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Bebendo em Marrakesh

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Encontrar bebida alcoólica à venda em alguns países islâmicos é coisa impossível, mas em Marrakesh, com um pouquinho de informação e disposição para gastar um pouco mais, é possível achar cerveja e vinho em vários lugares, mesmo dentro da Cidade Velha, ou “Medina”. Logo que chegamos e saímos para conhecer a Praça Djema El Fna, fizemos um lanche num café com vista da praça no qual a coisa mais “entorpecente” que havia era chá de menta. Depois de descermos de lá e darmos mais uma volta, começou a bater aquela vontadezinha de parar num bar e entornar uns chopps, ainda mais porque havia começado a chover e não havia muito o que fazer na rua daquele jeito. Começamos nossa busca por álcool numa lanchonete do KFC, perto da Mesquita de Koutoubia, que não tinha nada de cerveja. Perguntamos a um vendedor, então, onde conseguiríamos bebida ali perto, e ele todo solícito nos indicou mais ou menos como chegar a um hotel ali pelo Centro Velho de Marrakesh, onde poderíamos encontrar cervej...

Praça Djema el Fna em Marrakesh

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A praça Djema El Fna, como já falei no post anterior, é o centro de Marrakesh e a sua principal atração turística. O seu nome significa “Assembleia dos Mortos”, segundo a tradução mais divulgada, e se deve ao fato de que os executados tinham suas cabeças ali expostas na Idade Média. A praça é, na verdade, um espaço aberto todo asfaltado, em meio à Medina, ao lado maior mesquita da cidade, a Koutoubia. É cercada por vendedores de frutas e castanhas, roupas, objetos de artesanato em metal e souvenirs e, a partir do pôr-do-sol, passa a ser ocupada por inúmeras barras de comidas típicas populares enfileiradas. Há também vários cafés com terraços que permitem uma vista mais ampla do conjunto. Durante a maior parte do tempo, os espaços livres ficam cheios de encantadores de serpentes, contadores de histórias, videntes, faquires, ambulantes, dançarinos, cantores, tocadores de instrumento musicais típicos e domadores de macacos. Às vezes, até dentistas que arrancam dentes por ali me...

Tentando entender Marrakesh

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Na nossa primeira saída do hotel, cerca de uma hora depois do check in, tratamos de tentar encontrar nosso caminho até a praça que é o centro de Marrakesh e a sua maior atração turística: a Djema El Fna (ou Jamaâ El Fna, tudo depende do tipo de transliteração utilizado). O caminho até a praça já seria uma aventura em si. Por mais que se tenha um mapa aberto nas mãos, a absoluta ausência de placas, a existência de becos não mapeados e a confusão mental que aquele excesso de movimento, cores, objetos à venda, pessoas, cheiros e barulhos fazem com que qualquer pessoa que chegue pela primeira vez à cidade hesite várias vezes antes de seguir em frente, após cada esquina ou bifurcação. E agora? Uma breve explicação acerca do mapa urbano de Marrakesh: a Medina, ou cidade velha, é a área que fica dentro da muralha de cerca de 19km, na qual só se entra de carro até umas espécies de praças, todas asfaltadas e tomadas por comerciantes. Dali em diante, só se circula a pé, de moto ...

Chegada em Marrakesh

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Depois de um atraso de 2 horas e um voo de apenas 1h10, chegamos ao aeroporto internacional de Marrakesh por volta das 14h, no horário local. A primeira impressão da cidade, ainda lá de cima, foi a de um lugar bem menos desértico do que eu imaginava: campos de oliveiras, conjuntos habitacionais com piscinas e campos verdes ao redor da cidade, bastante espalhada, foram as primeiras imagens que vimos – nada muito diferente da Espanha. No desembarque do avião, promoveu-se a típica correria em direção aos guichês de imigração, mas a maioria das pessoas (inclusive nós) não sabia que era necessário preencher um cartão de desembarque bastante extenso, à caneta, e, é claro, sem canetas disponíveis. Depois de muito procurar, encontramos uma em meio a uma das mochilas dos três integrantes do grupo e, um a um, preenchemos os cartões. As filas em cada guichê passavam de 30 pessoas e a demora foi bastante grande; cerca de 40 minutos. O oficial da imigração que escolhi, aparentemente, imp...

Crise - a subida do dólar

A impressão que eu já tinha sobre a desvalorização da moeda brasileira frente ao dólar, nos últimos meses, confirmou-se com a leitura de uma notícia do jornal El País, do Uruguai: o Real é a segunda moeda que mais se desvalorizou frente à moeda americana no segundo trimestre de 2012, consideradas as principais moedas do mundo. Só ficamos atrás do nosso vizinho, Uruguai, e somos acompanhados de perto pela Rússia e pela Índia. De certa forma, isso é resultado da política adotada pelos BRICs: desvalorizar suas moedas para competir melhor. Com as commodities em baixa, países que são grandes exportadores, como Brasil e Rússia, certamente sofreriam o impacto de forma mais intensa.  O que você tem a ver com isso??? Simples: ficou quase 20% mais caro viajar para fora do país de março/abril para cá . Bons tempos aqueles em que estávamos cambiando a R$ 1,59!! Para quem se interessar, a íntegra da notícia segue abaixo. DIEGO GUICHÓN El peso uruguayo fue la moneda que más s...

Marrocos - impressões e expectativas

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Havia uma certa expectativa e uma boa dose de curiosidade entre nos três, quando estávamos prestes a chegar no nosso destino por aquele 5 dias. Na minha cabeça, sempre que falam em viagem ao Marrocos, lembro daquele filme “Babel”, no qual o Brad Pitt e a Cate Blanchett estão viajando de ônibus numa excursão pelo interior e, de repente, dois meninos pastoreando cabras acabam disparando com uma arma, sem querer, contra os turistas, gerando uma preocupação nacional com relação á imagem do país perante os seus potenciais visitantes. Ou, ainda, do filme do Hitchcock, “O Homem que Sabia Demais”, no qual uma família americana em visita a uma praça local tem o filho sequestrado em meio a uma trama rocambolesca típica daquele diretor, que só termina quando o encontram ao som da música “Que será, será”. Fato é que o Marrocos é um dos países do mundo islâmico mais visitados pelos turistas ocidentais em geral. De certa forma, a proximidade geográfica com o continente europeu, o fato...

Como é voar com a Ryan Air

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Apesar de viajar para a Europa quase todos os anos desde 2006, até abril de 2012 eu nunca tinha voado com a maior companhia aérea daquele continente, na atualidade: a Ryan Air . A companhia low cost que mais transporta passageiros na Europa e que inclusive voa para o norte da África tem origem irlandesa e é famosa mundo afora por algumas esquisitices e planos mirabolantes. Dois exemplos são o anúncio de que passaria a cobrar pelo uso do banheiro, e o de que seria a primeira companhia a abolir os bancos e deixar os passageiros em pé quando a agência europeia responsável pelo transporte aéreo autorizasse. Puras jogadas de marketing (falem mal, mas falem dela!). Fato é que a companhia já foi processada em diversos países por práticas que ofendem os direitos do consumidor, principalmente por violação do dever de informação. E esse é o maior cuidado que quem escolhe voar com a companhia tem que tomar: ler tudo, inclusive as letras miúdas, e prestar a atenção em cada clique que...

Marrocos - um pé na África

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Minha viagem à Espanha para visitar o Harold estava vinculada, desde o início, ao feriadão de Páscoa, porque seria esta a melhor época para que ele pudesse passar uns dias fora da cidade comigo. Como não haveria aulas no Mestrado a Semana Santa inteira, teríamos desde o sábado antes do Domingo de Ramos até o Domingo de Páscoa para planejar uma viagem rápida para qualquer outro lugar da região ou da Europa e, ainda assim, aproveitar os dias do início ou do término da Semana Santa em Sevilla. As opções eram várias: uns dias na Irlanda, conhecendo Dublin e redondezas e aproveitando para reencontrar o Átila, outro amigo que estava fazendo um curso de Inglês no País de Gales; uns dias na Escócia, nas mesmas circunstâncias; uma passada pelo próprio País de Gales, onde não gastaríamos nem com hospedagem e poderíamos ficar no Átila e, por fim, aquela que acabou sendo a vencedora: um pulo no Marrocos. Quase todo mundo que passa algum tempo no sul da Espanha acaba conhecendo també...

Alcázar de Sevilla e a Judería

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A uns poucos passos da Catedral de Sevilla e do Archivo de Indias, está a entrada do Real Alcázar de Sevilla, um dos palácios pertencentes à Família Real Espanhola e que foi inclusive usado como local das núpcias de uma das princesas daquele país, há alguns anos.  O Alcázar é mais um dentre vários outros palácios conquistados pelos cristãos no século XV, que originalmente tinha sido um sítio romano, depois visigodo, ampliado pelos árabes na época da Andaluzia muçulmana e que, por fim, caiu nas mãos dos espanhóis.  De certa forma, tem muitos elementos que podem ser encontrados em todos os demais castelos da região, inclusive na Alhambra de Granada. (Não cheguei a conhecer a Alhambra, mas nas palavras do Harold, que tinha estado lá algumas semanas antes da nossa visita, o castelinho em Sevilla não perde muito para o de Granada em relação aos detalhes e aos jardins, embora seja menor). Uma das coisas que chama a atenção é o uso da água na decoração. Como a A...

Tapas

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Passar pela Espanha e não experimentar vários tipos de tapas é um verdadeiro crime. Tapas, que hoje em dia já são famosas em vários lugares do mundo, inclusive aqui no Brasil, nada mais são do que porções pequenas de petiscos, tira-gostos, queijos, presuntos, azeitonas, etc. A grande diferença é a qualidade desses ingredientes, que são tipicamente mediterrâneos e lá estão no seu melhor estado. Geralmente, qualquer bar na Andaluzia tem um menu, um cartel na parede, anunciando o preço das porções de jamón ibérico, queijos típicos, bacalhau defumado, linguiças, frutos do mar fritos e mais outras tantas coisas conforme o tamanho: ración (porção inteira, que serve duas pessoas), media ración (individual) e tapa (porção pequena, para ser complementada com porções de outras coisas). É comum também, por conta de uma rede chamada 100 Montaditos, pedir um “montadito”, que seria o ingrediente da tapa colocado dentro de um pãozinho, do tamanho de uma bisnaga. Tapas geralmente são...