Óbidos
Depois de duas noites em Sintra, já na segunda vez em que
estive em Portugal, segui de carro alugado para a região mais central do país,
ao norte de Lisboa.
A primeira parada que fiz, cerca de duas horas depois de
sair de Sintra, foi a pequena cidade amuralhada de Óbidos, considerada uma das
mais bem conservadas vilas medievais do país.
A região onde fica Óbidos não tem belezas naturais nem
remotamente parecidas com aquelas no entorno de Sintra – são apenas planícies
de pastagens e de plantações, sem nada de água por perto. No entanto, a cidade
conserva bem aquela cara de cidade medieval, por estar quase inteira dentro de
muralhas, com apenas um aqueduto saindo de lá de dentro (claro, hoje em dia há
também estacionamentos e auto estradas ao seu redor).
As casas da cidade são tipicamente portuguesas, todas
branquinhas e com telhados avermelhados. Os guias da Lonely Planet a descrevem
como uma “caixinha de joias”. Pelo potencial turístico do lugar, tudo foi
tombado e hoje é conservado com bastante flores. Praticamente não há mais vida
“normal” por ali, já que quase tudo são lojas de souvenires e restaurantes para
turistas. As igrejas estão quase sempre
vazias e as antigas prisões e prédios públicos servem quase somente a
propósitos turísticos. Há até um “pelourinho”, parecido com o de Salvador.
O castelo de Óbidos, aliás, foi o primeiro de Portugal a ser
cedido para a construção de um empreendimento privado de hotelaria. É possível,
assim, se hospedar num castelo de verdade. De outro lado, visitantes comuns têm
que se contentar apenas com a vista externa do castelo.
É possível caminhar no alto das muralhas que cercam quase
toda a cidade gratuitamente, subindo por escadas existentes a cada 150m,
aproximadamente, sem nenhum custo (sim, porque há cidades que cobram pelo
passeio nas muralhas, como Dubrovnik).
Seguindo uma recomendação da Viagem e Turismo, almoçamos num
restaurante de comida típica bem no centro da cidade, chamado Alcaide. Matei a
vontade de comer um polvo feito na brasa, com azeite português dos mais puros.
Um passeio pela cidade, no entanto, não toma mais do que
umas 4 horas, e como tudo é meio “fake”, para turista ver, acho que não há
muito fundamento em dormir por ali. O que mais vi são ônibus de excursão, em
rota entre Lisboa e o centro/norte do país, passando apenas algumas horas entre
as 10h da manhã e as 14h da tarde, para conhecer. Assim, pegamos o carro umas
duas horas depois do almoço e seguimos viagem para o próximo destino daquele
dia: o Mosteiro de Alcobaça.
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