Dia do Patrimônio


Na vez em que fui a Montevideo com minha namorada, só para passar um feriadão logo após o final do inverno, tivemos a grata surpresa de descobrir, já naquela cidade, que estávamos exatamente no “Dia do Patrimônio”, uma espécie de feriado cívico nacional, em que quase todos os prédios públicos são abertos para visitação da população sem nenhum custo, com visitas guiadas.

Aproveitamos a oportunidade para conhecer vários lugares que, por si só, não estariam em nossos planos.

Logo depois do café da manhã, fomos ao Museu Militar que fica no Cerro de Montevideo, no bairro também conhecido como “Cerro”, do outro lado da baía. Poucas pessoas que vêm à cidade visitam esse lugar e até mesmo são desestimuladas pelos que trabalham nos hotéis a irem até esse lugar. Mesmo assim, por já ter visto fotografias de amigos que passaram por lá, decidi que queria conhecer.

Para chegar, precisa-se tomar a avenida que dá acesso às Rutas 1 e 5 (saídas para Colonia e Rivera) e, logo depois que a rota se afasta da baía, tomar a direção do Cerro, num entroncamento. O bairro todo é bastante humilde e é todo estruturado quase como uma COHAB. Como era sábado, ainda havia várias ferinhas populares trancando partes das ruas, muitas delas de calçamento ou mesmo de chão batido. Só depois, na volta, é que descobrimos que pela Calle Grecia poderíamos ter ido com asfalto todo o percurso.
No final da rua, está o acesso ao cerro, por uma estradinha em ziguezague morro acima. Lá, uma fortificação toda branca, com canhões de ferro apontados para o mar e guardado por militares, sedia o museu. 
Depois de um passeio pelos mirantes, nos cantos do forte, conhecemos o interior do museu, que preserva celas onde foram feitos prisioneiros de guerra e itens históricos, que contam a chegada dos “33 Orientales” que vieram de barco da Argentina para a insurreição contra o domínio brasileiro e a consequente independência do Uruguai, em meados da década de 1820.
Na volta ao centro, vimos que o prédio do Congresso Nacional também estava aberto e tratamos de estacionar ali perto, para conhecê-lo.
Nunca imaginei que, sendo um país unitário, o Uruguai tivesse um Senado, mas tem. São duas as casas legislativas no prédio, portanto: uma câmara de deputados e um senado. O prédio tem um estilo bem tradicional, com salas amplas e de pé-direito alto, poltronas de madeira escura estofadas com veludo e muitos detalhes em dourado, com pinturas históricas nas paredes. Ali, para evitar “danos ao patrimônio”, o passeio era guiado e o acesso restrito por algumas cordas. 
Além dos salões, pode-se ver também objetos como a mesa onde foi assinada a primeira Constituição uruguaia e outras relíquias.
No dia do patrimônio, o teatro Solís também estava com entrada gratuita, mas como tínhamos feito a visitação no dia anterior, acabamos perdendo a “oferta”.

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