Logística de organização para o Tour ao Salar de Uyuni

Um tour pelo Salar de Uyuni não escapa de algumas opções bastante restritas; todas elas envolvem uma passagem pela cidade boliviana de Uyuni, no altiplano e a apenas 100km do próprio Salar, bem como o uso de veículos 4x4 particulares bolivianos, que são preenchidos pelas agências de turismo chilenas ou bolivianas com turistas de diferentes agências (até 6 pessoas por veículo, mas pode pagar “privado” e ir com menos gente).

1 - Pode-se fazer um simples passeio pelo Salar de Uyuni, conhecendo um vilarejo produtor de sal nos seus arredores, o famoso hotel de sal, o salar em si e a Isla Del Pescado (exceto em tempos chuvosos, quando nem sempre se consegue chegar até lá), em passeios de um dia, que geralmente incluem uma passada pelo “Cemitério de Trens”, saindo e chegando em Uyuni;

2 - Pode-se fazer o Tour Salar + Lagunas (“Circuito Sudoeste”), que é o mais comum e que inclui, além das atrações mencionadas no item anterior, passeios pelas Lagunas Cañapa, Hedionda, Colorada e Verde (todas valem a pena), bem como por mirantes para o vulcão Ollagüe, os gêiseres Sol de La Mañana, o Deserto de Dalí (com a árvore de pedra) e as águas termais na beira da Laguna Salada. Este tour implica em dois pernoites em seu percurso, sendo o primeiro numa pousada em San Juan e outro num alojamento em Laguna Colorada. No entanto, há diferentes formas de fazê-lo:
2.1 – Pode chegar em Uyuni por conta própria, fazer o tour e pedir para que, em Laguna Verde, seja feito um transfer para San Pedro de Atacama, no Chile, o que leva pouco mais de uma hora;
2.2 – Pode-se chegar em Uyuni por conta própria, fazer o tour e voltar para Uyuni, o que leva mais umas oito horas de viagem, passando pelo interior das províncias de Los Lípez;
2.3 – Pode-se contratar o tour em San Pedro de Atacama, chegar em Laguna Verde num transfer chileno e ali começar o tour com as empresas bolivianas, no sentido contrário ao referido antes, ficando em Uyuni ou, ainda;
2.4 – Fazer tudo que se disse no item 2.3 e voltar a San Pedro de Atacama depois de chegar a Uyuni, num transfer de oito horas de viagem.

Nossa opção era pelo segundo tour, ou seja, com as lagoas, mas passamos bastante tempo discutindo qual seria o melhor percurso.

A forma mais cômoda (e também mais cara) é sair e voltar a San Pedro de Atacama, pagando para empresas chilenas que se encarregam do resto. Nesse tipo de tour, muitas vezes nem mesmo é feita a imigração na Bolívia.

A outra forma, que implica em chegar a Uyuni por conta própria, era a que mais nos interessava, porém dependia de uma logística mais complicada. Quem vem de La Paz, geralmente chega num ônibus que leva mais de 14 horas viajando e que, segundo todos os relatos, quase mata os passageiros de frio no inverno. Recomenda-se levar saco de dormir para “vestir” e dormir no banco do ônibus. Quem vem da Argentina tem como única opção os trens entre Villazón e Uyuni (salvo algum veículo 4x4 que vença as trilhas entre essas cidades pelas montanhas). Ambas implicam num pernoite em Uyuni, porque tanto trens como ônibus chegam na cidade à meia noite ou à 1h da manhã, sendo que os tours iniciam entre 10h e 11h da manhã seguinte.

Os trens entre Villazón e Uyuni só circulam 4 vezes por semana, de acordo com a tabela disponibilizada no site da Ferrocarril Andina (www.fca.com.bo). Há dois tipos de trens: o Wara Wara Del Sur, que é mais barato, sai nas 2ªs e nas 5ªs feiras; e o Expreso Del Sur, que sai mais caro, leva uma hora e meia a menos e sai nas 4ªs e nos Sábados. Ambos têm passagens de classe executiva, que inclui poltronas reclináveis, café da tarde grátis e vagões privativos, e de classe econômica, que são um deus-nos-acuda.

O grande problema é que esses trens são bastante concorridos e as passagens não podem ser compradas pela internet ou por telefone, oficialmente. A rigor, a pessoa teria que ir a Villazón um dia antes de viajar e, se der sorte, comprar uma passagem para o dia seguinte. Se não conseguir, esperar até o próximo trem.

Embora quiséssemos muito usar essa alternativa para fazer o tour, não estávamos dispostos a correr o risco de ficar empacados em La Quiaca ou Villazón até conseguir as passagens. Depois de muita pesquisa na internet, consegui uma maneira mais segura para essa opção, e é aí que entra nossa ida a uma agência em Villazón, como falei no post anterior. Mas essa eu vou explicar só no próximo post.

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