Por que Chiang Mai?

Chiang Mai é um dos lugares que quase sempre estão no roteiro de quem vai à Tailândia, mas que dificilmente se ouve falar, a não ser que se esteja planejando uma viagem para aquele país. Eu mesmo, num primeiro momento, não tinha sequer cogitado passar por lá.
A cidade é a segunda mais importante da Tailândia, em população e economia, e fica bem longe do litoral. Não tem o mesmo apelo comercial de lugares como Phuket, tanto no sentido de belezas naturais, praias ou mesmo to turismo sexual, mas é considerada indispensável num roteiro de quem realmente queira conhecer um pouco do que é a Tailândia de verdade.

Isso não significa que seja um lugar com poucos turistas – pelo contrário, a sensação de caminhar pela rua central num domingo à noite é justamente a de que só no Brasil é que não se ouve falar em Chiang Mai. Europeus de tudo quanto é canto, australianos e americanos são quase mais comuns do que gente local no meio dos mercadões de rua.

O que leva essas pessoas para lá?

Chiang Mai é considerada como a principal base para roteiros pelas montanhas do norte do país. Frequentemente esses roteiros são vendidos como sendo a oportunidade para visitar as famosas mulheres de pescoço comprido – aquelas que você já deve ter visto num National Geographic da vida, que desde novinhas usam argolas douradas no pescoço, que vão sendo acrescentadas com o passar dos anos e as deixam com uns bons 30cm de pescoço, para parecerem mais bonitas aos olhos da tribo. Essas mulheres, na verdade, não são tailandesas, mas fugitivas da Birmânia (Myanmar), onde a prática foi proibida. Diz-se que são menos de 300 mulheres usando essas argolas, e apenas na tribo “Karen”. Além das trilhas, há também esportes radicais como rafting, arvorismo, etc.
Outra razão que leva muita gente a Chiang Mai é a relação que a cidade tem com os elefantes. Há vários campos de elefantes nos seus arredores, onde são apresentados shows com os animais e se pode fazer trekking num deles. Além disso, há alguns campos que fazem um trabalho ambiental de salvamento de elefantes vítimas de maus tratos.
A enorme quantidade de templos existente em Chiang Mai, cujo centro histórico é relativamente pequeno e melhor conservado que o de Bangkok, também é outro motivo para visitas. Muita gente da própria Tailândia viaja à cidade em peregrinações religiosas e várias pessoas que dedicam uma parte da vida a serem monges o fazem naquela região, também.

Chiang Mai é muito procurada, ainda, por quem quer fazer cursos de culinária tailandesa ou cursos para aprender o difícil idioma local (só o alfabeto tem mais de 80 letras e são cinco tons diferentes que podem ser utilizados para pronunciar as sílabas).

Por fim, Chiang Mai é uma base para quem pretende seguir viagem pelos países vizinhos, pois tem um grande aeroporto, com voos de vários lugares, e fica relativamente perto da região conhecida como “Triângulo Dourado” (tríplice fronteira entre Laos, Myanmar e Tailândia, a poucos quilômetros do sul da China), que compreende lugares como Chiang Rai (na Tailândia) e Luang Prabang (no Laos). Isso não só agora, mas desde muitos séculos, pois se diz que era rota de passagem nas caravanas que levavam seda para o Ocidente.

Por representar “ a típica Tailândia” na psique nacional, taxistas, guias e outras pessoas que conversam com os turistas sempre perguntam se você já foi ou vai a Chiang Mai enquanto está passando pelo país. Se disser que não, vão tecer mil elogios ao lugar para convencê-lo.

Se for incluir a cidade no roteiro, vale lembrar que lá o clima é um pouco diferente do resto do país. Pode ser caracterizado como tropical de montanha – bastante quente e seco no verão, com temperaturas passando fácil dos 40°C, menos chuvoso que no litoral nas monções, mas mais frio pela manhã e à noite nos meses “inverno” (dezembro a fevereiro), podendo ter temperaturas de até uns 15°C nesses horários e uma neblina logo que o sol nasce. No geral, em janeiro pegamos temperaturas de 27°C a 30°C de dia e de 20°C à noite, bem agradáveis.

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