Deslocamentos internos


Os deslocamentos internos no meu roteiro pela Tailândia foram outro ponto que me tomou algum tempo até ser definido integralmente. 

No início, como já tinha fechado com a Turkish a passagem de ida e volta do Brasil, pensei em aproveitar aqueles famosos passes regionais da Star Alliance para colocar todos os deslocamentos num bilhete aéreo só, com a mesma franquia de bagagem do voo internacional e com a possibilidade de cumular umas boas 4 mil milhas no Fidelidade da TAM. 

Na teoria, tudo funciona muito bem: a pessoa faz a simulação do passe aéreo no site da Star Alliance, monta os trechos definindo os horários dos voos, fica sabendo quanto pagará (cerca de 80 dólares cada trecho) e então escolhe a companhia que será responsável pela emissão final e pela cobrança. 

Aí, nada funciona. A Turkish responde que não pode receber esse tipo de solicitação no Brasil. A Lufthansa, que na verdade é a dona da Star Alliance, diz que não pode ser com ela - que devo procurar a Turkish ou a TAM. A TAM, por sua vez, só enrola, enrola e no final das contas, vem com uma conversa absurda de que se deve procurar uma loja física num aeroporto (não pode ser uma TAM Viagens e nem por telefone) para fazer a emissão. 

Resultado: desisti do tal passe aéreo e me pus a pesquisar as opções locais, comprando cada trecho separadamente. No final das contas, saiu mais barato e os horários ficaram mais flexíveis do que se tivesse emitido um passe aéreo regional, no qual estaria preso à Thai Airways em todos os voos.

Pesquisar esses voos internos na Tailândia é muito fácil e pode-se confiar nas empresas que estão operando entre os principais destinos. A única companhia que tinha problemas, a One Two Go, fechou há alguns meses e foi comprada pela Orient Thai, pertencente a um milionário asiático. Para não dar sorte para o azar, então, melhor deixar essa Orient de fora e restringir-se às outras quatro opções:

- Thai Airways - é a companhia aérea pública nacional, considerada uma das 5 melhores do mundo pelo Skytrax, com tradição de bom atendimento. Custa mais caro do que todas as demais, por ter serviços completos, mas por ser da Star Alliance, pontua no TAM Fidelidade. Pode-se emitir passagens com milhas da TAM por esta companhia. Seus horários são bem variados, mas quase tudo implica numa passagem pelo aeroporto Suvarnabhumi, de Bangkok, com poucas opções diretas entre cidades do interior e das ilhas. Não cheguei a voar com esta companhia.

- Bangkok Airways - é uma companhia que se entitula a "companhia aérea boutique" da Ásia e realmente tem um diferencial por ter um tratamento visual inovador para cada aeronave, atendimento VIP nos aeroportos de Ko Samui, de Trat e de Sukhothai (que pertencem a esta companhia) e refeições gratuitas bem completas mesmo nos voos domésticos. Ela tem algumas parcerias com cias. estrangeiras, como a KLM Air France, com que vende codeshare. Seu foco principal é Ko Samui, com as melhores conexões para lá de qualquer ponto do país. Comprei os trechos Phuket - Ko Samui e Ko Samui - Bangkok com eles, dos quais falarei no futuro.  

- Air Asia - é uma companhia malaia, com subsidiária na Tailândia, do tipo low cost, ou seja, com preços de tarifas mais baixos do que a concorrência, pertencente a um ex sócio gerente da Virgin, da Inglaterra. Opera como a EasyJet e a RyanAir: vende o preço da passagem bem baixo, mas cada serviço adicional deve ser pago com pequenas taxas extras. Assim, paga-se para escolher poltrona, para despachar bagagem (valores progressivos conforme o peso) e pela comida, bem como para pagar com cartão de crédito e para fazer a emissão da passagem pela internet. Se a pessoa ler bem e comprar exatamente aquilo que precisa, é uma boa opção. A companhia foi eleita por três anos consecutivos como a melhor low cost do mundo e posso dizer que certamente a recomendaria. Voei entre Chiang Mai e Phuket com eles e tive uma experiência satisfatória. Falarei mais num futuro post.

- NOK Air - é a mais pobrinha das quatro, com aviões mais velhos e preços também mais em conta. Pertence à Thai Airways e tem como objetivo competir com a Orient (antiga One Two Go). Seus voos geralmente partem do aeroporto Don Mueang, o antigo da capital tailandesa (mas com as cheias de 2011 foram repassados ao Suvarnabhumi). Se não tiver frescuras, vale a pena tentar. Acabei voando com ela entre Bangkok e Chiang Mai, porque a passagem que originalmente tinha sido comprada com a Bangkok na verdade era um codeshare com essa companhia. Como o check in e o serviço de bordo eram da própria Bangkok, não posso dizer que tenha experimentado a NOK de verdade.

Todas essas cias. têm seus preços cotados em buscadores como o Kayak, o Expedia e o Travelocity e podem ter as passagens compradas tanto por eles como direto nos próprios sites, bastando um cartão de crédito internacional. Seu agente de viagens também conseguirá sem dificuldades emitir uma passagem com essas companhias, que posso garantir - estão bem acima da nossa TAM, Gol, Webjet e Trip... 

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