Chegando em Buenos Aires

Foi numa manhã bem agradável de uma quinta-feira de novembro que cheguei em Buenos Aires pela primeira vez, num ônibus de linha da Pluma quase vazio que me deixou na estação Retiro.

De lá, só com a mochila nas costas, um mapa bem tosco do centro da cidade e algumas anotações com endereços, cheguei de metrô ao cruzamento da Avenida 9 de Julio com a Avenida de Mayo para procurar o albergue Millhouse, que eu sabia ser um dos mais famosos de Buenos Aires.

Graças à minha inexperiência, não tinha feito reservas (assim como na viagem a Machu Picchu) e tampouco tinha me certificado de que o lugar estaria aberto. Pois bem: dei com a cara na porta. Fiquei sabendo que o lugar estaria fechado para reformas por alguns dias e assim, logo de cara, tive meu primeiro contratempo.

Puxei minhas anotações e decidi então que não havia jeito senão ir para a segunda opção de albergue que eu tinha encontrado em pesquisas na internet – basicamente com base em informações do fórum Thorn Tree, da Lonely Planet. Caminhei umas boas 15 quadras pelas ruas quase vazias do início do dia na cidade até a Calle Chile, quase Balcarce, no meio do bairro de San Telmo, para encontrar o Hostal de Granados.
Não tive a melhor das impressões do lugar, mas não imaginava que conseguiria coisa muito melhor. O albergue era como um casarão desses de novela, com um pátio aberto no meio, escadarias que levavam aos três andares do prédio e quartos coletivos com três beliches em cada um.

Acertei o preço (uns 15 pesos, na época equivalentes a uns 20 reais) e deixei minhas coisas no depósito do albergue, já que só poderia fazer o check in depois do meio-dia.

Na época, eu nem mesmo usava mochila de passeio e carregava a câmera fotográfica (ainda de filme de rolo) num bolso e a carteira no outro. O mapa com as anotações dos lugares ia todo dobradinho no bolso de trás.

Decidi então aproveitar aquelas primeiras horas na cidade para conhecer o centro.

Fui caminhando pelo Paseo Colón até chegar pela parte de trás da Casa Rosada (eu queria fazer suspense para mim mesmo), onde existe uma grande estátua de Cristóvão Colombo e uma bandeira argentina tremulando no alto de um mastro gigante.

Dei toda a volta no prédio que funciona como a presidência argentina e entrei no meio da Plaza de Mayo, para conhecer os pontos turísticos.

Foi ali que, pela primeira vez, enfrentei um dos dissabores de quem viaja sozinho: ter que pedir para estranhos baterem uma foto sua, para que todas elas não sejam daquelas de braço esticado.
A “emoção” de estar naquele cartão postal só não foi maior por causa das grades de proteção, que não deixavam chegar muito perto. Não havia a possibilidade de fazer visitação interna, também. Só fui conhecer o interior do prédio no ano passado, quando fui a Buenos Aires num dia dos namorados com a minha esposa – 7 anos depois da primeira vez em que estive por lá.

Comentários

Unknown disse…
Olá, André! Tudo bem?

Cara, sou de Santa Maria também e estou querendo fazer meu primeiro mochilão até Buenos Aires ... Teria como a gente bater um papo através do Facebook ou Skype?

Aguardo contato.
Forte abraço

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