Subida ao vulcão - Parte II

De outro lado, a sensação de frio ia progressivamente aumentando e o medo de queimar o rosto por causa da claridade intensa da neve, do vento frio e do sol direto também. Acredito que tenhamos andado mais de uma hora sem parar no primeiro trecho pelo gelo, até pararmos numa das “ilhas” de rochas que não estavam cobertas pela neve.

Depois dessa primeira, as paradas foram se tonando mais frequentes, a cada meia hora, a princípio, e depois a cada quinze minutos. A sensação que tínhamos, quando parávamos nessas ilhas de rochas, era a de que o cone do vulcão não estava tão longe assim e que o guia estava exagerando quando falava que faltavam ainda tantas horas ou minutos para chegarmos lá.
Há um ponto em que a inclinação se torna ainda mais forte, faltando uma meia hora, e nesse momento eu, que já tinha visto a minha namorada e outros do grupo passar por momentos de maior dificuldade, pensei em desistir. O cansaço era grande e parecia que nunca chegávamos. Mas aí valeu o incentivo dela e continuei.
Em poucos minutos, chegamos à parte do topo, ao redor da cratera do vulcão. O gelo, antes branquinho, aqui era todo sujo por detritos expelidos pela cratera do vulcão.

A sensação de chegar lá em cima, para quem nunca escalou montanha ou nada parecido, é muito gratificante. O visual é de matar. Do ponto mais a leste ao redor da cratera, é possível enxergar vulcões na fronteira: o Quetrupillán, mais achatado, do lado chileno, e o Lanín, do lado argentino. Inesquecível.


Comentários