidade. É uma praça retangular totalmente cercada por prédios históricos, sem qualquer árvore ou área verde, realmente muito bonita. O centro de Madrid mostra muito da influência árabe no país. A Espanha só conseguiu expulsar os muçulmanos no século XV, mas as centenas de anos que eles passaram por lá não ficaram em branco. Da Plaza Mayor, fomos caminhando meio

Madrid: o albergue

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Sair de uma estação de metrô numa cidade completamente desconhecida é sempre uma experiência surpreendente. Como as estações quase sempre ficam em áreas movimentadas, é inevitável o impacto de, saindo do subterrâneo, dar de cara com um lugar com um estilo todo próprio, nunca visto por você antes, cheio de gente, placas de trânsito, prédios históricos. Em Madrid não foi diferente. Saímos na estação Tribunal e a primeira sensação era de estar meio perdido. Por mais que se saiba no mapa onde se está, leva alguns minutos até perceber que direção tomar para chegar ao destino desejado. Conseguimos identificar as placas da rua por onde teríamos que seguir até o albergue e iniciamos a caminhada. Tínhamos reservas pagas no Pop Hostel , que fica na Calle Espíritu Santo, no bairro de Malasaña. Para chegar até, saímos da avenida relativamente movimentada ao lado da estação e nos enveredamos por ruazinhas nas quais só passavam carros pequenos, de vez em quando. Calçadas estreitas, ruas pequeninas

Madrid: o metrô

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Madrid é um dos lugares mais fáceis de se deslocar usando o transporte público, na minha opinião. E, por transporte público, entenda-se metrô. A rede de metrô é bem ampla, com 12 linhas, muitas estações, a maioria a poucas quadras uma da outra. Os túneis das conexões são bem menores que na maioria das cidades européias, o que significa menos tempo andando naqueles subterrâneos. Como eu já disse antes, quase tudo é bem moderno e, sobretudo, limpo. O sistema utilizado é igual ao de Buenos Aires, com linhas simples (só um trem por linha), com catracas de acesso. Muito fácil. As informações mais detalhadas e os mapas podem ser conseguidos direto no site do Metro de Madrid e, em quase todas as estações, nos pontos de informação. Para mochileiros em Madrid, a dica é comprar um abono turístico . Trata-se de um bilhete de uso ilimitado em toda a rede de metrô da cidade, por um preço bem menor do que se você comprasse bilhetes simples para cada viagem que faz. Há várias

Madrid: de Barajas ao centro

Quando o avião começou a sobrevoar a Espanha, tivemos a impressão de que estávamos chegando num deserto. Não se vê um só rio, uma floresta verdejante, nada. Só rochas escuras, solo arenoso e alguns arbustos. Mais perto de Madrid, começam a aparecer modernas e movimentadas auto-estradas, mas a paisagem não muda muito. O friozinho na barriga foi aumentanto. Começaríamos de vez nosso mochilão. Aterrissamos por volta das 14h no aeroporto de Barajas (sigla MAD) , famoso aqui no Brasil pelos recentes problemas com brasileiros na imigração. A saída do vôo foi muito tranqüila, parecia que o aeroporto, muito mais moderno que o de Malpensa, estava quase vazio. Pegamos nossas mochilas (dá um alívio ver que elas chegaram inteirinhas de São Paulo até ali!) e começamos a procurar com os olhos onde teríamos que passar para colocar algum carimbo no passaporte. Todas aquelas dicas a respeito de Espaço Schengen eu só aprendi depois dessa viagem. Até então eu sabia que não havia contr

O vôo e a chegada na Europa

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Embarcamos na hora marcada. A primeira impressão do avião foi muito boa. Espaçoso nos corredores, música ambiente legal, funcionários atenciosos... Comparando com um vôo que tinha feito pela TAP meses antes, o Rafael achou aquele bem melhor, especialmente com relação às poltronas. À medida que o pessoal foi entrando, percebemos que sairíamos com o vôo lotado. Tínhamos escolhido uma janela e a cadeira ao lado, mas a do corredor acabou sendo ocupada por um boliviano que nunca levantava para fazer nada, obrigando-nos a acordá-lo e a pedir licença todas as vezes que quisemos sair. Apesar da exatidão do horário do embarque, logo em seguida o comandante avisou que a autorização para decolagem só sairia em meia hora, pois havia 10 aviões na nossa frente para usar a pista. Motivo: congestionamento na área de controle de Brasília (ouviríamos muito isso meses mais tarde). Após a decolagem, liberaram o sistema de entretenimento (telas individuais com programação de filmes, animações, músi

A partida

Programamos nossas férias para começar no dia 11 de setembro de 2006, uma segunda-feira, justamente para emendá-las com o “feriadão” que se iniciava no dia 7 de setembro, na quinta-feira anterior. O final das minhas férias de 30 dias, da mesma forma, poderia ser emendado com o feriadão de 12 de outubro. O vôo partiria na manhã do próprio dia 7, de Porto Alegre, com conexão em Guarulhos. Em razão disso, tínhamos que ir de Santa Maria para a capital ainda na quarta-feira, no final da tarde. Já de posse de todas as passagens aéreas, reservas pagas de albergues para os dias em que viajaríamos juntos e do seguro-saúde, foi só fechar a mochila e começar a viagem. Como o Rafael deixaria o carro em Porto Alegre, fui de carona com ele até lá, numa viagem tranqüila. Dias antes, já tinha combinado com um amigo que mora no Centro de ficar na casa dele até a manhã seguinte; o Rafael ficaria nuns parentes. Foi difícil dormir naquela noite. A expectativa era grande. O medo de ter esquecido alguma coi

Como ficou meu roteiro

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Inicialmente, como eu tinha dito num post anterior, meus planos estavam mais direcionados a uma viagem pela Itália, Espanha e, talvez, Croácia. Com a adesão do Rafael, acabamos estendendo a viagem à Alemanha e à República Tcheca - a primeira porque alguns amigos dele estariam por lá, para a Oktoberfest, e a segunda porque tinha ouvido falar que era muito legal de conhecer. Levamos nossos planos ao mesmo agente que já tinha organizado uma viagem anterior do Rafael à África do Sul, Austrália e Nova Zelândia, da STB de Porto Alegre (agência do Moinhos de Vento). Repassamos a seqüência de cidades que queríamos conhecer, as datas em que deveríamos estar em cada um dos lugares e o momento em que o Rafael retornaria ao Brasil e em que eu seguiria viagem sozinho, para visitar minha prima na Itália e conhecer lugares ao redor. De posse dessa informação, o Ricardo (agente da STB) pesquisou opções de vôo internacional e dos vôos internos, com base em algumas exigências nossas, depois devolvendo

Dicas para escolher um albergue

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Escolher um bom albergue nem sempre é fácil. Quanto maior a oferta, maiores as dúvidas. Há lugares em que é extremamente difícil chegar a uma conclusão, como Paris (a maioria tem muitos defeitos, e você acaba tentando escolher aquele que parece ter menos). Em outros lugares, há algumas quase unanimidades. De qualquer forma, algumas questões devem ser levadas em consideração para orientar sua escolha. 1º - Você realmente quer ficar num albergue? Não é todo mundo que gosta de albergue. A falta de privacidade e de serviços oferecidos em hotéis incomoda muito alguns, principalmente se estão viajando em casal. Quem busca albergue quer simplicidade, baixo custo, conhecer gente e não se importa com barulho. Se esse não é seu perfil, quem sabe não é melhor procurar um hotelzinho mais barato, como aqueles da rede Íbis , ou até mesmo um mais simplesinho perto de uma estação de trem – a diferença em dinheiro acaba não saindo tão grande se você está em 2 pessoas (se estiver sozinho, aí sim sai ca

Dicas para comprar sua passagem Brasil - Europa

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O melhor lugar para encontrar dicas detalhadas sobre como conseguir passagens aéreas baratas, por companhias confiáveis, nos melhores horários e com os melhores serviços é o blog Aquela Passagem! , que aparece nos links recomendados ao lado. Mesmo que aquele site trate exaustivamente sobre essa questão, tenho algumas opiniões e dicas a respeito, especificamente, da escolha da melhor passagem entre Brasil e Europa, considerando a relação custo-benefício. Conhecendo as companhias que fazem o trajeto O primeiro passo é conhecer quais são as opções de companhias que operam entre a América do Sul e a Europa. Sim, digo América do Sul e não Brasil, porque conforme o lugar que você mora e a época do ano que vai viajar, pode sair mais barato viajar a partir de um país vizinho. Buenos Aires é um dos lugares que oferece as melhores opções para quem mora no Sul, via Aerolineas Argentinas . Quem mora no Norte pode descobrir opções legais via Venezuela ou até mesmo via Guianas. Para saber quais s

Dicas para fazer um roteiro

Fazer um roteiro legal requer muita dedicação. É um esforço prévio que você faz para poder aproveitar ao máximo a sua viagem enquanto ela acontece, sem ter que se estressar com questões de última hora, em lugares onde você não vai ter acesso fácil a um computador e a um telefone. No meu primeiro mochilão pela Europa, confesso que não fui tão organizado. Sabíamos por onde queríamos passar e quando tínhamos que voltar; o resto foi-se definindo mais conforme os vôos internos e as reservas do que em função de qualquer outra coisa. Já no segundo, depois de aprender muita coisa com o primeiro, adotei junto com meus amigos uma técnica, que pretendo passar aqui como dicas para organizar um roteiro. 1º PASSO – DEFINA OS DIAS DE IDA E DE VOLTA Não tem escapatória. Você precisa definir uma data de ida e uma data de volta , até porque passagem de retorno é item obrigatório na imigração. O fator preponderante nessa definição costuma ser o seu trabalho, ou seja, a data de suas férias. Além disso, n