Santiago: Bellavista

Bellavista, que fica entre o rio Mapocho e a frente do Cerro San Cristobal, é talvez o bairro mais interessante de Santiago.

Além de ter a noite mais agitada da cidade, principalmente no estilo “universitário”, suas ruas têm calçadas em boa parte coberta por árvores, o que tornam a caminhada mais agradável. Há inúmeras feirinhas de artesanato e galerias de arte – tudo com preços mais acessíveis para quem se interessa por comprar.

A maior parte dos lugares para se ver ficam ao longo da Calle Pio IX, a principal do bairro, que começa logo depois da ponte sobre o rio Mapocho e vai até a Plaza Caupolicán, entrada do Cerro.

Diferentemente do que ocorre com bairros nesse mesmo estilo aqui no Brasil, ou mesmo em San Telmo, em Buenos Aires, ou em alguns países europeus, há muito pouca gente pedindo dinheiro ou assediando os transeuntes para vender bugigangas, o que torna as coisas mais agradáveis.

A Terraza Bellavista é uma das maiores galerias comerciais desse bairro, tendo vários bons restaurantes, lojas, bares e galerias num só lugar, valendo uma passadinha ou mesmo uma refeição. Numa das minhas andanças por lá, aproveitei para comer uma paella negra de frutos do mar, coisa que conheci em Barcelona e que desde então, sempre que vejo, fico com vontade de repetir.
Há um zoológico bem interessante, cuja entrada fica na Plaza Caupolicán, na direção oposta à entrada do funicular (pode-se também ir de funicular e começar o zoológico pela parte de trás). Os lugares onde ficam os animais são todos na encosta do morro e, à medida que se vai visitando-os, vai-se subindo gradativamente até um ponto em que já se tem uma boa vista da cidade. A parte onde ficam as aves é bem legal, porque é bastante grande e são as pessoas que entram onde os animais estão. Há portões duplos na entrada e na saída, para que os bichos não escapem, mas, uma vez ali dentro, eles ficam livres para voar e até mesmo fazer uma sujeira na cabeça de algum visitante.
No dia em que fomos ao zoo, fazia bastante calor e era pouco depois do meio-dia. Os animais maiores e principalmente aqueles de regiões mais frias estavam um pouco assoreados ou dormindo mesmo. Uma das cenas mais engraçadas da viagem que fiz com minha namorada foi justamente quando estávamos tentando enxergar o pinguim e, como não conseguíamos, pedimos a um zelador para nos mostrar onde o bicho estava. Ele, muito solícito, entrou na pinguinera, acordou um pinguim e tocou-o para fora da toca, só para que a gente o visse. O coitado estava meio sonolento ainda e com uma cara de “onde estou?”, “quem sou eu?”.


Outro passeio obrigatório acaba sendo o próprio funicular para subir o Cerro San Cristobal. O aparelho é bem antigo (chega a dar medinho), mas é bem rápido e seguro (mais do que os de Valparaíso). Geralmente há filas para subir, porque não cabe muita gente. Lá em cima, o funicular deixa o turista pertinho do Santuário da Imaculada Conceição, que é o ponto mais alto do centro da cidade, onde até o papa já rezou missa.

Comentários

Jeferson Cardoso disse…
André, show o Chile, cara. Bem legal esse zoo, e também achei interessante o que disse não ocorrer aos turistas, tipo não ter um pessoal pedindo ou vendendo o tempo inteiro. Será que o pessoal lá não precisa, ou será que as secretarias protegem o turista do assédio?

Abraço de Jefhcardoso do http://jefhcardoso.blogspot.com

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