Que tal uma visita a Chernobyl?

Num determinado dia da semana passada, depois de assistir a uma reprise de um dos episódios do “Não Conta Lá em Casa” no qual o grupo de brasileiros conhece a região de Sendai, afetada pelo tsunami de março de 2011, e os arredores de Fukushima, usina que acabou contaminando vários km² com radiação que vazou após o mesmo desastre natural, fui para a internet pesquisar um pouco sobre acidentes nucleares e acabei caindo em sites sobre Chernobyl. 

Chernobyl, quase todo mundo sabe, era o nome de uma usina nuclear soviética que teve um acidente gravíssimo em 1986 – até março de 2011, sem dúvida alguma, considerado o maior que já existiu. O que eu não sabia é que já há alguns anos – pouco mais de 20 anos depois do acidente – o local onde moravam os funcionários dessa usina nuclear, e que foi abandonado logo depois, está se tornando um dos mais importantes pontos turísticos da Ucrânia. 

A cidade de Pripyat foi construída no início dos anos 70 pelo governo da URSS para abrigar as famílias dos funcionários da usina de Chernobyl, mas com o passar do tempo ganhou moradores que atuavam em variadas atividades econômicas. A população chegava a cerca de 49.500 habitantes na época em que o desastre nuclear ocorreu. 

Com o vazamento radioativo, todos foram obrigados a abandonar imediatamente o local deixando todos os seus pertences, em razão da contaminação. A população (que teve diversos problemas decorrentes da contaminação, especialmente câncer) foi reassentada em outra cidade planejada, chamada Slavutich, também na Ucrânia. 

Os arredores da usina de Chernobyl e a cidade de Pripyat permaneceram totalmente isolados do resto do mundo por muitos, só sendo permitida a entrada de cientistas e do pessoal que fazia as obras de contenção da radiação. Assim, quase tudo que lá foi deixado pelos moradores continuou no mesmo lugar, apenas sofrendo a ação do tempo e do rigoroso clima ucraniano. 

Com o passar do tempo, porém, agências de turismo locais viram no local uma oportunidade de ganhar dinheiro e começaram a fazer tours até onde fosse permitido chegar. Desde 2005, existem empresas especializadas nesses passeios e, mais recentemente, o próprio governo do país passou a considerar o potencial turístico de Pripyat e a regular os passeios. 



Os relatos de visitas ao local (as fotos que aparecem nesse post estão disponíveis no Google Images) falam numa sensação de volta ao passado, numa visão da vida cotidiana na União Soviética, ou numa espécie de Pompeia do século XX, etc. 

Obviamente, há preocupação com a segurança desse tipo de passeio, já que embora relativamente menores, os níveis de radiação do local seriam 35 vezes maiores que os de lugares considerados normais. Aí fica a pergunta: valeria a pena se meter numa dessas???

Comentários

Anônimo disse…
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Anônimo disse…
Estou com muita vontade de conhecer, acho que no segundo semestre de 2013

Everson EZN
A. A. Cella disse…
Por conta e risco.
Dos caras do "Não conta lá em casa", do Multishow, um não foi por medo de ficar infértil.
No programa "Destino Aventura" (Departures, do Nat Geo), os caras nem se estressaram com isso.

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