Castelo dos Mouros e Palácio da Pena


Das atrações de Sintra, talvez as mais famosas e populares entre os visitantes sejam o Castelo dos Mouros e o Palácio da Pena. Ambos podem ser visitados num único passeio, em que se paga um único ingresso, com direito ao opcional do trenzinho que sobe os jardins da Pena. (Para informações atualizadas sobre horários e preços, vá ao site http://www.parquesdesintra.pt)

Os castelos são muito diferentes entre si e datam de eras completamente distintas.

O Castelo dos Mouros é, na verdade, um conjunto de ruínas de uma antiga fortificação muçulmana (daí o nome “mouros”) que existia no alto da montanha onde hoje se pode ver, basicamente, as muralhas externas e os postos de vigia. Do castelo propriamente dito, restam apenas algumas fundações. Segundo as informações entregues com o ingresso, a ocupação muçulmana original teria ocorrido por volta do ano 800 DC, sendo posteriormente substituída por portugueses em 1000 DC, com uma recaída em favor dos árabes por volta de 1092 e um retorno definitivo aos portugueses em 1147 DC.





A visita ao local exige uma caminhada moderada de cerca de quarenta minutos, entre ida e volta, com bastante escadarias para subir e descer, principalmente se a intenção é visitar as partes mais altas das muralhas. Não há elevadores ou acessos para deficientes. O ideal mesmo é fazer o passeio com tênis e, no caso das mulheres, roupa de academia.

A vista das muralhas é impressionante, pois alcança o Oceano Atlântico e boa parte dos arredores de Sintra, inclusive o seu centro histórico. No morro vizinho, dá para se ter uma bela visão do Palácio da Pena. Ao longo das muralhas, que lembram uma “mini-muralha da China”, estão bandeiras representando os diferentes estágios de domínio do lugar.

Não há muitas placas explicativas sobre os lugares por onde se passa, mas as poucas que existem são principalmente de locais onde havia capelas ou onde estão enterrados cavaleiros medievais, principalmente na parte mais baixa, onde há bastante vegetação.

Para quem gosta de se aventurar mais, há trilhas alternativas ligando o Castelo dos Mouros à Vila de Sintra, sem passar pela estrada de mão única por onde sobem os carros dos visitantes e o ônibus que faz o transporte público até a entrada do castelo.

Uns 400m estrada acima (dá para ir a pé tranquilamente), fica a entrada do Palácio da Pena, considerado uma das 7 maravilhas de Portugal.

Como eu disse acima, existe um trenzinho que, por uns 2 euros, faz o transporte do portão até a entrada do palácio propriamente dito, passando pelos jardins. Vale muito a pena, especialmente se você já cansou com o passeio ao Castelo dos Mouros.

O palácio da Pena é um dos mais surpreendentes e estranhos e que já vi. Foi construído no século XIX, a mando do Rei Fernando II, um alemão que casou com a monarca portuguesa da época e que se inspirou no romantismo para reformar um convento que existia no mesmo lugar.






Alguns podem até achar um samba do crioulo doido: o castelo é todo colorido (roxo, amarelo, vermelho, verde) e alterna torres em estilo árabe com estruturas mais tradicionais europeias, além de imagens da mitologia. Do ponto de vista arquitetônico, mistura neogótico, neomanuelino, neo-islâmico e neo-renascentista (essa parte eu colei da Wikipedia!).

O Palácio era usado como residência de verão pela família real portuguesa, desde que ficou pronto, em 1847, até a derrubada da monarquia, cerca de 60 anos mais tarde. É possível visitar todo o interior do palácio, que conserva o mobiliário original em perfeitas condições (mas não se podem tirar fotos). Até mesmo a cama do rei (que era incrivelmente baixinho) está ali para ser vista, bem pertinho de onde se passa.

Os pátios do palácio também proporcionam vistas muito legais, embora não tão impressionantes como aquelas do Castelo dos Mouros. Ao invés do oceano, a vista alcança a capital Lisboa, a quase 40km dali.

Embora não tenha a mesma dimensão de outros palácios europeus, como Versalhes, Schonnbrunn ou Buckingham, foi um dos que mais gostei de conhecer (e inclusive voltei para mostrar à minha mulher), por isso é algo que recomendo a todo mundo.

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