Subida ao vulcão Villarrica

As agências de turismo de Pucón têm como principal produto comercial o “ascenso al volcán”, ou seja, a subida ao vulcão Villarrica, mas não apresentam muitas diferenças entre si. Basicamente, o critério a ser observado na escolha da agência é com relação ao equipamento que será oferecido aos que contratam o serviço – muitas vezes a falta de uma polaina, um calçado ruim para a neve ou mesmo casacos finos demais podem tornar o passeio um pesadelo.

No dia marcado para a nossa subida, um 31 de dezembro com o céu límpido e temperatura na casa dos 20°C no centro da cidade, fomos até o escritório da agência com a antecedência solicitada, por volta das 7h da manhã. Levamos apenas o recomendado: dois litros de água por pessoa, algumas barras de cereais e frutas, chocolate e roupas quentes para usar por baixo da roupa que a agência emprestaria – tudo em mochilas pequenas.

Em poucos minutos, escolhemos o nosso equipamento (é importante experimentar o tipo certo de calçado e pedir a alguém com experiência que verifique se tudo foi colocado da forma correta) e nos juntamos aos outros integrantes do grupo que faria a subida com os três guias da agência – um motorista, uma guia para ir seguindo o grupo e um para ir “puxando” na frente.

A base do vulcão fica dentro de um parque nacional, ao qual só se pode entrar em horários determinados. São cerca de 15km desde a cidade, feitos num veículo com tração nas quatro rodas e de suspensão bastante elevada. Não há muito conforto dentro dele, mas a ideia não seria essa mesmo num passeio desse tipo.

À medida que nos aproximamos do vulcão, começamos a ver a vegetação progressivamente diminuindo, até desaparecer completamente. Erupções antigas geraram rios de lava, que hoje são vistos como grandes áreas rochosas sem qualquer sinal de vida em cima. Subimos bastante em relação ao nível da cidade, acredito que algo em torno de 1000m, com o veículo. Pucón fica a apenas 220m acima do nível do mar; já o vulcão tem 2800m.


Cerca de 45 minutos depois de sairmos da agência, chegamos ao ponto máximo onde veículos conseguem chegar. Descemos, colocamos o que faltava de equipamento e começamos a ter aulinhas rápidas sobre como usar o piolet – uma espécie de equipamento de neve com uma ponta fina e outra larga, com um cabo comprido para segurar, que parece uma picareta pequena para quem olha de longe.

O guia nos explicou como seria a subida e o que fazer em caso de alguma emergência. Avisou ainda que, se alguém quisesse desistir, poderia fazê-lo até o ponto onde se inicia o gelo, cerca de uma hora de caminhada acima.

O primeiro trecho, em outros tempos, podia ser feito por um teleférico, mas quando estivemos lá, o aparelho estava desativado. Isso implicava na necessidade de subir uma hora por um trecho pedregoso – que para mim foi o mais difícil de todos.

Naquela primeira parte, confesso que já dava vontade de desistir, mas íamos dizendo a nós mesmos que pelo menos até gelo valia a pena continuar.
Quando chegamos ao final da parte de terra e pedra, paramos por uns quinze minutos para repor energias e para aprender como caminhar na neve. Em razão da inclinação forte da subida (que dispensa equipamento de alpinismo, mas vale por uma caminhada muito forte), andaríamos em zigue-zague.

O guia “determinou” que as mulheres (apenas duas no nosso grupo) andariam na frente – por um momento até pensamos que era para protegê-las de alguma forma, mas ele próprio avisou que isso era para elas não atrasarem o grupo! Não preciso dizer que conquistou certa antipatia nessa hora.

Comentários

Anônimo disse…
Qt foi o passeio (subida ao vulcão com o aluguel da roupa) ?

Boa noite, parabéns pelo Blog!
A. A. Cella disse…
Não consigo me lembrar exatamente, porque pagamos junto com o passeio pelas região e pelas termas e porque a moeda chilena (325 pesos por real) não colabora muito. Mas acho que era algo em torno de cento e poucos reais por pessoa.
Seguem alguns links de agências onde podes pedir informação atualizada:
http://www.interpatagonia.com/paseos/volcanvillarrica/
http://www.solynievepucon.cl/ascenso/
http://www.turismolafquen.cl/ascenso.htm
Paula disse…
Eles emprestam a roupa tb ou era de vcs?

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