Montevideo - primeiras impressões



Assim que cheguei a Montevideo pela primeira vez, cansado depois de uma noite não dormida em Buenos Aires, já estando a quase uma semana longe de casa e na minha primeira viagem sozinho, confesso que não me senti muito empolgado em conhecer muita coisa da cidade.

Na minha falta de experiência, na época, a única coisa que tinha levado sobre a capital uruguaia era um mapa com o centro da cidade, basicamente só aquela península que existe entre o Boulevard Artigas, que corta a cidade de norte a sul, e o litoral.

Quando desci do ônibus, tratei logo de ver como faria meu retorno ao Brasil. Embora existisse um ônibus da Planalto ligando Montevideo a Santa Maria sem qualquer baldeação, o único horário da semana em que ele fazia essa rota não me servia, por isso estava obrigado a fazer uma viagem até Rivera, para depois pegar outro bus em Santana do Livramento.

Acabei concluindo que a melhor opção era um ônibus da Turil, com saída para as 13h do dia seguinte, pois daria para fazer o check out, uma refeição e encarar as 5hs de viagem até o extremo norte do pequeno país platino.

Sem nenhuma reserva de albergue ou qualquer coisa que o valha, saí com a mochila nas costas para dar uma olhada nos arredores da rodoviária e acabei encontrando um hotelzinho por ali mesmo. Chinelagem total, mas eu só queria me livrar das coisas e dar umas voltas pela cidade até o dia seguinte.

Depois de fazer a entrada no hotel e deixar as coisas, tomei um bom banho e percebi que não tinha comido. Voltei ao shopping de Tres Cruces e encarei o prato low cost mais típico do Uruguai: um chivito (um tipo de sanduíche aberto no prato, com muita batata frita e maionese cobrindo a carne e o pão).

Dali em diante, com o um mapinha na mão, desci em direção ao centro, pela Avenida 18 de Julio, para descobrir que Montevideo era uma cidade bem mais sem graça do que Buenos Aires, como eu já suspeitava.

Era domingo, a maior parte do comércio estava fechada e senti que estava num lugar que não tinha muita diferença do que eu estava acostumado a ver em Santa Maria ou em Porto Alegre: pessoas simplesmente andando com um mate na mão, ou conversando com os amigos em praças.

Fiquei muito impressionado positivamente com Buenos Aires e achei que Montevideo ficou bem aquém das poucas expectativas que eu tinha. Achei muito suja, com preços muito caros, sem grandes e imperdíveis atrações. 

Essa imagem só mudaria um pouco quase 5 anos depois, quando voltaria lá para passar um feriadão mais bem disposto, com meu próprio carro e já com mais dinheiro para poder aproveitar bem a gastronomia da cidade, ao lado da minha então namorada. Foi aí que conheci a região de Pocitos, de Carrasco, o Cerro de Montevideo e outras partes mais atraentes da cidade, além do próprio Mercado Público, que é a atração mais legal do centro e que nem cheguei a ver da primeira vez.

Albergue, em Montevideo, só fui conhecer agora, em janeiro de 2011, quando fui até a cidade para acompanhar um jogo do Grêmio pela pré-Libertadores, com mais três amigos.

Logo, o pouco que vou falar sobre a cidade nos próximos posts, na verdade, reflete experiências tidas em 2008 e 2011 – as quais coloco aqui para não deixar o Uruguai tão mal na foto, como ele teria ficado se eu não tivesse voltado mais lá.

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