ZOFRI e a noite

Depois de um passeio que levou a manhã inteira e mais um pouco, voltamos ao albergue e fizemos o nosso check in.

Apenas deixamos as malas e já saímos novamente, dessa vez de táxi, para almoçar no mercado público, que pareceu o lugar mais interessante para uma boa refeição na cidade, além de ter variedade de opções. Para não perder a oportunidade, pedimos pratos com frutos de mar, que são sempre muito bons e relativamente em conta no Chile.

Assim que terminamos, tomamos outro táxi, agora em direção ao extremo norte da cidade, onde fica a ZOFRI - Zona Franca de Iquique.

À primeira vista, o lugar é descomunal, gigantesco. São estruturas parecidas com a um de shopping center gigante, mas muito mais extensas.

Logo na entrada, já vimos que o melhor seria nos dividir, já que uns queriam ver roupas e outros mais equipamentos eletrônicos. Marcamos hora e ponto de reencontra e combinamos de deixar os celulares ligados para qualquer eventualidade.

Gastamos a tarde inteira lá dentro, mas no final já não estávamos tão impressionados. Funciona mais ou menos assim: logo na entrada estão as melhores lojas, com as melhores marcas. Mas há várias filiais das mesmas lojas, o que às vezes dá a impressão de que não há tanta variedade quanto se aparenta. Em outro setores, há muita bugiganga, no mehor estilo Paraguaizão.

Os preços são bons, mas nem tanto assim. Na Argentina, em qualquer loja, se encontra roupas e acessórios de marca a preços mais convidativos. Na prática, acabei só comprando uma calça jeans (depois de muita procura, porque os chilenos, além de gordinhos e baixinhos, geralmente usam calças folgadas, o que torna quase impossível achar qualquer tamanho menor que 42), umas camisetas, um sapatênis, um boné e mais alguma coisa que não me lembro bem.

Depois que o encanto inicial já tinha passado, quase no final do dia, acabamos encontrando um grande achado, porém: uma loja de produtos esportivos que vendia mochilões muito legais a preços em torno de 120 reais. Foi ali, nesse dia, que finalmente substituí meu mochilão, que me acompanhava desde 2002. Depois de 7 anos, troquei a minha por essa mochila alaranjada com detalhes cinza que aparece no centro da foto abaixo, enquanto o Diego a olha.
Não me arrependo. Além de barata, essa mochila tem muito mais opções de bolsos menores e de aberturas laterais e na parte debaixo, para não ter de abrir e tirar tudo para fora (a minha anterior só tinha uma abertura extra embaixo, dois bolsos laterais e um perto da cabeça). Todas vêm com capa de chuva e atingem bem as finalidades para as quais as uso.

Quem tiver um pouco mais de paciência e disposição de carregar peso no final da viagem, contudo, talvez faça melhores negócios do que nós, que acabamos comprando mais coisas em Santiago, num dia de liquidação, no último momento da viagem, do que em Iquique.

Já estava escuro quando saímos da ZOFRI de táxi e voltamos para o albergue cheios de sacolas e inclusive cada um com uma mochila nova - o que não deixa de causar espanto num albergue cheio de jovens europeus economizando cada centavo.

Tomamos banho e descemos para a área de uso comum, onde aproveitamos para pedir uma pizza de tele-entrega e jantar com um vinho - igual àquele que tomamos no meio do tour do Salar.

Lá por volta da meia-noite, ainda arranjamos um lugar para sair, bem ao sul da cidade, na área dita mais nobre. Não lembro o nome do lugar, mas sei que não era o Papa Gallo, a outra opção que nos indicaram. Sei que era furada - só gurizadinha em torno dos 18 anos.

Quando voltamos, tivemos uma inesquecível e terrível experiência: ser cagados por umas aves marinhas que ficam na copa dos coqueiros de toda a cidade, quando estávamos bem na frente do albergue. É impressionante o estrago que o cocô daquele bicho fez: nos deixou com a roupa toda com manchas brancas e com um fedor de peixe estragado que se sentia à distância, e que nos obrigou a ensacar as roupas e esquecê-las pelo resto da viagem.

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