Alcobaça
Alcobaça é uma cidadezinha a cerca de meia hora de Óbidos,
com menos de 20 mil habitantes, mas com uma cara de cidade normal, com vida
própria. O motivo pelo qual as pessoas a visitam se resume a um só: o mosteiro
que leva o seu nome.
O mosteiro de Alcobaça é considerado como a primeira obra
gótica de Portugal e (mais uma vez colando da Wikipedia), foi mandado erguer
por volta de 1147. Dá para entender bem a história do lugar durante a visita,
na primeira sala ao lado da igreja principal, onde existem murais de azulejos
por todas as paredes, contando as razoes pelas quais se fez um prédio tão grande
naquele lugarejo no meio do nada.
Basicamente, o mosteiro é o pagamento de uma promessa de D.
Afonso Henriques, o primeiro rei de Portugal, depois de ter vencido uma das
inúmeras batalhas que travou. Para isso, ele chamou monges beneditinos, da
região de Cluny, na França, para ocupar o lugar.
Na igreja principal, próximo do altar, estão os túmulos de
dois importantes personagens da história portuguesa: o rei D. Pedro e D Inês de
Castro, sua amada. Muitos já devem ter ouvido a expressão “Inês é morta”, e é
dessa Inês que estão falando. D. Pedro queria se casar com D. Inês, mas seu pai
não deixou, por influencia da corte, que a considerava filha de um inimigo do
país. Para evitar o namoro e o casamento, acabaram matando D. Inês, mas mesmo
assim, depois que assumiu o trono, D. Pedro teria determinado que o cadáver da
amada fosse tratado como rainha, obrigando a corte a beijar sua mão, mesmo
morta.
Além dos túmulos, a igreja impressiona pela grandeza. As
colunas são muito, muito altas, e a nave central bastante extensa. (Do lado de
foram paradoxalmente, a fachada é barroca, contrastando com o interior gótico.)
A parte mais interessante é o mosteiro em si, onde estão os
quartos dos monges, a sala capitular, o pátio do claustro, os refeitórios e as
surpreendentes cozinhas. A arquitetura das salas e dos quartos (hoje vazios)
lembram bastante prédios franceses, como a Conciergerie, de Paris.
Para quem já leu livros como “O Nome da Rosa”, ou curte
história medieval, visitar um lugar assim é uma aula. Dá para imaginar os caras
mexendo caldeirões de comida naqueles “fogões” enormes. É surpreendente também
o modo como se trazia água pura de fora para dentro do mosteiro e a forma como
eram dados os restos aos pobres que vinham ao convento pedinchar.
No salão do refeitório, num estilo meio Harry Potter, dá
para imaginar os monges comendo enquanto outros faziam leituras, orações ou
cânticos dos púlpitos elevados ao lado de colunas.
Gostei muito do lugar, mas confesso que não é para todo
mundo. Se não curte história e também não conhece nada da época medieval, de
monges e cavaleiros e tudo mais, o melhor é encontrar outros lugares em
Portugal para conhecer.
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