Cerro Sta Lucía e arredores

Ao contrário do que muita gente imagina antes de ir para Santiago, inclusive eu, a cidade é bem plana, embora seja rodeada de montanhas. Há apenas duas elevações significativas no meio da cidade: o Cerro San Cristobal, onde ficam o zoológico, o santuário da Virgem, o Parque Metropolitano, o funicular e o teleférico, e o Cerro Santa Lucía, bem menor, mais na região central da cidade.

O Cerro Santa Lucía era um morro rochoso sem quase nada em cima, até que o Prefeito McKenna, ainda no século XIX, providenciou a construção de um grande parque urbano, bem ao estilo da época. Fez do lugar uma sequência de pátios, fortes com torres que servem como mirantes, fontes d'água, chafarizes, jardins com plantas exóticas e o próprio mausoléu, onde está enterrado até hoje, tudo interligado por escadarias (existia um elevador ao estilo "torre Eiffel", mas está desativado).
Esse mesmo cerro aparece no livro de Charles Darwin, "The Voyage of the Beagle", onde o naturalista relata que chegou a escalá-lo como parte do passeio que deu pela cidade. No Cerro Santa Lucía há uma pedra em que foi colocada uma inscrição numa placa de bronze, com a parte do livro que menciona o lugar. Só que foi propositalmente omitida a parte que vem logo em seguida no livro: o comentário pessoal de Darwin que diz ter achado a cidade de Buenos Aires bem mais aprazível.

Não se paga nada para visitar o lugar e há dua entradas: uma por trás, pela parte mais arborizada, onde se chega pela mesma rua onde fica o Andes Hostel, próximo ao Museo de Bellas Artes, e outra pela frente, na Alameda del Libertador. Embora não haja ingresso pago, há ponto s de controle de visitantes nas duas entradas em que se pede um documento do turista (não se se para fins estatísticos ou de segurança, já que o lugar é considerado bem perigoso depois que anoitece).

A coisa funciona mais ou menos como no Parque Guell, em Barcelona, onde as pessoas vão para namorar, fazer um lanche, descansar ou simplesmente caminhar. A atração ali é subir e descer as escadarias, encontrar passagens para todos os setores do parque e ler as inscrições gravadas nas pedras. As vistas não são lá grande coisa (para isso o Cerro San Cristobal é bem melhor) e alguns podem achar até meio chato (embora fosse considerado um lugar legal 120 anos atrás...), ou apenas "romântico".

Perto da entrada traseira do Santa Lucía fica o bairro Lastarria, onde há vários bistrôs e restaurantes, numa ruazinha com o trânsito fechado. É um lugar muito bom tanto de meio-dia como à noite, sempre com um movimento que parece ser mais de gente local do que turistas. Não há balada por ali (para isso basta andar alguns metros em direção a Bellavista), mas pela comida é um lugar imperdível em Santiago.

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