Casa Rosada


A Casa Rosada é um dos cartões postais mais manjados do mundo e é praticamente obrigatório no currículo de todo brasileiro que deu seus primeiros pulos para fora do país. Entretanto, é raro encontrar quem já tenha visitado o interior desse importante prédio, no qual funciona a Presidência da República do país vizinho.

Eu mesmo, como relatei em outros posts, não cheguei a conhecer o interior desse palacete nas três primeiras vezes em que estive na cidade. Foi só em junho de 2010, numa rápida passada pela cidade, por duas noites e três dias, num feriadão do Dia dos Namorados aqui no Brasil que tive a oportunidade, junto com a Gisele, de fazer um passeio lá por dentro – e o que é melhor, com guia e de graça.

A Casa Rosada foi construída sobre o que tinha sido uma fortaleza no período colonial espanhol. Depois da época em que era uma fortaleza, deu lugar a um castelo, chamado Castillo de San Miguel, que tinha pontes elevadiças e fossos ao seu redor. Ali já funcionava a sede do Vice-Reino do Prata e, logo depois, do Governo independente.

Na metade do século XIX, vários prédios ao redor da Plaza de Mayo começaram a ser construídos e acabaram por “apagar” a imagem da sede do governo, o que fez com que os presidentes passassem a considerar um projeto importante a construção de uma sede mais digna da importância de sua função.

Depois de várias reformas, a Casa Rosada atual assumiu esse formato apenas desde 1937.

Pudemos visitar o interior do prédio com tranquilidade e sem reservas num domingo pela manhã, logo depois de passear pela Feira de San Telmo. A sede presidencial estava aberta a visitação em razão das comemorações pelo Bicentenário da Independência Argentina, comemorado em 9 de julho de 2010. Lá dentro, havia uma exposição com quadros e retratos dos presidentes e maiores figuras históricas da Argentina e do continente. Até mesmo uma pintura de Tiradentes estava exposta.
De certa forma, foi bem surpreendente ver como é o interior daquela casa. Ao contrário do que eu tinha na cabeça, boa parte dela é de pátios abertos, no estilo espanhol, com uma fonte no centro e corredores abertos, como num mosteiro.
A maior parte das salas serve apenas para reuniões, seja com o pessoal do gabinete de governo, seja entre embaixadores e líderes estrangeiros, seja da própria Presidente com quem consegue uma audiência especial. Cada sala tem uma decoração diferente, mas tudo relembra um pouco o estilo francês que se vê no palácio de Versalhes e tantos outros, com muitas peça douradas.
Um dos pontos mais interessantes do passeio guiado acaba sendo a sacada da qual a Evita fez seus discursos. Engraçado foi ver umas crianças imitando a dita cuja com os braços levantados, levando uma advertência da mãe para parar com aquilo. Dali pode-se ver toda a praça, como na foto.
Perto da saída, há estátuas representando todos (ou quase) presidentes argentinos. Tentamos encontrar a estátua da única presidente mulher, antes de Cristina Kirchner, que foi Isabelita Perón, mas não a achamos. Perguntamos para um guardinha e ele confirmou que não havia estátua dela... Quem já viu “O Segredo dos Seus Olhos” vai entender porque o país não tem muito orgulho daquela mulher...

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