O início do tour

Por volta das 10h30 da manhã, no horário marcado, nos reunimos na agência "Relâmpago", bem ao lado do hotel em que dormimos em Uyuni, para fazer o pagamento da parte restante do pacote (apenas um sinal havia sido adiantado em Villazón), escolher nossos sacos de dormir e conhecer o veículo que seria nossa "casa" por três dias.

Foi só nessa hora que nos lembramos de fazer a saída da Bolívia, praxe adotadas por vários mochileiros para não ficar irregularmente no país caso o posto de imigração de Laguna Verde estivesse fechado quando cruzássemos em direção ao Chile, três dias depois. Há um posto de imigração quase em frente à estação ferroviária e, ali numa mesinha, um sujeito que cobra uma "taxa" para carimbar os passaportes com três dias de antecedência (sim, era sexta e ganhamos o carimbo de domingo). Não sai mais do que R$ 2,00 a tal ilegalidade, mas evita uma eventual dor de cabeça numa próxima vinda à Bolívia.

Nosso carro atrasou cerca de uma hora, mas logo que chegou pareceu estar dentro de nossas expectativas. Não havia cozinheira, como em alguns veículos 4x4, porque o próprio motorista faria as refeições. O que pode parecer uma desvantagem, na verdade, é ótimo, porque significa uma pessoa a menos no carro e não necessariamente comida ruim.
Seríamos apenas 7 na caminhonete: Rafel, Diego e eu, além do motorista e outras três pessoas que só conhecemos na hora do embarque - 2 amigos holandeses de Utrecht e 1 brasileira de Porto Alegre que estava viajando com eles desde que se conheceram em Sucre. Os holandeses mediam pelo menos 1,95m, por isso, compadecidos, desde logo concordamos que um deles iria no banco da frente. Os outros se revezariam atrás: três no banco central e 2 nos banquinhos da "cachorreira", como dizemos aqui no sul.

Carregamos a caminhonete com os litros e litros de água que compramos e colocamos as mochilas grandes em cima, cobertas por uma lona. Roupas e mochilas pequenas embaixo, espremidas entre os passageiros.
A primeira parada fica a alguns minutos do centro de Uyuni. Trata-se do "Cemitério de Trens", na verdade um ferro velho de locomotivas e vagões que, por estar num lugar inóspito, adquire um ar de filme de apocalipse, tipo "Mad Max".

O lugar é legalzinho para algumas fotos, mas não empolga muito.

Como já tínhamos lido e como pudemos comprovar logo nessa primeira parada, praticamente todas as caminhonetes de tour andam meio juntas, o que faz com que sempre haja dezenas de mochileiros fazendo a mesma coisa que você: descendo do 4x4, encasacando-se para o frio e correndo para tirar algumas fotos no lugar.

Comentários

Kenia disse…
Adorei o blog! Sempre tive vontade de mochilar pela América do Sul. Lendo seu blog, me parece mais interessante do que eu imaginava...
bjs
.Kel. disse…
A narraçºao dessa viagem é ótima!

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