Londres - Abadia de Westminster, Palácio de Buckingham e Nat. Portrait Gallery


Não é só no lado em que dirigem que os ingleses são invertidos em relação ao que estamos acostumados. Em matéria de turismo eles também dão o contra: em Londres, a maioria dos museus (que são muitos) têm entrada gratuita. A pessoa só faz alguma contribuição se quiser, deixando alguns trocados em caixas de coleta na entrada e saída desses lugares. Em compensação, visitar qualquer igreja (ou ex-igreja) geralmente implica no pagamento de uma taxa nada barata – geralmente de mais de £10.

Esse é o caso da Abadia de Westminster, a primeira atração turística em que efetivamente entramos nos nossos passeios por Londres. A abadia fica bem próxima do Parlamento, só que do lado oposto ao rio, e foi para lá que nos dirigimos depois de cansarmos de bater perna em busca do melhor ângulo para o Big Ben. A fila na entrada, mesmo por volta das 10h da manhã, demonstrava que não fomos só nós que tivemos a ideia de chegar cedo no local.




A Abadia de Westminster é o lugar onde os reis ingleses são coroados e onde estão enterrados os grandes personagens da história daquele país, como Charles Darwin, Isaac Newton, Charles Dickens e até Laurence Olivier. Os próprios reis ingleses de antes de 1760 também estão enterrados lá dentro, abaixo do piso. Embora tenha sido erguida como catedral, hoje ela pertence à Família Real como uma espécie de Santuário. Dá para dizer que ela seria o Panteão Nacional do Reino Unido.

Do lado de fora, a Abadia de Westminster lembra um pouco a Catedral de Notre-Dame, de Paris, pelos detalhes góticos, os santos esculpidos nas torres e nas portas e pela aberturas ogivais. Do lado de dentro, como era um mosteiro, lembra um pouco o Mosteiro dos Jerônimos, de Lisboa. Em tamanho, porém, é incomparavelmente maior do que os outros prédios com os quais a comparei.

Ali dentro, onde bater fotos é proibido, a atração é encontrar por onde estão os túmulos dos personagens mais conhecidos e conhecer de pertinho o trono onde os reis são coroados desde a idade média. Pode-se chegar muito perto de quase tudo, por isso a visita é tão interessante.

Há muita, muita gente sempre circulando por ali, e como tudo é muito grande, é quase inevitável se perder. Foi exatamente o que aconteceu. Nós nos perdemos e, como o Ângelo estava sem celular, acabamos não nos encontrando mais naquele dia. Esperei ele na saída por uns 45 minutos, mas depois desisti e decidi prosseguir com os passeios sozinho. Só no final da tarde o reencontrei no albergue e soube que ele tinha retornado para lá achando que eu voltaria, mas como viu que eu não vinha também acabou saindo para conhecer outras coisas.

Sozinho, portanto, cruzei o St. James’ Park por dentro para cortar caminho e prossegui para os lados do Palácio de Buckingham, aproveitando que, no meu relógio, aproximava-se a hora da Troca da Guarda em frente à casa da rainha.

A troca da guarda é um dos programas mais manjados para quem vai a Londres há pelo menos uns 2 séculos, mas não dá para não fazer quando se vai lá pela primeira vez. Quando cheguei, já havia uma boa multidão ao redor dos portões, e outros tantos se acotovelando para subir numa fonte de água que existe num rótula em frente ao castelo, para tentar enxergar as coisas mais de cima.




A coisa é ainda mais turística do que eu pensava, porque depois de fazer as trocas cerimoniais, com ordens militares, apitos e tudo mais, para substituir os guardas, o pessoal ainda sai tocando musiquinhas populares como banda militar, desde cantos folclóricos como “Britannia rule the waves” até parte da trilha sonora do Star Wars... Não deixa de ser curioso também que os militares tenham que ser “protegidos” pela polícia civil, para que os turistas não cheguem muito perto e os desconcentrem ou estraguem a cerimônia da troca da guarda.

Depois de realizada a troca, eu (e mais a torcida do Flamengo) viemos acompanhando a equipe que estava indo embora ao longo do The Mall, aquela avenida de asfalto vermelho que liga o Palácio de Buckingham ao centro de Londres e que você já deve ter visto no funeral da Diana ou no casamento do Príncipe William ou mesmo em algum filme sobre a Rainha. Nessa hora, o tempo, que já estava fechado, começou a ficar ainda mais feio e as primeiras gotas de chuva começaram a cair.

O que fiz então, quando cheguei de volta à Trafalgar Square foi aproveitar para conhecer a National Portrait Gallery, que me parecia ser mais interessante do que a própria National Gallery – e de fato se comprovou ser.


Para quem curte o seriado The Tudors, ou já assistiu aos filmes sobre a rainha Elizabeth I, os seriados feitos a partir dos livros do Ken Follett ou que de qualquer forma se interesse um pouco pela história da Inglaterra, um passeio pela “Galeria Nacional dos Retratos” é muito legal. Ao lado das pinturas e fotos, conta-se um pouco da história dos personagens de um jeito bem interessante.

Não é possível bater fotos dentro da galeria, mas devo ter passado seguramente mais de duas horas conhecendo o lugar. Quando saí para o lado de fora, já por volta das 17h, caminhei mais um pouco e logo encontrei, por acaso, o Covent Garden, percebendo que já estava bem mais perto da região que tinha conhecido na noite anterior. Comi alguma coisa por ali a título de lanche e decidi voltar para o albergue, ver se tinha notícia do Ângelo, que não via desde o meio-dia.



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