Postagens

Mostrando postagens de abril, 2010

Início do segundo dia

Imagem
A noite acabou passando ligeiro. Eu consegui dormir bem, mas o Rafael disse que passou muito calor no início, quando estava com muita roupa, e muito frio depois, quando tirou algumas cobertas. Eu só me acordei para ir ao banheiro no meio da madrugada – efeito do vinho – e pelas 5 da manhã, quando o Diego, com o celular ainda no fuso horário brasileiro, nos acordou já pronto para sair achando que estava na hora certa. Foi só convencê-lo de que ainda tínhamos algum tempo a mais para dormir que voltamos ao sono. Como me preparei bem – e isso é importante nessa viagem – não passei desconforto. Dormi com aquela malha de underwear polar por baixo de tudo, com calça e um casaco, além da coberta do alojamento. Deixei as pilhas da máquina fotográfica junto ao travesseiro, para que não estivessem “paradas” no início da manhã. Ao acordar, só troquei a parte de cima da roupa, colocando o casacão, o cachecol e as luvas, e reacomodei as baterias na câmera. A mochila já estava quase pronta para volta

Primeira noite no tour

Imagem
Deviam ser umas 16hs quando deixamos a ilha do pescado, depois de várias tentativas de fazer fotos engraçadinhas brincando no salar. A saída da ilha do Pescado se faz em direção à margem sudeste do salar de Uyuni, que fica relativamente mais próxima da ilha do que a margem nordeste, por onde havíamos entrado pela manhã, no início do tour. Assim que saímos do salar, começamos a andar por estradas de chão que, embora pareçam mais trilhas de aventureiros no meio do deserto, são as únicas estradas que existem na região quase totalmente desabitada. Aqui, a paisagem é árida e poeirenta, ao contrário do salar, que tinha pouco pó no ar e até evocava algo de praia. No caminho, lembro de termos passado por dois sustos. O primeiro foi que uma mulher boliviana, vestida a caráter, apareceu do nada do meio da estrada fazendo sinal para que o motorista parasse, toda esbaforida. Eles trocaram algo num espanhol bem rudimentar, incompreensível para nós, que depois foi explicado como sendo um pedido para

Isla del Pescado

Imagem
O trecho entre o hotel de sal e a Isla del Pescado, se bem me lembro, é o mais longo que se anda por dentro do salar. Ali sim se tem a noção de estar no meio do nada, indo para lugar nenhum, já que a vista nos 360° ao redor do veículo é basicamente igual: um mar branco sem fim, com montanhas ao longe, tudo coberto por um céu azul. Como eu já fiz questão de destacar num dos posts sobre a preparação da viagem, é essencial levar óculos escuros, de preferência polarizados, para não perder essa vista toda. A claridade é muito forte e uma dor de cabeça acaba se tornando algo quase inevitável se a pessoa não levar um óculos. Chegamos à Ilha do Pescado um pouco depois das 13h. O guia e motorista “Edson” estava preocupado em não chegar muito depois dos demais veículos, porque dizia que à noite quem chegava primeiro garantia as melhores acomodações nos alojamentos noturnos em San Juan, enquanto que os últimos podiam até mesmo ficar sem alojamento, tendo que dormir na caminhonete. O almoço era su

Nem tudo são flores no Salar

Segue reportagem publicada no Zero Hora dominical desse final de semana, relatando o caso de brasileiros que foram feitos reféns de manifestantes bolivianos enquanto faziam o tour pelo sudoeste boliviano, o mesmo que estou contando aqui no blog: " Foi um dos piores dias da minha vida", relata jornalista feito refém na Bolívia Com outros turistas, jornalista de ZH foi retido e ameaçado por nove horas na fronteira com o Chile Luciano Peres | luciano.peres@zerohora.com.br Foi, sem dúvida alguma, um dos piores dias da minha vida. Por nove horas, na última terça-feira, eu e outros 90 turistas estrangeirosviramos reféns de manifestantes, sofremos ameaças, passamos fome e frio e nos defrontamos com a intolerância e o desrespeito aos direitos do próximo, em um episódio que expõe a insegurança e a ausência do Estado na Bolívia do presidente Evo Morales. – Foi aterrorizante – resumiu um companheiro de infortúnio, o moçambicano Ricardo Pereira, 24 anos, que, com a namorada, a portuguesa