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Mostrando postagens de junho, 2012

Alcázar de Sevilla e a Judería

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A uns poucos passos da Catedral de Sevilla e do Archivo de Indias, está a entrada do Real Alcázar de Sevilla, um dos palácios pertencentes à Família Real Espanhola e que foi inclusive usado como local das núpcias de uma das princesas daquele país, há alguns anos.  O Alcázar é mais um dentre vários outros palácios conquistados pelos cristãos no século XV, que originalmente tinha sido um sítio romano, depois visigodo, ampliado pelos árabes na época da Andaluzia muçulmana e que, por fim, caiu nas mãos dos espanhóis.  De certa forma, tem muitos elementos que podem ser encontrados em todos os demais castelos da região, inclusive na Alhambra de Granada. (Não cheguei a conhecer a Alhambra, mas nas palavras do Harold, que tinha estado lá algumas semanas antes da nossa visita, o castelinho em Sevilla não perde muito para o de Granada em relação aos detalhes e aos jardins, embora seja menor). Uma das coisas que chama a atenção é o uso da água na decoração. Como a Andaluzia

Tapas

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Passar pela Espanha e não experimentar vários tipos de tapas é um verdadeiro crime. Tapas, que hoje em dia já são famosas em vários lugares do mundo, inclusive aqui no Brasil, nada mais são do que porções pequenas de petiscos, tira-gostos, queijos, presuntos, azeitonas, etc. A grande diferença é a qualidade desses ingredientes, que são tipicamente mediterrâneos e lá estão no seu melhor estado. Geralmente, qualquer bar na Andaluzia tem um menu, um cartel na parede, anunciando o preço das porções de jamón ibérico, queijos típicos, bacalhau defumado, linguiças, frutos do mar fritos e mais outras tantas coisas conforme o tamanho: ración (porção inteira, que serve duas pessoas), media ración (individual) e tapa (porção pequena, para ser complementada com porções de outras coisas). É comum também, por conta de uma rede chamada 100 Montaditos, pedir um “montadito”, que seria o ingrediente da tapa colocado dentro de um pãozinho, do tamanho de uma bisnaga. Tapas geralmente são

Semana Santa em Sevilla

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As procissões de Páscoa de Sevilla são as mais tradicionais do mundo e, exatamente por isso, atraem centenas de milhares de turistas todos os anos. A cidade fica no seu grau máximo de ocupação, sendo a Semana Santa considerada o pico da alta temporada por lá. O evento só rivaliza com a Feria de Abril, que ocorre alguns dias depois, e ainda é coroado pela abertura da temporada de touradas. As procissões começam no Domingo de Ramos, 7 dias antes da Páscoa, um dia em que a cidade ainda não tem tantos turistas, mas no qual parece que todo mundo sai de casa com a melhor roupa de domingo para curtir, em família, o início das comemorações. Sentimo-nos até meio deslocados por ver tanta gente de terno azul marinho e gravata na rua, principalmente os jovens. Quem olha acha que estavam daquele jeito só para ir à missa, mas na verdade a maior parte do tempo é passada em pé, nas ruas e nas praças, bebendo cerveja com os amigos, os pais, os demais familiares. Já uns três ou quatro

Flamenco

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O flamenco é o estilo de música e dança mais representativo de toda a Espanha e tem em Sevilla o seu centro de maior disseminação. O flamenco tem origens relacionadas aos ciganos, aos mouros e aos judeus, povos que foram perseguidos depois da Reconquista e que seguiram às margens da sociedade por muitos anos. Mesmo não sendo considerado como uma arte até pouco tempo, sempre foi o estilo popular preferido dos andaluzes. Assim como aqui no Rio Grande do Sul uma rádio do interior tende a tocar música gauchesca e de bailão para agradar os ouvintes, na Espanha o estilo mais tocado é o flamenco. Assim como ocorre com o samba no Rio de Janeiro e o tango em Buenos Aires, o flamenco é, também, uma atração turística. Por isso, existem muitos shows voltados a turistas, geralmente vinculados a um jantar e um transfer de ida e volta até o hotel, onde são feitas apresentações que nem sempre são do gosto dos puristas. Essa questão leva a um dilema frequente para quem visita Sevilla e q

Sevilla das exposições

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A paisagem urbana de Sevilla é fortemente marcada pelos legados de dois grandes eventos que ocorreram na cidade: a Exposição Iberoamericana de 1929 e a Exposição Universal de 1992 A primeira delas envolveu 13 países de língua portuguesa e espanhola da América Latina, além de Portugal e Marrocos, e províncias e regiões da própria Espanha,  num evento que durou cerca de 1 ano. Para que os países e regiões fizessem suas mostras, foram criados vários pavilhões individuais, em diferentes estilos, sendo que o mais famoso é o Pabellón Mudéjar, esse que aparece na foto abaixo . Mudéjar é o nome que se dá ao estilo que surgiu na Andaluzia após a Reconquista, quando arquitetos com experiência em construções árabes foram contratados para fazer obras civis para os cristãos, mesclando influências das duas culturas.  Outro dos marcos mais importantes da Exposição de 1929 é a Plaza España, uma espécie de panteão onde estão representadas as cidades mais importantes do país em nichos orn

Catedral nos detalhes

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Para muita gente, igreja é tudo meio igual. Aliás, quem costuma viajar para a Europa, não se surpreende mais com muita coisa nessa área, dada a grandiosidade dos templos em Roma, Paris, Londres, e por aí vai... Mas, como mencionei no post anterior, a Catedral de Sevilla é a maior catedral gótica do mundo e, como este é o estilo arquitetônico mais rico em detalhes e mais interessante para os que gostam de tudo que é relacionado à Idade Média, a vampiros e a filmes de terror, vale a pena prestar mais atenção e deixar pelo menos uma hora e meia para conhecer bem todo o lugar. Das naves internas, do coro e do Monumento de Colombo, eu já falei... Mas de um jacaré de verdade, empalhado e pendurado no teto de um dos corredores externos da igreja, que é um dos pontos mais curiosos do lugar, ainda não. Teria sido presente de um rei africano... O pátio externo, chamado de Patio de los Naranjos, é um bom lugar para dar uma descansada depois de subir a Gir

Sevilla e a Descoberta da América

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Para quem curte história, Sevilla traz muita coisa relacionada ao período das grandes navegações dos séculos XV e XVI, inclusive no que diz respeito à Descoberta da América, em 1492. Naquela época, sob o patrocínio dos Reis Católicos, Cristóvão Colombo deixou a Espanha em embarcações que hoje são reproduzidas em miniatura no museu dentro da Torre del Oro. Essa torre é uma fortificação militar em formato dodecagonal (12 lados), construída originalmente pelos árabes e depois tomada pelos espanhóis, que fica nas margens do Rio Guadalquivir. Embora não seja muito alta (acredito que equivalha a um prédio de uns 8 andares), o lugar serve para que se tenha uma boa vista do rio e do centro histórico da própria cidade. Lá dentro, além de réplicas de barcos, há um pouco da história das navegações na época do Império Espanhol. O corpo de Cristóvão Colombo está "enterrado" dentro da Catedral de Sevilla. As aspas ao enterrado se justificam, porque na verdade os se