Fim dos dias


Depois de uma rápida passada pelas principais atrações do Louvre, dedicamos a última tarde daquela viagem à Europa a sair de loja em loja, na região ao lado do museu, para comprar as últimas lembrancinhas e para ver se era possível encontrar alguma liquidação que valesse a pena.

Mais pela metade da tarde, fomos para as Galerias Lafayette, que eu até então não conhecia. O lugar, para quem nunca foi, fica atrás da Opera Garnier e é uma loja de departamentos em que as marcas têm stands separados, e em que cada andar tem um tema diferente. Num dos primeiros lugares que passamos, estavam as lojas mais caras de design, como a Prada, a Loius Vuitton, etc. Nunca vi tanto japonês na Europa reunido num mesmo lugar como ali.

A fúria consumista das japonesas por bolsas de marca é tão grande que várias das vendedoras são japonesas, para facilitar as coisas e acabar com a hipocrisia. As brasileiras, em outros setores das lojas (especialmente nos cosméticos) também são frequentadoras assíduas, a ponto de já haver muitas vendedoras que falam português. O próprio sistema de som da loja, ao dar avisos, usa o português, o japonês, o francês, o inglês e o espanhol.

O lugar todo é um pouco mais caótico, por exemplo, que a Harrod's, mas tem algumas mais em conta que a rival inglesa. Basta pesquisar.

Num dos andares, há várias cafeterias e lanchonetes em sistema self service, que caem bem para quem já está a horas batendo perna. O terraço das galerias também é uma boa. Dá para ter umas vistas bem legais da cidade, como nas fotos abaixo.
O prédio principal inteiro é dedicado a coisas de decoração, para casa e para mulheres. Para as coisas masculinas, deve-se sair, andar até a quadra ao lado e entrar noutro prédio, que inclusive tem ligação com uma estação do metrô. Nesse prédio, há um andar inteiro dedicado a roupas e itens esportivos, outro a roupas sociais, outro para tabacaria, revistas e livros e um inteiro só para alimentos gourmet - até açougue tem.

Os preços não são nem comparáveis ao que se encontra nos EUA ou em outlets, por isso só dei uma olhada geral mesmo.

Quando já anoitecia, estávamos cansados e decidimos voltar para um merecido banho. Antes, reunimos forças para uma última passada na Torre Eiffel, dessa vez para apreciar a vista a partir do Trocadéro. O visual estava muito legal, daqueles três dias de tempo bom em Paris. Só não estava perfeito porque há muitos, muitos e muitos vendedores de bugigangas que ficam incessantemente oferecendo chaveiros, pirulitos e uns helicópterozinhos para crianças o tempo todo - ainda se oferecendo para tirar a sua foto...
À noite, quando saíamos para a janta, fui perguntar ao cara da recepção se ele podia reservar um táxi para nós, na manhã seguinte. A notícia foi a pior possível: não. Haveria uma greve nos transportes públicos (metrô, RER, trens e ônibus urbanos) e todos os táxis pela manhã já tinham sido reservados. Insisti e pedi que ele ligasse para alguma cooperativa.

Momentos de tensão depois, acabamos conseguindo um táxi para as 5h30 da manhã (nosso voo seria só às 10h, mas era o que restava). De qualquer forma, teríamos de sair mais cedo, por causa dos riscos de engarrafamentos nas rodovias em dia de greve.

Nosso último jantar foi num bistrôzinho na praça da Bastilha e, depois de pouco mais de 6h de sono, estávamos num táxi que nos deixou no aeroporto por volta das 6h15, sem maiores problemas. Tomamos o café da manhã no aeroporto, demos mais uma circulada pelas lojas que começavam a abrir naquele horário e o tempo foi passando, até a hora do embarque.

Para nossa felicidade, ao contrário do voo da ida, pelo Rio, o voo da volta por São Paulo era num B777 dos mais confortáveis em que já viajei. Com bom entretenimento, serviço impecável, Hagen Dasz liberado depois da refeição lá na parte detrás e champagne, tivemos uma das melhores experiências de viagem da vida, para retornar para casa.

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