Albergue em Londres
Pesquisar albergue para nossa estada em Londres não foi uma
tarefa fácil.
A cidade é muito, muito grande – a maior da Europa – e existem
muitas opções. Além disso, os preços das camas em dormitórios coletivos são bem
mais salgados do que no resto do continente (em 2008, não se conseguia quase
nada por menos de £20 por noite, sem café da manhã, enquanto que nos demais
países da U.E. não era raro encontrar camas por 8 euros com café incluído). Por
fim, o fato de ser uma estada longa, de 7 noites, deixava-nos na obrigação de não
cometer erros.
Sabendo que o metrô seria nosso meio de transporte principal
e que ele fecha à noite, sabíamos que o ideal era ficar perto de uma estação,
mas também não muito longe do centro.
Li muito e pesquisei sobre os albergues mais “famosos” no
Hostelworld, mas cada vez mais achava que esses eram justamente os mais sujos,
barulhentos e incômodos de todos. Por fim, acabei restringindo minhas buscas,
pela primeira vez em anos de mochilão, a albergues filiados à Hostelling
International, mesmo sabendo que teria que me filiar à rede para conseguir
descontos.
Depois de delimitar as opções, coloquei em votação com o Ângelo
alguns da região logo ao norte do West End, e acabamos escolhendo o YHA London
Central, que tinha sido inaugurado a pouco menos de 1 ano naquela época e que
parecia ser um dos mais bem localizados de todos.
De fato, não poderíamos ter feito escolha melhor. O prédio
era novinho em folha por dentro, com uma fachada reformada, uma área de uso
comum muito legal, elevadores de última geração, máquinas de guloseimas, perto
de mercadinho e a uma quadra da estação Great Portland Street e a duas quadras
de outra estação de uma linha diferente, a Regent’s Park. O endereço é 104
Bolsover Street, e fica numa região conhecida como Fitzrovia, perto de uma
grande torre da British Telecom. Dali, era possível chegar em uns 15 minutos
caminhando a Oxford Circus.
Chegando lá, fizemos a nossa associação anual ao Hostelling
International da Inglaterra e do País de Gales, porque valia mais a pena pagar
a taxa de £22 do que pagar o adicional para não membros nas 7 diárias que cada
um gastaria por ali . A carteirinha é feita na hora mesmo e tem validade de 1
ano e meio, para qualquer albergue da HI no mundo.
O YHA London Central é bem grande, com uns 6 andares, mais
um subsolo, onde fica a cozinha. No térreo, a área de convivência tem grandes
TV, mesas para jogar e um barzinho, que serve lanches e cerveja. Claro, já faz
5 anos que estive lá e não sei como foi conservado desde então, mas na época
foi um dos melhores em que eu já tinha parado.
Nos quartos, o esquema era o de 3 beliches, com banheiro “ensuite”.
Enquanto estivemos ali, percebemos uma grande rotatividade dos nossos
companheiros de quarto e, inclusive, uma grande variedade de público, desde um
argentino quarentão e fanfarrão, até um senhor japonês que parecia ter perto de
50 anos, passando por árabes e judeus da nossa idade, casais de namorados com
20 e poucos anos e por aí vai. A vista da janela do quarto não era das
melhores: só a parte de trás de prédios residenciais e escadas de emergência...
Para o café da manhã, o que acabamos fazendo foi passar
quase todos os dias no mercadinho que há na esquina em frente à Great Portland
Street. Geralmente pegávamos iogurtes e sucos, wraps (alguns bem picantes, já que quase
tudo leva cebola roxa e curry na Inglaterra hoje em dia) ou sanduíches mais
simples, e voltávamos para comer na área de uso comum. Uma vez apenas pegamos o
café da manhã pago do albergue, mas não valeu muito a pena, porque era mais
caro do que comprar as mesmas coisas ali pertinho.
Aliás, come-se muito mal na Inglaterra, com um orçamento
apertado de mochileiro. Depois de nossos cafés da manhã de mercadinho, nossos
almoços geralmente se resumiam a algum sanduíche na cafeteria do museu, castelo
ou atração que estávamos visitando. No final da tarde, para jantar, acabávamos
quase sempre comendo alguma fritura, tipo fish and chips. No mercado de Covent
Garden conseguimos uma refeição estilo buffet que fugiu dessa regra. Numa das
noites, trouxemos coisas para fazer de janta na cozinha do albergue.
Comentários