Viña del Mar
Viña del Mar foi, de certa forma, uma decepção mim e para a Gisele. Quando viajamos ao Chile na virada do ano em que ficamos noivos, pretendíamos incluir numa viagem só praia, neve, floresta, o velho, o novo, campo, cidade... Foi justamente no quesito praia, que seria o papel de Viña de satisfazer, que nossos planos não deram tão certo.
Logo que chegamos à cidade e nos dirigimos ao hotel, um Best Western próximo da estação rodoviária e da estação de metrô, bem ao lado da larga rodovia que leva a Valparaíso, achamos tudo muito muvucado, meio sujo e sem nada de especial.
De fato, a cidade é dividida em duas partes pelo "rio" Marga Marga (na verdade um leito quase seco, que inclusive é usado como estacionamento). Do lado em que estávamos, mais ao sul, fica o centro comercial, a igreja matriz, um bairro de casas luxuosas no alto de um morro, a Quinta Vergara, etc. Mas tudo por ali parece mais com o centro de uma praia brasileira, naquela alta temporada em que é gente por tudo quanto é lado.
Quando atravessamos para o outro lado, ao norte, começamos a ter uma impressão melhor da cidade, com cassinos, grandes parques com chafarizes, prédios modernos e a praia. Mas aí, quando chegamos mais perto, vimos que o mar, além de agitado era muito, muito frio, e que o troço estava mais para piscinão de Ramos do que para uma praia chiquezinha, que tínhamos na cabeça.
Talvez tenhamos dado azar por ter chegado à cidade apenas alguns dias depois do ano-novo, quando há vários festivais e festas populares na praia, com shows de queima de fogos e de artistas nacionais na areia, mas o fato é que tudo estava muito sujo, especialmente com lixo de copos plásticos, garrafas pet, confetes, serpentinas, e tudo mais. Não deu a mínima vontade de alugar uma cadeira e ficar naquela praia, só de dar as caminhadas que demos ao longo do extenso calçadão.
Pensando um pouco melhor, acho que criamos uma expectativa que não correspondia à realidade sobre o lugar.
No dia seguinte, já com mais tranquilidade e sem a pressão da "estreia" na cidade, até conseguimos ver as belezas do lugar, aquelas que fazem os cartões postais de Viña.
O relógio de flores, símbolo da "Cidade Jardim", fica bem na curva da estrada, próximo ao mar, quando se dirige a Valparaíso - portanto bem longe da praia, que fica bem mais ao norte.
Com um pouco mais de atenção, começamos a perceber que todos os postes tinham vasos de flores no alto, ao lado da iluminação, que são mantidos durante o ano interiro por jardineiros da prefeitura, segundo nos disse um taxista.
Os castelinhos na beira da água, o pôr-do-sol no Pacífico, as linhas de coqueiros organizadamente plantados, as sorveterias e lancherias cheias no fim de tarde, com bastante variedade de opções, acabaram mostrando o porquê da cidade ser tão famosa no Chile.
Enfim, o segredo em relação a Viña é não ir esperando uma praia maravilhosa, mas uma cidade turística voltada para famílias, com atrações bonitinhas, um certo charme romântico, e não muito mais do que isso.
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