Buquebus

Depois de uma noite virada sem dormir nadinha, que culminou com um jogo das finais do Campeonato Mundial de Rugby entre Inglaterra e França, na sala de uso comum do albergue em que fiquei na primeira vez que fui a Buenos Aires, fui me arrastando até o porto para pegar o Buquebus em direção ao Uruguai, segunda etapa do meu mochilão.

A imigração argentina e uruguaia, para meu espanto, era feita quase simultaneamente, ali mesmo no porto argentino. Tudo é muito fácil e confortável, sendo as instalações bem legais. O próprio interior do barco que faz a travessia também me surpreendeu muito positivamente, com sofás, poltronas largas, lojas, lancherias e vários telões grandes passando filmes.

O ambiente era tranquilo, como o de uma sala de espera de um aeroporto chique, com as pessoas lendo, assistindo filmes, olhando vitrines ou brincando com os filhos. Curti muito a viagem em si, mas não aguentei de tanto sono e acabei dormindo logo depois que me acomodei numa poltrona.

Quase duas horas depois, chegando a Colonia del Sacramento do lado uruguaio, prestei um pouco mais de atenção na paisagem e vi que não tinha perdido muita coisa do lado de fora. O Rio da Prata, para quem não conhece, é um marzão sem fim de cor marrom, com margens planas e sem nada especial. 

Ao tocar o porto uruguaio, tudo foi muito rápido. Assim que as portas do barco se abriram, várias pessoas já estavam saindo com seus carros de dentro dos compartimentos onde eles são transportados e outros tantos, como eu, seguiram as indicações até o ônibus que faria o trecho final da viagem, até Montevideo.

Acabei não conhecendo nada de Colonia naquela primeira vez em que estive no lugar, mas como pretendo contar no próximo post, trata-se de uma cidade bem interessante, com atrações históricas e um clima tranquilo, que vale a pena ser conhecida em algumas horas ou até mesmo uns dois dias.

Minha viagem seguiu pela Ruta 1, até Montevideo, que tem boa parte duplicada e um outro tanto com coqueiros decorando o caminho, que também é (ou era) quase todo feito com concreto asfáltico, ao invés de asfalto simples. O barulhinho das rodas naquele tipo de pavimento, que parece o de um trem, só serviu para me dar mais sono, e foi assim que dormi até chegar perto dos subúrbios de Montevideo.

Os ônibus da Buquebus, como os demais que chegam à capital uruguaia, encostam no Terminal Tres Cruces, a estação rodoviária associada a um shopping pequeno, no início da avenida que leva ao estádio Centenário e a umas 20 quadras do centro velho da cidade.

A Buquebus, para quem não sabe, é uma empresa muito tradicional na ligação entre a Argentina e o Uruguai e a principal responsável pelo grande fluxo de turistas portenhos que invadem Punta del Este no verão. Hoje em dia, eles contam até com alguns aviões, no ramo da empresa conhecido como BQB Linhas Aéreas. No mesmo site, é possível conjugar passagens aéreas, rodoviárias e de barco para fazer um determinado trecho, comparando horários e preços disponíveis. Existem barcos mais rápidos, ferries para levar carros, categorias diferentes de passagens e a possibilidade de pagar por tudo isso com antecedência, com cartão de crédito. Mas prepare-se, porque não é das coisas mais baratas.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

União Europeia, Espaço Schengen e Zona do Euro (ATUALIZADO até 07/2019)

Budas e Budas

De Kamakura a Enoshima