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Mostrando postagens de maio, 2009

Na estrada até Buenos Aires

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Sempre tenho a sensação de que a viagem propriamente dita só começa depois que saio do Brasil. No caso daquele mochilão a Buenos Aires e Montevideo, isso significa que, 1 minutos depois de sair da rodoviária de Uruguaiana, minha viagem estava começando. Ali, do outro lado da ponte internacional por onde passa quase todo o comércio Brasil – Argentina – Chile, preenchi meu cartãozinho do MERCOSUL e ganhei meu carimbo de 90 dias de turista, apresentando simplesmente a carteira de identidade. Aproveitei para fazer câmbio. É incrível como as cotações são bem melhores em pontos de fronteira entre o Brasil e os vizinhos. Mesmo comprando pesos ou dólares em casas oficiais, com recibo do órgão oficial do governo, o valor pelo qual se troca moedas sai muito mais em conta do que em aeroportos ou no centro de cidades grandes. Geralmente não tem taxa e os valores se aproximam muito do câmbio comercial. Depois disso, consegui dormir. Era passado de meia-noite, a estrada um reta escura sem fim,

Requisitos migratórios para a Europa ATUALIZADO

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Com exceção de Londres, todos os demais vôos diretos entre o Brasil e a Europa chegam em aeroportos dentro do Espaço Schengen, o que significa a observância de requisitos comuns de entrada (Madrid, Lisboa, Porto, Paris, Milão, Munique, Frankfurt, Amsterdam). A imigração (entrada) é feita no primeiro aeroporto onde você desembarcar, independentemente de ser aquele o seu destino final ou não. Mesmo se tiver uma conexão marcada para alguns minutos depois, é nele que fará sua entrada na União EuropEia. Há vezes que em ninguém pergunta absolutamente nada, simplesmente carimba seu passaporte e manda passar. Outra vezes, pode fazer um montão de perguntas e inclusive levar a pessoa para uma sala para averiguações mais detalhadas. Qualquer que seja a sua sorte, fato é que existem alguns requisitos a serem observados para entrar na União EuropéEa como turista (fora desses casos, verifique como tirar visto): Passaporte válido por até 6 meses depois da volta. Você nem vai conseguir embarcar num

De Santa Maria a Uruguaiana

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Faltava pouco mais de um mês para a minha formatura. Enquanto todo mundo estava arrancando os cabelos por causa do trabalho de final de curso, eu, com a monografia já pronta para a defesa, “desempregado” depois de ter “terminado” um estágio num escritório que não tinha planos de ficar comigo depois de formado, estava decidido a fazer uma viagenzinha de cerca de uma semana a Buenos Aires e Montevideo. Lembro ainda das caras curiosas e assustadas de alguns colegas quando perguntavam porque eu estava indo para lá e o que faria, afinal, em Buenos Aires. Numa quarta-feira ao meio-dia, mês de novembro de 2003, embarquei num ônibus da Ouro e Prata que faz o trajeto entre Santa Maria e Uruguaiana. Para quem conhece, sabe o que isso significa. Umas seis horas numa estrada quase reta, sem nenhum atrativo para ver, sem ar condicionado ou mesmo TV no ônibus. Para piorar, ainda tinha que trocar de ônibus em São Francisco de Assis, porque na época ainda havia um trecho de terra perto de Manoel Vi

Ideia fixa: Buenos Aires

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Logo que voltei do primeiro mochilão, todo empolgado pela experiência de primeira que tive, fiquei com uma idéia fixa na cabeça: conhecer Buenos Aires. Passei 2003 em inteiro pensando em ir para lá, custasse o que custasse. Não sei o que me atraía tanto naquele lugar. Cheguei a bolar um roteiro e mandar para toda uma lista de e-mails de amigos, mas não recebi nenhuma adesão muito empolgada de alguém querendo ir junto. Como era último ano de faculdade, a maioria das desculpas girava em torno da necessidade de terminar a monografia de graduação. Houve até um ou dois que garantiram que iam, mas faltando pouco mais de um mês, desistiram – seja por causa da namorada ou da família. Minha organização prévia para aquela viagem (eu já trabalhava com a idéia de ir sozinho, caso necessário) não foi muito diferente daquela que tivemos no mochilão a Machu Picchu: nada de guias especializados, só uns mapas, umas revistas de viagem e informações que encontrava na internet. Lembro que me meti a

O assunto é: América do Sul

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Em sentido horário: Montevideo, Asunción, Santiago e Buenos Aires Depois de mais de um ano escrevendo sobre países europeus, recomeço agora a postar sobre nossos vizinhos sul-americanos, a partir de experiências que tive em várias viagens e mochilões de menor duração a cada um deles. Além do meu primeiro grande mochilão, no qual conheci a Bolívia, o sul do Peru e, de relance, o norte do Chile e da Argentina, e sobre o qual escrevi os primeiros posts aqui do blog , fiz outros mochilões passando por Buenos Aires e Montevideo (final de 2003), Misiones, Paraguai e o Chaco (final de 2005), Mar Del Plata e Buenos Aires (início de 2006). Além disso, fiz outras viagens rápidas, mas sempre de forma independente, à Argentina, ao Uruguai e ao Chile – algumas de carro, outras de busão e outras de avião. Para quem mora no Sul do país, como eu, muitas vezes é mais fácil e barato (e na minha opinião mais interessante) passear por países vizinhos do que viajar pelas demais regiões do Brasil. Ultimamen

Como tirar o visto americano - Parte II

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6º Foto e formulário DS-157 : além do DS-156, preenchido online e gerado automaticamente pelo sistema de entrevista, baixe um pdf do formulário DS-157 no próprio site Visto-EUA ou em qualquer site oficial do governo americano e preencha-o a caneta, depois de imprimi-lo em branco. Menores de 16 anos não precisam preenchê-lo. Além disso, providencie uma foto 5x5 ou 5x7, recente, porém sem data, para entregar na entrevista (ela será digitalizada e aparecerá no seu visto). 7º Entrevista : compareça ao Consulado ou Embaixada no qual sua entrevista foi marcada com cerca de meia hora de antecedência em relação ao seu horário. Não esqueça nada: comprovante do agendamento da entrevista, passaporte (o atual e os anteriores que contenham vistos americanos), comprovante da taxa de US$ 131 paga, formulários DS-156 e DS-157 preenchidos, foto 5x5 ou 5x7 e os demais documentos com os quais você pretende comprovar sua condição financeira e seus vínculos aqui no Brasil (declaração de imposto de rend

Como tirar o visto americano - Parte I

Há pouco mais de mês e meio, finalmente providenciei um visto americano – coisa que vinha adiando há alguns anos. Depois de termos decidido uma viagem no segundo semestre, minha namorada e eu passamos pela ‘via crucis’ imposta pelos americanos e já estamos com os nossos garantidos nos passaporte, por 5 anos. Aproveito essa experiência recente para repassar aqui, a quem possa se interessar, os passos a serem seguidos para conseguir o dito cujo. Aviso: não é barato e, mesmo seguindo tudo direitinho, nada garante que se consiga... 1º - Passaporte : você deve possuir um passaporte válido, com pelo menos duas folhas em branco sobrando na parte dos vistos, que ainda tenha pelo menos 6 meses de validade a contar da data da sua provável chegada aos Estados Unidos. Pouco importa se é do modelo velho, de cor verde, ou dos novos, de cor azul. Caso não tenha passaporte, providencie o seu primeiro. Caso tenha, mas já esteja vencido ou prestes a vencer, providencie outro. As taxas para o passaporte

Saldo de viagem do segundo mochilão

Meu segundo mochilão à Europa, sobre o qual postei nos últimos meses, contando um pouco da minha experiência em cada um dos oito países pelos quais passei, também foi muito bom. Lembro que, na época, logo que voltei de viagem, fiquei achando que tinha gostado mais do primeiro. Hoje, porém, com mais distância e tempo para analisar, vejo que foram completamente diferentes e que cada um me agradou ao seu jeito. Alguns números da nossa jornada: 24 dias de viagem; 8 países (contando a esticadinha até a Polônia), sendo que apenas 1 eu já conhecia (Alemanha); 2 voos intercontinentais (Brasil-Europa-Brasil) e 4 voos internos (Paris-Estocolmo, Estocolmo-Copenhague, Copenhague-Berlim, Berlim-Amsterdam); 8 trechos de trem , sem contar utilização de transporte metropolitano; 7 albergues e 2 noites no apto de um brasileiro na Dinamarca; nenhuma coisa perdida, furtada ou estragada (a minha calça da Timberland ficou meio "russa", mas acho que isso era da qualidade...); mais de 6Gb em

Retorno ao Brasil

O trem que tomamos em Metz com destino a Paris era rápido, como prometido, porém estava lotado, ao contrário do que nos tinham dito. Como não tínhamos reservado assentos, tivemos que nos contentar com o fato de termos achado alguns lugares vagos. Separamo-nos em duas duplas e um sozinho, para conseguirmos todos nos sentar. O Diego e eu ficamos bem apertados na frente de dois militares que, como a metade do trem, devia estar voltando para casa. A sensação, apesar do incômodo de um vagão cheio de gente, era de alívio geral por estarmos naquele trem. Eu só repetia ao Diego algo do tipo “viu o que eu te disse?”, me referindo à hora em que o convenci a não abandonar tudo e ir para o aeroporto. Por volta das 18h45, chegamos na Gare de L’Est, onde param os trens que vem daqueles lados. Pegamos nossas coisas e fomos correndo para as maquininhas automáticas comprar passagens de metrô para o aeroporto. Como era hora do rush, ainda tivemos que pegar uma fila para conseguir. Não muito tempo

Luxemburgo - tensa despedida

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Apesar do pouco tempo que passamos na cidade – pouco mais de 24 horas – sentimos que vimos o que havia de mais interessante. Ninguém se arrependeu de ter incluído a cidade no roteiro, ainda que não tenhamos conhecido a vida noturna, que dizem ser bem legal. Todos ficaram surpresos com a beleza daqueles vales verdinhos cheios de pontes e fortalezas por todos os lados, com a tranqüilidade e a beleza do lugar e com a riqueza que se via por todos os lados. Luxemburgo, porém, acabou sendo o palco do momento mais tenso de toda a viagem – e talvez um dos mais tensos pelos quais eu já tenha passado em qualquer mochilão. Quando chegamos na estação de trem, vindos de Bruxelas, decidimos deixar as mochilas grandes na estação e sair só com as pequenas, para, caso não gostássemos da cidade, voltar e seguir viagem para outro lugar, talvez parando em alguma cidade a caminho de Paris. Por isso mesmo, não deixamos compradas as passagens de trem para o dia seguinte. Na chegada do albergue, enquanto fazí

Luxemburgo - a cidade

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O centrinho de Luxemburgo, como a própria cidade, não é muito grande. Não há nada “imperdível” para ser visto por lá, mas vale a pena dar uma olhada no que a cidade tem para oferecer. O castelo do Grão-Duque é um dos pontos mais importantes a ser conhecido. Trata-se de um prédio de uma pedra meio amarelada, que se estende por quase uma quadra inteira, próximo ao mercado público da cidade. Se não fosse a presença de uma guarita com um guardinha na vigília, nem teríamos percebido que já havíamos chegado. Por um pequeno “lapso” na tradução, eu estava achando que o castelo era onde fica a prefeitura da cidade... A catedral mais importante da cidade não é maior do que muitas igrejas de cidadezinhas do interior. Quando passamos por ela, no segundo dia na cidade, estava havendo uma missa e até entramos para assistir um pouco. Estava sendo rezada em francês e já estava acabando. Apesar de ser um país caro, não tanto como a Suíça ou a Dinamarca, mas mesmo assim com preços bem acima da média dos

Luxemburgo - os passeios

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Luxemburgo tem uma história de resistência a guerras e invasões. O povo se orgulha de ter lutado e evitado várias invasões ao longo dos séculos. A geografia do lugar, com vales profundos cercados por paredões de rocha permitiram que fortalezas fossem construídas, com torres de vigia e casamatas por todos os lados. O passeio por algumas das casamatas, aliás, é uma das principais atrações turísticas da cidade. Paga-se algo em torno de 8 euros para conhecer o interior de alguns trechos, com acompanhamento de um guia que vai explicando tudo em duas ou três línguas. Para quem é meio claustrofóbico, talvez não seja uma boa idéia, já que as pessoas acabam tendo muitas vezes que se abaixar ou se contorcer para passar por alguns corredores menores de ligação das tais casamatas. O chão, em muitas delas, é encharcado pela umidade da rocha. Para quem não tem problema com essas dificuldades, vale a pena. É legal a surpresa que se tem com o lugar para onde se acaba indo depois de alguns metros debai

Luxemburgo - o país

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Luxemburgo é um lugar pouco conhecido pela maioria dos turistas e mochileiros brasileiros que vão à Europa. Talvez seja exatamente por isso que esse destino acaba se tornando mais interessante – pelo elemento surpresa. O país é bem pequeno. Não tanto como o Vaticano ou Mônaco, que são minúsculos, pouco maiores que um bairro, mas mesmo assim pode ser classificado como um micro-país. Ele tem ainda uma grande peculiaridade: é o único país independente do mundo que se qualifica como um “Grão-Ducado”, ou seja, uma monarquia governada por um grão-duque. Apesar do tamanho, Luxemburgo tem uma grande importância na geopolítica da Europa. Juntamente com Holanda e Bélgica, formou um mercado comum de países, o Benelux, que foi um dos embriões da União Européia. O país, inclusive, é a sede da Corte Européia de Justiça, que é justamente o Tribunal mais importante da União. Nele são apreciadas as alegações de que os Estados-Membros estão descumprindo alguma norma comunitária. Isso torna a cidade de L

Luxemburgo - chegada

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A viagem de trem de Bruxelas a Luxemburgo foi tranquila, tanto que lembro de ter dormido a maior parte do tempo. Quando já estávamos nos aproximando da cidade, o pessoal começou a se perguntar, afinal de contas, o que é que veríamos na cidade. Quando eu falei que Luxemburgo não tinha uma população muito maior do que uma cidadezinha do interior gaúcho, o pessoal se eriçou e começou a falar até mesmo em dar uma volta e seguir viagem para dormir em outro lugar. Logo que chegamos na estação de trem, deixamos nossas mochilas grandes em lockers da estação, assim como em Bruxelas, e saímos só com as mochilas de passeio. Informamo-nos acerca do meio de chegar até o albergue e descobrimos que o melhor era pegar um ônibus urbano. No trajeto entre a estação e o albergue, todo mundo já mudou de ideia em relação à cidade. O que vimos foi um número sem fim de pontes, vales, castelos e muralhas que convidavam a uma caminhada de dia inteiro para descobrir Luxemburgo. O albergue ficava bem na frente de