Nazaré


Para finalizar o dia, que começou com a chegada a Óbidos e passou por Alcobaça, aproveitei as últimas horas de sol (já passava das 19h, mas ainda era dia claro) e andei mais meia hora até Nazaré, a cidade litorânea mais próxima de Alcobaça.

Não sabia o que esperar de Nazaré e sequer a tinha colocado nos planos daquela viagem de carro pelo país, mais tive uma daquelas gratas surpresas que se tem em viagens, quando se decide ir ao léu para algum lugar diferente, sem grandes pretensões.

A cidade é simplesmente muito charmosinha. Ela tem duas partes: uma baixa, com uma praia tipicamente europeia, com um calçadão, prédios do início do século XX em quase toda a orla, mar tranquilinho, e uma parte alta, com cara de Nordeste, igrejas barrocas, comércio informal, etc. Entre uma e outra, um penhasco de mais de 100m de altura.



Para subir da parte baixa, onde tomamos um sorvete e demos uma caminhada de fim de tarde pela praia, para a parte alta, onde conhecemos a igreja matriz e apreciamos as vistas dos mirantes, pode-se usar uma espécie de funicular ou, de carro, dar a volta por ruas mais para a parte de trás da cidade.

Lá de cima, a vista é impressionante: o mar calminho e esverdeado, com a luz suave do fim do dia e uma leve névoa no ar, com centenas de casinhas brancas de telhados bem vermelhos, enfileiradinhas. Uma das imagens mais bonitas, para mim, naquela viagem.





Reza a lenda fundadora da cidade que em 1182 um nobre que servia como prefeito de uma cidade próxima estava caçando um veado, a cavalo, e que quando o perseguia, subitamente se viu envolto numa densa névoa que vinha do mar. Quando percebeu, seu cavalo estava correndo diretamente para o precipício da falésia sobre o mar, mas invocou o nome de Nossa Sra. de Nazaré e se salvou, conseguindo parar o cavalo no “Bico do Milagre”, uma pedra digna do Rei Leão bem na ponta de uma das falésias.

Bom, depois de umas duas horinhas na cidade, segui viagem, pegando a autoestrada em direção a Leiria e depois descendo a Fátima, onde ficaríamos hospedados. Apesar de não ter muito interesse no Santuário de Fátima propriamente, escolhi ficar na cidade pela excelente relação custo-benefício dos hotéis que existem por ali, todos muito novos e de alto padrão. Decidi usar a cidade como base para as visitas a outros lugares menores que faria no dia seguinte (Batalha e Tomar), das quais falarei nos próximos posts. 

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