Supetar

Na volta de Bol, precisamos percorrer mesmo caminho que já havíamos feito pela manhã: tomamos uma van no estacionamento pago próximo à praia de Zlatni Rat e levamos uns 45 minutos entre curvas para todos os lados, subidas e descidas até sair do lado oposto da ilha de Brac, onde tomaríamos o ferry boat de volta a Split.

Descendo da van, fomos correndo à agência de passagens da Jadrolinija, mas descobrimos que só haveria outro ferry dali a umas duas horas. Não tivemos alternativa senão arranjar um lugar para servir de base e deixar as coisas. Escolhemos um barzinho a meio caminho entre a agência de passagens e o porto, onde havia cerveja, lanchinhos e uns sofazões para sentar.

Enquanto os outros três do grupo aproveitavam para tirar uma soneca, dei uma saída sozinho para ver o que encontrava na cidadezinha em que estávamos. Tive algumas boas impressões do lugar.

Supetar é o tipo de lugar desconhecido, sem nenhuma razão especial para atrair turistas em meio a uma região cheia de destinos paradisíacos, pelo qual as pessoas apenas passam, sem nem saber o nome da cidade onde estiveram.

Justamente pela ausência de turistas, ela serviu para mostrar como é que é um povoado de verdade naquela região. Não me decepcionei.
A alguns passos do porto, já entrei pelas ruelas estreitas da parte mais antiga da cidade, por onde apenas motos e bicicletas conseguem passar, além das próprias pessoas. As casas são quase todas feitas com pedras clarinhas, que contrastam com as flores de cores vivas que decoram os pequenos jardins.

A igrejinha matriz também não tem nada de especial, mas estava muito bem conservada (inclusive com uma obra de restauração em andamento).
Descendo pelas escadarias da igreja, já encontrei novamente o porto, mas na parte mais antiga, onde ficam ancorados os barquinhos dos pescadores. Ao redor, os mercados, lojas e prédios públicos - todos com um clima bem preguiçoso de cidade do interior. Mesmo com essa simplicidade toda, o visual era muito bonito, com a cadeia de montanhas no continente sempre servindo como cenário ao fundo.

Segui algumas placas e, já do outro lado do estacionamento do porto, encontrei a praia pública do centro da cidade, bem tranquilinha, com crianças brincando, uns poucos banhistas e uma meia dúzia de cadeiras e guardassóis.
Até aproveitei para pôr os pés na água e me sentar um pouco, apreciando o movimento dos barcos de passeio e a paisagem bem atípica para o conceito que nós brasileiros temos de praia (um paredão montanhoso sempre ao fundo, com pedrinhas brancas no chão ao invés de areia).

Com mais uma demonstração de que em uma viagem, deve-se aproveitar todos os momentos, ainda que seja andando ao acaso, voltei um pouco antes da hora do embarque para reencontrar a gurizada e tomar o barco de volta a Split.

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