Bruxelas II

Logo que entramos no metrô de Bruxelas, descobrimos uma outra faceta da cidade. Talvez seja a capital europeia com a maior concentração de imigrantes turcos e árabes que eu já tenha visto. O curioso é que a maioria das mulheres usava turbante e as demais roupas típicas daquela região.

Essa impressão só viria a se confirmar mais tarde, quando, já no albergue, eu procurava algum lugar para comer nas quadras próximas de onde estávamos: só dava restaurante turco e kebab.

Bom, mas voltando ao nosso giro pela cidade, depois de uma frustrada visita ao palácio do Judiciário local (estava tudo em reformas), fomos para o parque onde fica uma das imagens mais conhecidas de Bruxelas: o Atomium.

Construído para uma daquelas exposições mundiais, ainda na década de 50, o que era para ser provisório acabou sendo permanente (sim, como aconteceu com a Torre Eiffel). A curiosa estrutura abriga um museuzinho dentro de cada esfera, que é ligada uma à outra por escadas rolantes.

Ao lado do Atomium, há uma espécie de mini-mundo, com miniaturas de cidades europeias. Eu e mais dois ficamos estirados num banco (cheguei até a dormir) enquanto outros dois visitavam o local (hehehe).

Na minha cabeça, essa parte do Atomium era a mesma onde ficavam os prédios relacionados à sede da União Europeia, mas eu não poderia estar mais enganado. As duas coisas ficam em extremos opostos da cidade. Por isso mesmo, para ir de um lado ao outro, levamos mais de meia hora no metrô.

Chegando à região dos prédios da União Européia, ao sair da estação de metrô nos deparamos com um cidade totalmente diferente. Moderna, com ruas largas e movimentadas, cheia de prédios espelhados - algo muito mais parecido com o que se vê aqui no nosso continente do que na Europa.
Atravessamos um túnel por baixo de uma movimentada via expressa e chegamos à frente do prédio da Comissão Europeia, que é o Poder Executivo do órgão. O prédio, todo ondulado, é cheio de bandeirinhas azuis estreladas e sempre havia algum político concedendo alguma entrevista por ali.

Antes de irmos para o prédio do Parlamento Europeu, passamos pelo Parque do Cinquentenário, que tem um pórtico ao estilo Portão de Brandemburgo, para comemorar o final de uma guerra ainda no século XIX. Lugarzinho tranquilo,, cheio de gente passeando de bicicleta ou skate, convidou-nos para um descanso e um sorvete.
Para chegar ao Parlamento, pelo caminho que escolhemos, sofremos um pouco. Passamos por um lago que fica atrás do prédio e, para passar até a rua que fica à sua frente, tivemos até que nos espremer para passar em um portão semiaberto que havia ali - tudo em meio a um pessoalzinho meio suspeito jogando futebol numas quadras públicas próximas.

Passando pelo Parlamento - um prédio surpreendentemente sem graça - demos de cara com algo que parecia uma quermesse. Uma certa feira em homenagem à região de Limburgo estava ocorrendo em frente ao prédio e, como eram pouco mais de 18hs, todo mundo que por ali trabalhava já tinha saído e aproveitou para comer o que estavam oferecendo.

Não entendemos muita coisa e perguntamos a umas gurias que estavam comendo um prato cheio sentadas na calçada como funcionava. Elas nos disseram que estavam dando comida de graça para comemorar a tal região de Limburgo. Colocamo-nos na fila, pegamos um pratinho plástico cada um e nos servimos - algo que nos serviu de janta aquele dia: linguiças, milho cozido, arroz, salada , pão e mais não sei o quê.
Quando os últimos dois do nosso grupo estavam se servindo, alguém (talvez um segurança) lhes disse que só poderiam se servir quem tivesse um cordãozinho que identificava os convidados. Resultado: três comeram de graça (inclusive eu) e dois não!

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