Hotel de Sal
A experiência é muito interessante. Começou realmente aquele trecho em que tudo que se vê é o céu azul e o chão branco. Só prestando mais atenção e olhando para o lado certo é que se enxergam também algumas montanhas.
Dizem que no período das chuvas, quando há uma lâmina de água sobre o salar, tudo fica ainda mais bonito, porque a água acaba funcionando como um espelho do céu. O resultado é uma sensação de que se está dirigindo sobre as nuves, porque tudo fica igual - céu e terra, sem linha do horizonte visível. Deve ser paulada mesmo.
Como estrada, o salar funciona que é uma beleza. O chão é extremamente compacto - leia-se duro - e plano. Na imensidão do salar, não há uma variação entre o maior e o menor nível de altitude do solo do que uns 4cm. Isso faz do Salar de Uyuni a maior superfície sólida realmente plana do mundo. Isso tanto é verdade que os satélites de GPS costumam calibrar seus sensores de altitude mirando no salar.
Com uma "estrada" dessas, a caminhonete pode correr à velocidade que quer, sem solavancos nem riscos. Aqueles "favos" que se formam no chão, quase sempre em forma de pentágonos (e que são o resultado da formação das moléculas de sal, que têm o mesmo formato), não chegam a ser altos o suficiente para que o veículo sinta. A suspensão amortece essa pequena variação. Além disso, nas partes em que mais se passa, eles tendem a ir se achatando pelos pneus dos carros. No período das chuvas, entretanto, não é bem assim. Não dá para correr tanto, pois alguns buracos se abrem por acúmulo de água e infiltração do subsolo.
Não há poeira e, ao contrário do que eu imaginava, não se sente o cheiro ou partículas de sal voando contra a pele. Mesmo com a janela aberta a mais de 100km/h, a única sensação é o ar frio batendo no rosto. A temperatura não passava de uns 6ºC, mas conseguíamos ficar de mangas curtas dentro da caminhonete, com o ar condicionado ligado e 7 pessoas dentro.
O que é imprescindível para aproveitar o passeio são óculos escuros. Se possível, polarizados, para enxergar melhor os contrastes de cor. Ficar sem óculos escuros é certeza de ficar apertando os olhos e de uma dor de cabeça depois de algum tempo. A claridade é absurda e, além disso, os tours passam por esse trecho perto do meio-dia.




Ao lado do hotel há algumas paisagens bem interessantes para fotos, como a ilhazinha de bandeiras dos países que mais visitam o salar (sim, o Brasil está lá) e um catavento.


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