Quinta da Regaleira e Palácio Nacional de Sintra
Outros dois lugares que merecem a visita de quem vai até
Sintra são a Quinta da Regaleira e o Palácio Nacional de Sintra. Contrariamente
aos outros dois castelos, de que falei no último post, esses dois ficam bem
próximos ao centro histórico da Vila e podem ser visitados a pé a partir da
praça central.
O Palácio Nacional de Sintra fica exatamente na praça
central e não impressiona muito pela sua fachada externa, que é bem sem graça.
Alguns dias da semana, como por exemplo domingo, a entrada é gratuita, e não se
leva mais do que uns 40 minutos a uma hora para conhecer tudo ali por dentro.
O tal palácio tem cerca de 500 anos de idade e pertenceu à
família real portuguesa desde o início. O que torna a visita a esse lugar
interessante é o fato de que ele conserva muitos dos azulejos e tetos
originais, que são bem típicos da Idade Média e das influências que os árabes
tiveram no país. Contrariamente ao Palácio da Pena, que tem um ar romântico e
tecnólogas típicas do século XIX, o Palácio de Sintra é bastante rústico no seu
interior, com cadeiras de madeira pesada, móveis bem mais toscos e uma cozinha
que mais parece a de um mosteiro medieval – as chaminés são impressionantemente
grandes e são um dos pontos mais interessantes de se conhecer.
À medida que se vai passando pelas inúmeras salas do
castelo, vai-se chegando a algumas partes mais novas e sofisticadas, com tetos
ornados em ouro e paredes cobertas de azulejos, com desenhos abstratos e, em
alguns casos, cenas históricas (a Sala dos Brasões é o ponto alto nesse
quesito). Há também alguns jardins, inacessíveis aos visitantes, mais visíveis
das janelas dos quartos e dos salões.
Uns 800m do centro, seguindo por uma avenida na direção
oposta à estrada que sobe para a Pena, fica a Quinta da Regaleira que, contrariando
os outros três lugares de que falei, sempre foi propriedade particular.
A Quinta foi comprada por um brasileiro chamado Antônio
Augusto Carvalho Monteiro, que enriqueceu graças à produção de café e ao
comércio de pedras preciosas, no ano de 1892. O novo dono decidiu transformar o
lugar numa espécie de “parque de diversões” para adultos, transformando a casa
principal num prédio de inspiração gótica (para isso contratou um italiano) e
os jardins numa série de túneis secretos, poços, lagos e monumentos de
inspiração mitológica e maçônica.
A Quinta da Regaleira é repleta de símbolos místicos e
mitológicos por todos os cantos. O folheto que se entrega na entrada propõe uma
caminhada pelos jardins dentro de um esquema do tipo “jornada mística”, em que
se vai passando por deuses gregos e romanos, capelas cristãs e até mesmo um
poço iniciático maçônico.
A casa principal em si tem um aspecto externo digno da
Família Adams, mas por dentro parece mais com uma mansão inglesa, com troféus
de caça, bibliotecas e salas de música cuidadosamente preservadas.
Um dica que dou a quem quiser conhecer o lugar (e que fez
falta da primeira vez em que lá estive) é levar uma lanterna, para poder
conhecer os caminhos subterrâneos “secretos” que vão de algumas entradas por
cavernas a entradas subterrâneas de alguns pequenos prédios existentes ao longo
dos jardins. Nem todos têm iluminação e ficam completamente escuros, mesmo no
início da tarde.
Enfim, mesmo com mais de 100 anos de existência, a intenção
do dono do lugar de entreter adultos continua sendo correspondida.
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