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Mostrando postagens de dezembro, 2008

Berlin - Copa, Muro e Knut

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Nossa terceira manhã em Berlin começou cedo, com um bom café da manhã e um tempo aberto, igual ao da primeira manhã de passeios. Como não tivemos tempo suficiente para fazê-lo na volta de Potsdam, como planejado, decidimos ir visitar o Estádio Olímpico de Berlin por primeiro. O estádio, que também foi a sede da final da Copa de 2006, tem muita história. Foi nele que se realizou a mais polêmica Olimpíada de todos os tempos. Os nazistas tiraram proveito político dos jogos pela primeira vez na história, naquela ocasião, mas o fato que mais foi lembrado após o término da competição foi a recusa do líder nazista em entregara medalha de ouro ao negro americano Jesse Owens, vencedor dos 100m rasos contra as expectativas dos alemães. A visitação não é gratuita - paga-se uma taxinha de alguns euros para entrar no estádio como visitante, tendo acesso às arquibancadas e ao local onde ficava a tocha olímpica. Pode-se ver ainda outros elementos do estádio, como um pesado sino de bronze, e placas c

Potsdam

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De Oranienburg, sem parar em Berlin, fomos a Potsdam, no extremo sul da linha de S-Bahn em que vínhamos. Potsdam, embora seja a capital de outro estado alemão (Brandenburg), fica na região metropolitana de Berlin, por isso a ligação por transporte público. É como se Goiânia fosse um pouco mais perto de Brasília. A cidade tem vida própria, governo próprio e, na sua parte mais central, nada que chame muito a atenção. O motivo que nos levou até lá foi o fato de que era nessa cidade em que se encontravam quase todos os maiores castelos da época em que a Alemanha era uma monarquia. Em outras palavras, Potsdam era para Berlin mais ou menos o que Petrópolis era para o Rio de Janeiro. Há castelos espalhados por vários pontos da cidade, mas a maior parte deles (e os mais bonitos) estão concentrados numa área de parque bem legal para caminhadas ou passeios de bicicleta. Não se engane pelo mapa – o troço é grande mesmo e tem até ônibus circulando entre um ponto e outro. Paga-s

Sachsenhausen

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O dia seguinte amanheceu nublado e friozinho. Tomamos nosso café da manhã e nos largamos para Ostkreuz, onde compramos um ticket de passagem que incluía a zona C. Nossos planos para esse dia eram de visitar o campo de concentração de Sachsenhausen, que fica na cidade de Oranienburg, a uns 35km de Berlin, e, pela tarde, ir a Potsdam. Oranienburg fica longe mesmo. Com todas as paradas do S-Bahn, levamos quase uma hora para chegar até lá. Deu para ver bastante floresta no caminho – isso para os que não caíram no sono durante a viagem com o trem quase vazio. Chegamos na estação de trem, ponto final do S-Bahn, e começamos a seguir as plaquinhas que indicavam a direção correta. A presença de outras pessoas, inclusive excursões de colégio, seguindo no mesmo caminho, deu-nos a garantia de que não estávamos indo para o lugar errado. Oranienburg é uma cidade bem pequenina e até sonolenta. Não se vê movimento algum, a não ser o dos turistas indo até o campo, que fica bem longe da

FELIZ NATAL!

FELIZ NATAL A TODOS QUE ME ACOMPANHAM AQUI NO BLOG!!!

Berlin - a divisão

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A escolha de descansar naquela tarde, enquanto chovia, revelou-se acertada. Por volta das 18hs, o tempo já havia melhorado e estávamos descansados para conhecer uma das atrações mais conhecidas da cidade: o Checkpoint Charlie, com o seu museu. Checkpoint Charlie era, na verdade, o posto de controle “C”, no alfabeto aeronáutico. Era o único ponto de passagem entre Berlin Ocidental e Berlin Oriental para estrangeiros não residentes em Berlim e para diplomatas. Os cidadãos locais podiam passar de um lado para o outro através de outros diversos postos de controle ao redor do muro – alguns eram destinados só para cargas, outros só para cidadãos do leste, outros só para fins médicos, e por aí vai. Checkpoint Charlie acabou sendo o mais famoso porque era justamente a porta de entrada dos turistas que queriam conhecer o “lado de lá”. Também acabou ficando famoso por causa de algumas fugas e tentativas de fuga usando credenciais diplomáticas falsas. Nesse posto de controle, dizia

Berlin - continuando

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Após o almoço, chamou-nos a atenção umas lojinhas vendendo bugigangas da antiga Alemanha Oriental. Entramos, olhamos de tudo um pouco, mas compramos muito pouca coisa. Eu aproveitei para levar uma camiseta bem legal, que uso até hoje para sair, mas que não tem a ver com comunismo. O que mais se vende nessas lojinhas são chaveirinhos com um símbolo da nostalgia que os alemães orientais têm da sua pátria comunista: a silhueta do homenzinho verde de chapéu que indicava a passagem dos pedestres no semáforo. Ali perto vimos uma loja da Ferrari. Sim, uma concessionária da Ferrari em pleno centro de Berlin, com três “máquinas” à mostra. Embora a vontade fosse de levar algo um pouco maior, contentei-me em comprar só mais uma camiseta oficial – tão legal que o Rafael acabou comprando uma igual, hehehe. Entramos ainda numa concessionária da Volkswagen do outro lado da rua, só para dar uma olhada nos lançamentos. Até que fiquei feliz de ver que aqui no Brasil, pelo menos nessa marca, te

Berlin - Museumsinsel e parte histórica

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Depois do lanchinho da manhã, seguimos nossa caminhada para a praça que fica logo ao lado da torre da TV. Ao redor dela estão a St Marienkirche, a Rotes Rathaus (Prefeitura Vermelha) e a fonte de Netuno. O que mais gostei, no entanto, foi uma que eu havia esquecido que existia naquela parte da cidade: duas estátuas bem grandinhas de Marx e Engels. Pelo lustro do joelho de Marx, dá para ver que muita gente tira foto sentada no colinho do pai do comunismo... Umas duas quadras mais pro lado, chega-se à igreja de Nikolaikirche. Ao redor dela, havia dezenas de bichinhos de pelúcia do símbolo da cidade: o urso. Alguns passos para baixo e demos de cara com o rio que serpenteia a parte central de Berlin, o Spree. Seguindo por ele, em direção à ponte da Unter den Linden, passamos pelo Palast der Republik, antiga sede do governo da DDR (República Democrática Alemã, vulgo “Alemanha Oriental”). O prédio está sendo demolido, porque, logo depois da reunificação alemã, engenheiros e té

Berlin - primeiras andanças

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Naquela primeira noite em que chegamos ao albergue, apenas tomamos um banho, arrumamos nossas coisas no armário e descemos para conhecer o barzinho do hotel. Era segunda-feira, final de feriadão, e dificilmente encontraríamos algo que valesse a pena na rua. Aproveitamos a cerveja boa e barata (dias depois chegaríamos à conclusão de que, por ser mais barata que água, tomamos praticamente só cerveja enquanto estivemos na cidade) e dormimos. Na manhã seguinte, depois do café, fomos de S-Bahn até a estação mais próxima ao Portão de Brandemburgo ( Brandeburger Tor ), que sai no meio do canteiro da avenida Unter den Linden (“sob as limeiras”), a mais famosa da antiga Berlin Oriental. O dia estava impecável: quase nenhuma nuvem no céu, pouco vento, clima agradável em torno de uns 18°C . Bem diferente daqueles dois primeiros na Dinamarca... Como ainda era cedo, havia poucos turistas no local, que é o mais famoso cartão-postal da cidade e símbolo da reunificação alemã. Além

Berlin - um pouco de história

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Para aproveitar bem um passeio por Berlin, é preciso fazer o dever de casa. Todo mundo, por menor interesse que tenha pela cidade, deve dar uma lida em alguma coisa para entender como funcionava a questão do Muro de Berlin, por que a cidade foi dividida, quais eram os setores mais ou menos e por que as pessoas tentavam fugir de um lado para o outro. Não precisa ir muito longe para tudo isso. Basta dar uma conferida no que existe sobre essa questão (em bom português) no Wikipédia , em verbetes como Berlim , Muro de Berlim , etc. Se souber inglês, melhor ainda, pois as informações são mais completas. Eu confesso que, no início do nosso planejamento da viagem, não sabia direito o que havia para ser visto em Berlin. Acho até que só a incluímos porque ficava mais ou menos no caminho entre Copenhague e Amsterdam e porque ainda não tínhamos conhecido a capital da Alemanha, embora estivéssemos estado em Munique no ano anterior. Como não havia achado nada demais em Munique, em ma

Berlin - Ostkreuz e o albergue

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Foi muito engraçada a reação de espanto da gurizada quando descemos na estação de Ostkreuz , a mais próxima do albergue onde nos hospedaríamos. O lugar parecia que não via uma reforma havia, pelo menos, uns 80 anos. O estilo da estação era bem daqueles do início do século passado, com banquinhos de madeira, a maior parte das passarelas todas descobertas, nada de tecnologia e bastante sujeira. Para completar, ao lado da estação destacava-se um reservatório d’água de metal gigante, todo escurecido pela ferrugem, que à primeira vista parecia mais uma guarita de observação de uma prisão. Inevitável não lembrar de um campo de concentração ou de filmes da 2ª Guerra... Definitivamente, estávamos no que antes era Berlin Oriental – só que parecia que a unificação com o outro lado ainda não trouxe seus efeitos benéficos àquela parte da cidade. O fato de estar escurecendo só contribuiu para o clima sombrio do lugar. Ostkreuz significa “Cruz do Leste”. Nessa estação, construída em f