Tomar e o Convento dos Templários

Depois de tantas cidadezinhas e conventos no interior de Portugal, chegamos à nossa última parada daquela viagem pelo país, que sequer estava prevista no roteiro original (só iríamos se houvesse tempo): Tomar. 


Tomar, assim como Alcobaça e Batalha, é uma cidadezinha pequena, com cerca de 40 mil habitantes. Diferentemente das outras, porém, sua atração principal não fica no centro da cidade, mas bem afastada, num morro a cerca de 8 km. O "Convento de Cristo", aliás, é bem difícil de encontrar - é preciso seguir atentamente as placas indicativas, já que o GPS não ajuda em nada nessa parte da viagem.

Diferentemente dos outros mosteiros do país, o Convento de Cristo foi fundado numa época ainda mais remota (no ano de 1160) e por uma das ordens mais famosas e misteriosas de todas: a Ordem dos Cavaleiros Templários. 


Por ter sido DeMolay, li e ouvi muita coisa sobre esses cavaleiros, que volta e meia aparecem em filmes sobre a Idade Média e as Cruzadas. Esse convento, que pertenceu a essa ordem, portanto, foi quase um parquinho de diversões para mim. 

O Convento de Cristo, em alguns aspectos, é o menos conservado dos grandes mosteiros de Portugal, porque tem muitas paredes escurecidas pela ação do tempo, alguns telhados bem detonados e muitas partes ainda em processo de escavação. De outro lado, é o que melhor conserva a cara de um mosteiro da Idade Média, com muitos quartos de monges ainda em as portas originais, com refeitórios contendo mesas antigas e com uma igreja interna com o coro e a sala capitular mais espetaculares que eu já vi.

O núcleo dessa igreja é uma estrutura chamada de charola, em formato poligonal, que reproduz a "Rotunda do Santo Sepulcro". As fotos não fazem jus à beleza do lugar. 



Para quem é do ramo do direito, como eu, não deixa de ser surpreendente também encontrar uma sala denominada Procuradoria, onde ficava o encarregado dos assuntos jurídicos do convento, já naquelas épocas. 

O Convento de Cristo é um verdadeiro labirinto, com partes mais novas e velhas se mesclando e diferentes formas de passar de uma para a outra. Como não há muita sinalização indicativa de caminho a ser percorrido, a pessoa acaba se perdendo e voltando várias vezes ao mesmo lugar para tentar chegar nas partes que ainda não conheceu. 






Tomamos um cansaço, mas foi o mosteiro que mais gostei. Injustamente, na minha opinião, ele não fez parte das 7 Maravilhas de Portugal, mas talvez seja justamente o fato de ser menos conhecido que o tenha preservado tanto e me feito ficar tão surpreso com o lugar. Embora seja certamente o mais difícil de encontrar, posso garantir que vale a viagem.

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