Organizando a viagem ao Japão - a passagem aérea

Uma viagem ao Japão significa um deslocamento de, pelo menos, 24 horas de voo, partindo do Brasil. Isso, claro, se você estiver saindo de uma capital com voos internacionais para grandes hubs, como São Paulo, Rio ou Recife - se não, tem ainda o tempo de conexão até um desses lugares para somar nessa conta.

Quando comecei a pesquisar passagens, ainda em fevereiro de 2019, minha noção inicial era a de que as grandes companhias do Golfo Pérsico que operavam no Brasil (Qatar e Emirates), ou mesmo a Ethiopian Airlines, seriam as opções mais rápidas, ainda que não baratas, para chegar ao outro lado do mundo.

Da mesma forma, imaginava que outra opção tão rápida quanto seria fazer uma conexão na América do Norte, já que lembro que, por muitos anos, operou no Brasil a JAL, fazendo a rota SP - NY - Tóquio, ou mesmo a Korean Airlines, que fazia o roteiro SP - Los Angeles - Seul.

Ledo engano. 

A rigor, as opções mais rápidas para se chegar ao Japão são as conexões através da Europa, principalmente as que envolvem Lufthansa, Swiss e Air France. Essas companhias chegam a fazer voos 2 ou 3 horas mais curtos que as alternativas pela América do Norte ou pelo Oriente Médio/África. Assim, se a sua prioridade é tempo, não tem como fugir de um pulinho na Europa, na ida e na volta das terras nipônicas.

Para mim, vários fatores estavam envolvidos na escolha: preferia ir para um lugar que eu ainda não conhecesse para fazer uma conexão e aproveitar para dar uma passeada na cidade (isso já eliminava a maior parte das companhias europeias). Da mesma forma, preferia uma companhia que me desse mais milhas nos programas com os quais estou mais frequentemente pontuando aqui no Brasil (isso excluía as companhias do Oriente Médio, que não pontuam nos programas brasileiros, ou pontuam muito pouco). Por fim, não queria pagar muito caro (e mais de 6 mil reais por uma ida e volta de classe econômica já me parecia um exagero).

Tanto pesquisei que, no fim, comecei a namorar uma passagem pela United Airlines. Nunca tinha voado pela companhia, mas sou fã do programa de milhagens dela, desde o tempo em que a Copa Airlines o utilizava. Já tinha somado pontos nele, também, por voos em parcerias da Star Alliance. Ouvia dizer que era a melhor das 3 grandes cias. americanas (as outras sendo a AA e a Delta, que já conhecia). A ideia de fazer uma conexão estendida em alguma cidade americana que não conhecia, como Chicago, Houston, Washington, Seattle ou São Francisco, também me agradava bastante.


O preço da passagem (ida e volta, de Porto Alegre a Tóquio) ficou, no total, em R$ 4.007 no finalzinho de fevereiro de 2019, com o dólar na casa dos R$ 3,80. Considero que paguei barato, no contexto da época. Acabei fechando um voo que faria os seguintes trechos:

1 - Porto Alegre - São Paulo (GRU), com a Azul (onde tenho status que me dá direito a bagagens de graça);
2 - São Paulo - Chicago, com a United (B777);
3 - Chicago - Tóquio Haneda, com a ANA - All Nippon Airways (B777), em code share com a United;
4 - Tóquio Narita - Washington Dulles, com a United (B777);
5 - Washington - São Paulo, de United (B767);
6 - São Paulo - Porto Alegre, de Azul (A320).

A escolha me pareceu perfeita, porque me permitiria conhecer os 2 aeroportos de Tóquio (Haneda e Narita), sendo que a chegada seria por aquele que fica mais perto da cidade. Da mesma forma, me traria a possibilidade de conhecer uma companhia japonesa que é considerada um primor no serviço de bordo - a ANA.

Além disso, deixei propositalmente uma conexão de 10hs em Chicago, na ida, durante um sábado pela manhã e pela tarde, para conhecer essa metrópole onde nasceu e se criou um grande amigo meu, que sempre me recomendou muito a sua cidade.

Na volta, a escolha de Washington foi em boa parte feita em razão da proximidade do aeroporto com um Premium Outlets, o que me permitiria fazer um pequeno enxoval para meu segundo filho na volta da viagem, em 6hs de conexão.

Considero essencial quebrar uma viagem tão grande como essas que são feitas à Ásia com uma conexão mais demorada no meio do caminho. Quando fui à Tailândia em 2012, dormi em Istambul na ida e na volta, o que tornou o deslocamento bem mais palatável. 

A questão da duração das conexões ganha importância, também, quando elas são feitas nos EUA, porque quem já viajou para lá sabe: naquele país, a imigração é feita mesmo que você só esteja de passagem, já que todos os portões de embarque (domésticos e internacionais) ficam numa mesma área de embarque. Fazer conexão de menos de 2 hs. nos EUA é quase certeza de voo perdido, porque 45 min. é o mínimo para fazer a entrada no país, nos grandes aeroportos.

O acúmulo das minhas milhas acabou sendo feito no Tudo Azul, porque havia uma promoção que permitia um acréscimo nos pontos se o voo fosse com a United.

Como moro no interior do RS, em Santa Maria, tive ainda que gerir a ida e a volta de Porto Alegre. Fiz a primeira de ônibus, ainda de madrugada, e o retorno com uma passagem emitida com milhas, pela Azul.

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