Transporte na Grécia

A Grécia é um país europeu que, diferentemente dos tradicionais Portugal, França, Espanha, Itália, Alemanha, Holanda, etc., exige um certo planejamento na questão da logística do transporte.

A geografia do país, embora seja interessantíssima do ponto de vista turístico, impõe uma grande dificuldade na criação da sua infraestrutura. O interior da Grécia é quase todo montanhoso e seco, além de ser bastante extenso no sentido nordeste-sudoeste (entre a fronteira com a Turquia, em Alexandroupolis, e o extremo do Peloponeso, em Kalamata, são mais de 1000km de estrada). Já as ilhas, que são centenas, dependem do ar ou da água.

Por essa razão dedico esse tópico a falar um pouco dos pontos positivos e negativos de cada meio de transporte por aquelas bandas.
  • TREM – o trem, na Grécia, é algo muito pouco desenvolvido, se comparado com a Europa Ocidental. O maior problema é que as ferrovias são de mão única, ou seja, para um trem passar por um determinado ponto em que há trem vindo no outro sentido, um deles tem que esperar num ramal de uma estação ferroviária de alguma cidade. Isso limita bastante os horários. Não existe trem de alta velocidade no país, também. Com isso, viagens de trem geralmente demoram mais que as de ônibus em trechos equivalentes. O máximo que se encontra são alguns trens “Intercity Express”, que têm menos paradas no caminho. Tampouco existe qualquer conexão direta com linhas férreas de outros países, o que significa que uma viagem de trem até a fronteira dependerá de outro meio de transporte para seguir viagem do outro lado. O site da companhia estatal é o http://www.ose.gr/en/Home.aspx. É possível reservar e comprar bilhetes online, e aí vem o susto com o preço: uma passagem de trem normal entre Atenas e Salonica, por exemplo, não sai por menos de 36 euros para um adulto, na segunda classe.
  • AVIÃO – mais ou menos como acontece no Brasil, o mercado de voos domésticos na Grécia é dominado apenas por duas empresas: a Aegean Airlines e a Olympic Air. A primeira é uma das mais novas integrantes da Star Alliance, tem uma frota de Airbus 320 bem novinha, mas cobra preços um pouco mais salgados. A segunda é uma empresa mais velha (fala-se até que estaria sendo vendida), com frota mais ultrapassada, sem estar integrada a nenhuma aliança global, mas com preços mais em conta. Ambas têm frequências, destinos e horários bastante semelhantes, por isso vale sempre comparar nos detalhes o que convém mais. Em comum, também, está o fato de que quase sempre um deslocamento entre ilhas depende de conexão em Atenas. São voos tão curtos (menos de 50 minutos) que, na maioria das vezes, sequer se consegue servir um suco aos passageiros.
  • FERRIES – os barcos de passageiros e de transporte de veículos têm uma extensa e mutável rede de viagens entre as mais diferentes ilhas. As frequências aumentam bastante durante a temporada de verão e podem cair para apenas uma viagem por semana nos meses mais frios. É muito importante pesquisar com antecedência se efetivamente existe alguma companhia fazendo determinado trajeto antes de marcar um hotel no ponto seguinte da viagem. As viagens não são tão baratas (os tickets mais em conta são para o deck,ou seja, para uma cadeirinha dura do lado de fora do barco) e variam conforme a rapidez do barco. O site Greek Ferries traz algumas companhias, mas às vezes é preciso pesquisar mais a fundo para conhecer outras companhias menores que podem ter horários mais adequados para as suas necessidades. A experiência de qualquer viagem entre ilhas já é um passeio em si e está muito vinculada à imagem da Grécia, mas deve-se ter em conta que pode ser bem cansativa (por causa do tempo que leva entre uma ilha e outra) e imprevisível (atrasos e cancelamentos em razão das condições do mar são comuns).
  • CARRO ALUGADO – tirando Atenas e Salonica, o resto da Grécia é bem apropriado para aluguel de carro. Os preços das diárias, pelo que já pesquisei, são mais em conta do que na maior parte da Europa. As redes que atuam no país são as mesmas do mundo todo: Avis, Herz, Budget, etc. A gasolina não é mais cara do que nos outros lugares. Há pedágios apenas em estradas maiores, entre grandes centros. Estacionamento é fácil de achar e geralmente existem opções gratuitas, ainda que um pouco mais longe (lembre-se que na Europa centro histórico não combina com carro, por isso uma caminhadinha sempre é normal). De outro lado,é inviável levar carro alugado para países vizinhos e os preços para transportar em ferry boat são bem altos. Vale mais a pena alugar um carro diferente em cada ilha que precisar. Com um GPS (hoje em dia é muito fácil encontrar mapas da Europa em torrent pela internet afora), fica muito fácil fazer descobertas pelas estradinhas de mão única do interior – a maioria delas asfaltadas.
  • ÔNIBUS – para algumas cidades do interior, o ônibus é a única opção. O nível de conforto não é muito diferente do que se vê aqui no Brasil, pelo que sei. As passagens costumam ser mais em conta, o que leva muitos imigrantes mais pobres a utilizarem esse meio de transporte também. Os horários não são tão frequentes, mas quase não há riscos de cancelamentos.
  • METRÔ – em Atenas, o melhor meio de se deslocar, definitivamente, é o metrô. A rede foi toda modernizada e ampliada para as Olimpíadas de 2004, as tarifas são em conta, há segurança e a maior parte das atrações turísticas não fica muito longe de alguma estação. É possível sair do aeroporto internacional de metrô, passar pelo centro da cidade e chegar até o porto de Pireus, de onde saem muitos barcos, usando essa rede. Em algumas linhas, bondes elétricos de superfície novinhos complementam a rede, usando o mesmo tipo de ticket.

Comentários

Unknown disse…
Show! Eu também passei duas semanas na Grécia, e fiz um post bem bacana sobre as festas em Tessalônica! http://viajanteanonimo.com/2-semanas-grecia-muitas-festas-gringas-souvlakis/

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