Concha y Toro


Depois de alguns meses narrando como foi o mochilão que fiz com os amigos pelos Bálcãs, em julho de 2010, vou retomar os posts sobre o Chile, que estava desenvolvendo até meados de agosto do ano passado.

Já havia escrito alguma coisa sobre como chegar ao Chile, onde ficar em Santiago, relatos sobre o bairro de Bellavista, a Casa de Neruda em Santiago, o Cerro San Cristobal, além do Valle Nevado (na volta do mochilão pelo Atacama) e outras impressões iniciais sobre a cidade.

Agora, depois dessa overdose de Croácia, começo por um dos passeios mais procurados por quem vai a Santiago: o tour pela vinícola mais famosa do Chile, a Concha y Toro.

Inicialmente, é importante destacar que o tour precisa ser previamente agendado. Para isso, é preciso entrar no site da empresa e preencher o formulário, disponível em http://www.conchaytoro.com/visit-us/.

A sede original da Concha y Toro, lugar onde até hoje parte da produção da empresa é guardada e em que a visitação é feita, fica no subúrbio sul de Santiago, numa área em que termina a zona urbana e começa a zona rural. O município se chama Pirque e não há metrô nem trem direto até lá.

Uma das opções é marcar com um taxista desde o centro, num grupo de 4 pessoas, mas não sai muito barato. Outra opção, ainda mais cara, é a de contratar alguma agência que ofereça o passeio a Pirque, que geralmente vem associada a outras vinícolas, numa van ou microônibus. Para quem quer economizar e/ou está viajando sozinho, o jeito mesmo é usar o transporte público.

A descrição do caminho para chegar até lá pelo Lonely Planet é um pouco complicada. Recomenda que a pessoa pegue o metrô até a estação Bellavista de la Florida, vire aqui e ali dentro da estação e de lá tome um ônibus para Pirque, descendo bem na frente da Concha y Toro.

Essa descrição, no entanto, está um pouco desatualizada, porque houve ampliação do metrô e agora é possível ir por esse meio de transporte até alguns metros antes da Concha y Toro. Basta seguir direto até o final da linha 4 (azul escuro), até a estação de Plaza de Puente Alto. De lá, pode-se pegar um taxi que não leva mais de 3 minutos até a entrada da vinícola, ou um ônibus urbano, que não leva mais tempo do que isso e sai ainda mais barato.

Já ouvi falar que o lugar (Puente Alto) é um pouco barra pesada, mas durante o dia e com o movimento que estava, não vimos nada de assustador na vez em que estivemos por lá.

O percurso todo demora aproximadamente uma hora para ser percorrido, não importa se a pessoa vai de carro (o trânsito em Santiago não é dos mais fáceis) ou de transporte público. Como o tour é agendado, é preciso calcular bem a antecedência necessária para chegar lá.

Uma vez chegando ao lugar, passa-se direto pela bilheteria, onde são checadas as reservas e o pagamento é feito. Não é barato: são cerca de R$ 30 por pessoa, por pouco mais de meia hora de tour (no tipo mais simples de visitação).

Os grupos de 15 pessoas são acompanhados o tempo todo por uma guia local, que vai explicando como é a empresa, onde são plantadas as uvas (há uma área na região de Mendoza, na Argentina, além das vinhas chilenas), a velha história sobre a forma de fabricação do vinho (para quem já fez outras visitações parecidas, não há nada de novo) e quem morava nas propriedades que existem até hoje no local.

O ponto alto da visitação, que é o motivo pelo qual todo mundo vai à Concha y Toro, é a descida até a adega conhecida como o Casillero del Diablo, onde ficavam os melhores vinhos do dono da vinícola e sobre o qual foi espalhada a lenda de que era a casa do diabo, para que ninguém se atrevesse a entrar lá. Há até uma pirotecniazinha no lugar, com áudio e luz especial, mas confesso que esperava mais.
Depois de ver os lugares onde ficam os diferentes tipos de vinho, a esperada hora de degustar um pouco de cada especialidade da casa é chegada. Dura pouco, mas a taça em que se bebe o vinho fica de presente para o visitante, numa embalagem que serve para protegê-la.
Depois do passeio, que fiz com mais 6 amigos em umas das vezes que fui a Santiago para assistir a um jogo do Grêmio na Libertadores, discutimos sobre o que vimos e a opinião foi praticamente unânime. Por mais famoso que seja o tal passeio, quem vai até lá, naquela distância, fica achando que andou muito por pouco. O tour é um tanto impessoal demais, passa muito rápido e pouca coisa interessante é mostrada...

Por isso tudo, fica a aqui a advertência pessoal de que pode ser mais interessante, para quem realmente gosta de vinho, fazer um passeio por uma vinícola que dê uma atenção mais especializada ao visitante.

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