Dubrovnik - apartamento


Depois das duas primeiras noites no albergue do qual falei alguns posts atrás, tivemos de trocar de hospedagem em Dubrovnik, porque mesmo reservando com quase três de meses de antecedência, não conseguimos vagas para todos os quatro de nosso grupo pelos cinco dias que pretendíamos ficar na cidade em um só lugar. A disputa por camas em julho é grande, por isso o melhor é se antecipar bastante.

Na manhã da troca, saímos com as mochilas carregadas até o Ana Hostel and Rooms, do outro lado da Cidade Velha. Pelo que vimos no mapa, era perto das ruazinhas onde ficam os barzinhos para sair à noite na cidade. Algumas escadarias para descer, depois algumas para subir, e já estávamos na porta da Ana.

Tocamos o interfone e ela pediu que subíssemos os quatro andares do prédio com as mochilas. Chegamos lá em cima e ela foi logo explicando que havia tido problemas com os aparelhos de ar condicionado em seus quartos e que por isso nos realojaria num de seus apartamentos, pelo mesmo preço da reserva. Enquanto conversamos, já foi servindo chá e bolachinha para todo mundo, alegando que tínhamos de esperar que o apartamento fosse limpo.

A mulher, a tal da Ana, era muito engraçada e simpática. Parecia meio mafiosa, mandando e desmandando nas irmãs para que fizesse tudo rápido e explicando que além do albergue, dos apartamentos para alugar ainda tinha um pub no centrinho da cidade velha. Deu tempo até para contar do tempo da guerra, em que ela estava grávida e teve de fugir dos bombardeios que inclusive destruíram parte do telhado do prédio em que estávamos conversando.

Chegada a hora de ir para o apartamento, cruzamos toda a cidade novamente e descobrimos que pararíamos a menos de 30m do lugar onde ficava o albergue das duas primeiras noites. O tal apartamento ficava num prédio que mais parecia um castelo antigo, hoje dividido em peças menores - por outro ponto de vista parecia uma vila como a do Chaves, hehehe.
Depois de um portão pomposo, mas decadente, que aparece na foto acima, passamos por um pátio em que havia crianças brincando e velhos jogando jogos de tabuleiro. À direita, entramos por uma porta que dava para o interior do prédio e caminhamos por um longo corredor até a nossa porta.

Quando a porta foi aberta, já deu para sentir o ar quase gelado dos splits funcionando a mil lá dentro. O lugar era enorme e de cara ficamos achando que foi pura perda de tempo termos gasto as duas primeiras noites no albergue.

O tal apartamento tinha uma sala de estar gigante, com sofás macios e uma TV de 29 polegadas, uma cozinha equipada com geladeira, fogão e armários também gigante, um banheiro não tão grande assim e dois quartos com camas, um dos quais seria nosso.

Ficamos de donos do lugar, porque a outra peça só seria ocupada à noite, por um casal que depois acabou nem ficando mais do que algumas horas.

Depois do aperto de um albergue, até ficamos meio perdidos no lugar. Compramos algumas coisas para fazer o café da manhã no dia seguinte, pudemos lavar e estender algumas roupas, enfim, tomamos conta do lugar e pudemos relaxar com o ar condicionado, que inclusive permitiu algumas sonecas durante o meio dia nos dias seguintes.

Nas conversas que tivemos com a Ana, ainda conseguimos um favor dela: foi-nos prometido que bastava passar no pub da proprietária que conseguiríamos gelo para nossa bolsa térmica da cerveja (e assim se fez no dia seguinte). Feito tudo isso, ela nos ganhou, e só pediu uma coisa em troca: que déssemos uma boa nota para ela no site do Hostelworld, na avaliação da hospedagem...

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