Valparaíso - parte I
Na primeira vez que fui, com minha mulher, programos duas noites num hotel em Viña, bem próximo à estação rodoviária e ao metrô, para poder conhecer as duas cidades com mais tempo e quem sabe até pegar uma praia. Na outra vez, com os guris que foram ver o jogo comigo, fizemos o bate e volta de que falei acima.
Valparaíso e Viña são como cidades gêmeas, numa só região metropolitana (há metrô entre elas, inclusive). Em "Valpo", como se fala abreviadamente o nome da cidade, fica o porto (não há praias), o Congresso Nacional, a maioria das instalações da Marinha chilena e um casario histórico que remonta ao século XIX e ao início do século XX, quando o lugar ainda tinha uma importância comercial internacional. Em Viña, fica a praia, os cassinos, os lugares de eventos e prédios mais modernos.
Do ponto de vista histórico, cultural e etc., Valparaíso é uma cidade única - e muito mais interessante para quem gosta dessas coisas do que Viña. O centro histórico da cidade foi tombado como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO e, embora esteja sendo constantemente ameaçado pela falta de investimento em restaurações, ainda conserva a maior parte dos seus famosos ascensores (funiculares) funcionando e dos prédios em pé.
O lugar é um pouco caótico e até mesmo os guias turísticos escritos desencorajam um pouco o visitante, falando para ficar atento a batedores de carteira, a ruas muito desertas ou mesmo à truculência no trânsito complicado dos cruzamentos de múltiplas ruas. Mesmo assim, é muito mais limpo e organizado que São Luís do Maranhão ou Salvador, cidades brasileiras com as quais poderia ser comparada.
A elite do lugar, que era bastante grande nas época áureas em que a cidade era um entreposto comercial importante (antes do Canal do Panamá, os navios entre a costa oeste americana ou a Ásia que queriam ir para a Europa tinham que descer pela Patagônia e encostavam em Valparaíso para se reabastecer ou fazer trocas), construiu casarões que parecem pequenos palácios e que hoje abrigam vários centros culturais, hotéis butiques e restaurantes. Na virada do ano, são concorridíssimos, porque há um show de fogos na baía.
Para quem quiser chegar na cidade por conta, há duas formas bastante fáceis:
1 - pegar um ônibus em Santiago (nas empresas Turbus e Pullmann, eles saem a cada 15 ou 20 minutos dos terminais na Alameda) e descer na estação rodoviária em frente ao Congresso Nacional. De lá, basta pagar alguns trocados e pegar um ônibus elétrico ou convencional (ambos caindo aos pedaços) que vai para a parte mais antiga da cidade, ao redor do prédio sede da Marinha, ou mesmo um táxi. Não vale a pena caminhar nessa parte porque além de não ter nada interessante, dizem ser meio perigosa.
2 - pegar um ônibus até a rodoviária de Viña del Mar (ou se estiver dormindo em Viña, também da mesma forma) e de lá pegar o metrô até Valparaíso. Há três estações em que se pode descer, uma em frente ao muelle Francia, outra perto do cerro Bellavista e a do Puerto, que é o final da linha e a mais próxima da maioria das atrações da cidade. Para andar no metrô, no entanto, é preciso comprar por cerca de R$1,50 um cartão recarregável para usar nas catracas eletrônicas.
Comentários