Entrando na Europa pela Espanha – a temida imigração


Depois do passeio a Aït Benhaddou e Ouarzazate na quinta-feira, jantamos novamente no Café Arabe, pertinho do hotel, e descansamos em nossa última noite no Marrocos. Na manhã seguinte, já em ritmo de despedida, decidimos dar uma última caminhada pela Praça Djema El Fna e, faltando uma hora para irmos para o aeroporto, conseguimos fazer o que não tínhamos feito nos dias anteriores naquela cidade: nos perdemos!


Demorou um tanto para percebermos que, depois de entrarmos num souk, não conseguimos mais achar o caminho do hotel. Andando meio a esmo, não demorou muito para um rapaz “oferecer ajuda”, dizendo que nos guiaria até o local correto. Cinco minutos depois, estávamos ainda mais longe do nosso objetivo e, agora, o marroquino queria 5 euros pela sua gentileza, se não estaríamos em “big trouble”...

Perdidos numa parte da medina na qual nunca estivéramos, ainda tentamos pedir ajuda a dois policiais. O primeiro nem sabia onde ficava o Riad Laroous, nosso ponto de referência. O segundo até foi mais prestativo, mas também não resolveu muito. No fim das contas, só resolvemos nosso problema quando encontramos um taxista.

Combinamos com ele de nos levar até o Riad Laroous e nos esperar por uns 10 minutos, tempo suficiente para pagarmos as diárias e para trazermos as mochilas, que já estavam fechadas desde o café da manhã, prontas para a viagem.

Com uns 80 dirham, resolvemos nosso pequeno acidente de percurso e chegamos ao aeroporto do Marrakech por volta do meio-dia, hora boa para fazer uma refeição por ali mesmo.

Nota: nessas minhas leituras de listas dos melhores e piores dos portais de turismo da CNN, descobri que o Aeroporto Marrakech Menara é considerado um dos 10 mais bonitos do mundo, numa lista em que figuram pesos pesados como o Changi (de Singapura), o Carrasco (de Montevideo) e o Barajas (de Madrid).

Dessa vez, o voo da Ryan Air saiu exatamente no horário marcado e não tivemos qualquer problema. Antes, despachamos as bagagens no único guichê da companhia (que também fazia a verificação de passaportes de não europeus), passamos pela imigração (onde entregamos novamente um cartão de embarque, que tivemos de preencher ali no aeroporto) e ainda tivemos tempo para conhecer os free shops do lugar.

Na chegada ao aeroporto de Sevilla, passei por algo que jamais tinha enfrentado nesses anos todos de vai e vem da Europa: a temida imigração espanhola.

Há anos que os atritos diplomáticos entre Brasil e Espanha têm sido cada vez maiores, justamente pela forma como os oficiais de imigração daquele país tratam os brasileiros que fazem a entrada na Europa por Barajas e Barcelona. Tudo isso acabou levando a um temor generalizado, entre os brasileiros, de que possam ser mal tratados na imigração espanhola, ou mesmo mandados de volta ao país de origem.

No meu caso, descemos do avião e fomos ligeirinho para a imigração. Como a imensa maioria dos passageiros era de europeus, a fila para passaportes “do resto do mundo” estava quase vazia e apenas uns 2 caras, provavelmente marroquinos, passaram na nossa frente.

Dos três, passei em primeiro. Fui com o passaporte já aberto nos carimbos europeus anteriores e entreguei com o cartão de embarque do voo. O guarda olhou para mim e disparou uma pergunta:

- “É residente?”

Respondi que não, e que tinha um voo de volta ao Brasil no dia seguinte. O cara pediu, então, para ver a passagem. Abri minha mochila e mostrei a folha impressa da reserva da TAP, que efetivamente mostrava um voo às 8h da manhã seguinte. E foi isso, carimbou e me liberou. Avisei que os outros dois estavam comigo e fui passando para as esteiras de bagagem.

Depois de mim, o Harold passou. Pediram para ver o visto dele, que estava estudando 6 meses no país, e perguntavam onde morava. Com relação ao Achilles, ele só disse que estava com ele e os dois tiveram o carimbo de entrada aposto nos passaportes, sem traumas. 

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