Red Hostel e Centenario


Em janeiro de 2011, quando fui com mais três amigos ao Uruguai ver um jogo de pré-Libertadores, escolhemos ficar naquele que frequentemente é considerado como o melhor albergue de Montevideo – o Red Hostel.

O site dos caras na internet impressiona bastante e não tivemos muita dúvida, na comparação com outros que havia na cidade. Ao chegarmos, ficamos também bastante impressionados com a localização (uma rua arborizada bem ao lado do prédio da Prefeitura, a apenas uma quadra da Avenida 18 de Julio) e com o prédio em que o albergue funciona (um casarão de três andares, todo estiloso, com uma escadaria legal na entrada e um pátio interno em estilo espanhol, com um pé-direito bem alto e piso de tabuão.
No dia em que estivemos lá, obviamente, havia mais gremistas como nós do que gringos se hospedando no lugar, mas mesmo assim pudemos ver que é um lugar que sempre tem gente de fora. As áreas de uso comum são bem bacanas e um dos maiores atrativos é a cobertura, que tem redes de dormir estendidas, churrasqueiras e mesinhas com bancos para vários grupos. Lá em cima, também, é servido o café da manhã.
O albergue tinha tudo para ser um dos melhores do mundo (lembra-me aqueles de Lisboa, que são sempre classificados no topo das listas do Hostelworld), não fosse o relaxamento dos proprietários em relação aos banheiros e a falta de ventilação adequada e de ar condicionado nos dormitórios. Os banheiros são dos piores que já vi em albergues, com pouco ou nenhum lugar para pendurar as coisas enquanto se toma banho, box que deixam a água de um passando pelos pés dos outros (reze para o vizinho de box não aderir à campanha do xixi no banho!) e chuveiros meio podres, com água quente que fica indo e vindo. Com relação aos quartos, como disse, a ventilação/refrigeração é o problema. Era janeiro e o calor era insuportável. Para fazer frente a isso, só um ventiladorzinho chinês fraquinho, disputado pelos seis ocupantes de três beliches. O Diego, que estava comigo, conta que levantou no meio da noite, encharcou uma toalha com água fria e deixou-a por cima do peito para conseguir dormir.

Embora não seja nada de matar, o café da manhã não é dos mais fortes, com apenas algumas bananas, pão de sanduíche, doce de leite e margarina, além de uns frios meio ruins.

Como era só um dia, serviu apenas para darmos risada, mas recomendaria que a pessoa não se hospedasse por lá no auge do verão e fosse preparada para o banho.

Para nós, a localização do albergue se revelou ainda melhor, porque a sede da federação uruguaia de futebol ficava a apenas uma quadra dali, por isso pudemos comprar nossos ingressos para o jogo com tranquilidade e sem nem precisar pegar o carro.

O jogo, contra a equipe do Liverpool, estava marcado para o Estadio Centenario, aquele mesmo da final da primeira Copa do Mundo, em 1930.

Não dava para ir a pé, porque senão levaríamos pelo menos uns 30 minutos caminhando, e por isso pegamos um táxi que nos deixou quase no portão do estádio. A torcida do time local, muito diminuta, quase nem se fazia notar. Em compensação, estava cheio de ônibus fretados vindos do Rio Grande do Sul e uma verdadeira galera esperando o início do jogo.

Apesar dos esforços e de pernadas num raio de duas quadras do estádio para vários lados, não encontramos nenhum lugar vendendo cerveja. As opções de comida, também, não eram muitas e onde havia alguém vendendo um pancho tinha uma fila gigante de gente esperando o seu.

O Estádio Centenário fica no meio de um parque que era considerado, alguns anos atrás, como uma das áreas mais nobres da cidade. Um dos monumentos mais conhecidos de Montevideo, uma escultura de um carreto puxada por vários pares de bois, fica ali no meio, no alto de um morrinho artificial. Várias embaixadas ficam na avenida entre ele e a estação rodoviária de Tres Cruces. Hoje em dia, o parque está meio descuidado, assim como o próprio estádio, que merecia uma reforma.
Há um museuzinho da história do futebol e da Copa, mas que estava fechado no horário próximo ao jogo.

Na hora do jogo, tudo tranquilo. Entramos por um lado separado da torcida local, que só começou a chegar depois de iniciada a partida. Até houve algumas provocações entre as torcidas, num ponto em que elas ficavam mais próximas, as quais deram algum trabalho para a polícia uruguaia, mas em relação a nós, nenhum problema.
Na hora da saída, como as únicas opções de transporte para quem dormiria na cidade se resumiam a táxi, levamos algum tempo para conseguir um carro – e isso só depois de nos afastarmos umas três quadras dali.

Comentários

Anônimo disse…
Olá, André!
Duas amigas e eu reservamos um quarto triplo no Red Hostel durante 10 dias para dezembro/2011. Minha amiga acredita tratar-se de um quarto com banheiro privativo, mas, pelo visto, esse tipo de acomodação sequer existe nesse hostel, certo? Você poderia confirmar essa informação? Você saberia dizer quantos banheiros há no total? Eu estou bastante receosa quanto ao hostel... Obrigada! Caso queira responder por email, o meu é isadora.castro@yahoo.com.br. Obrigada!!
Anônimo disse…
Olá, tbm me hospedei neste hostel, dois dias depois do jogo, e gostei muito do lugar não tenho reclamações dele além disso fiz muitas amizades qdo estava lá. Gostaria de recomendar a todos e dizer que este blog está em meus favoritos, sempre que saio de mochilão passo aqui para pegar alguns conselhos de viagem!!!
Abraços.

Att
Giovani
Anônimo disse…
Olá !! ha quase um ano fiquei no redhostel e nesse mesmo momento estaban estrenando os novos banos!!! Recomendo 100 %

Paula SC

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