Santorini: Primeiros passeios

Ainda no nosso primeiro dia em Santorini, logo depois de curtir um pouco o hotel e dar uma sesteada após do almoço, fui até o outro lado da rua fazer umas comprinhas para abastecer o frigobar do quarto e para ter água nos passeios que fizéssemos pela região.

Alguns dos hotéis na Grécia acabaram com a hipocrisia: deixam o frigobar vazio e orientam os hóspedes a buscar lugares onde podem comprar bebidas e lanches a preços honestos. Na minha opinião, ótimo! Não tenho alegria alguma em pagar 3 euros por uma garrafa de água que custa 1/6 disso numa mercearia.


Tudo organizado, saímos para o nosso primeiro passeio de reconhecimento da ilha já por volta das 16h. Sem nenhum compromisso em especial, o primeiro plano era seguir até o ponto mais alto de Santorini, um lugar chamado Moni Profiti Ilia, um pouco adiante da cidadezinha de Pyrgos, para ter uma visão panorâmica de tudo.

De início, tivemos um pouco de dificuldade em nos deslocar de carro, especialmente nas saídas dos trevos, porque a sinalização não é das melhores. As estradas menores muitas vezes não têm acostamento e sequer possuem sinalização horizontal bem marcada. É comum ter que recuar ou esperar o outro veículo que vem em sentido contrário passar, algumas vezes. Depois que pegamos o jeito, porém, já estávamos andando quase na mesma velocidade dos locais.
Para chegar até o ponto mais alto da ilha, onde ficam algumas antenas de TV e uma pequena igreja ortodoxa, passamos por estradinhas cheias de zigue-zagues. Na hora de parar o carro e descer para apreciar a paisagem, percebemos como o vento era forte lá em cima. Até fazia um friozinho.
A vista, porém, valeu a pena. Lá de cima dá para ver todo o aeroporo ao leste da ilha, as praias de Perissa e Kamari, também do lado leste e as cidadezinhas de Pyrgos e Emporio, com suas casinhas brancas, vinhedos e pequenos sítios.

A oeste, com a claridade do sol ofuscando um pouco a vista, enxerga-se toda a península sul, que se projeta até um farol.
Um pouco mais à frente, num morro quase tão alto quanto aquele em que estávamos, ficam as ruínas da Antiga Thira, cidade do período clássico em que inclusive havia templos romanos. Colocamos um passeio até na lista das coisas a fazer na ilha, mas deixamos para outro dia.
Depois daquele morro, descemos e fomos conhecendo a cidadezinha de Megalochori, cheia de propriedades particulares luxuosas com cercas altas que preservam a privacidade dos ocupantes, até chegarmos a Akrotiri, de onde saímos da estrada principal, rente à “caldeira” em direção às praias do lado sul da ilha.

A face sul de Santorini é quase deserta. As poucas praias que ali existem não quase nada de infraestrutura, como confirmaríamos no dia seguinte, em Vlychada, e como percebemos logo naquela primeira tarde, ao chegar o mais perto possível da Red Beach.

A tal “praia vermelha” fica num canto quase escondido, ao qual só se chega a pé. Há um estacionamento público gratuito no canto mais a oeste da praia de Akrotiri, onde se tem de seguir por cima das rochas na beira do mar. Ali ao lado, já estão os avisos: compre aqui a sua água ou bebida, porque não há quiosques da “Red Beach”.

Não demora muito: em cinco minutos ou menos caminhando pelas pedras, já tivemos a impressionante vista da estreita praia com um paredão vermelho a espremendo entre a terra e o mar.

Àquela hora, a poucas cadeiras existentes já estavam na sua grande maioria vazias, porque já não batia mais sol. Depois de darmos uma voltinha lá embaixo, juntamo-nos a outras pessoas em cima das pedras, para apreciar a paisagem, com o sol se preparando para se pôr em alguns minutos.

Dali, pegamos novamente o carro e fomos em direção ao oeste, com a intenção de chegar até o ponto mais extremo da ilha para assistir o nosso primeiro por do sol no lugar da Grécia onde essa é uma das maiores atrações, digna de cartão postal.

Quando vimos que correríamos o risco de perder o momento exato, tratamos de encontrar um paradouro para carros onde havia outros turistas esperando o grande momento.

Como não poderia deixar de ser, o público era só de casais abraçadinhos. Um até abriu a porta do carro e deixou o som mais altinho, com uma música romântica do Andrea Bocelli tocando, para dar o clima. (Repito, essa não foi uma viagem de mochilão!)


O resultado, foi esse aí: um espetáculo gratuito que se repete 365 vezes por ano, que obviamente é melhor apreciado num dia bonito como aquele, e que fica na memória para sempre.

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